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02/08/2000 - 03h35

"Napster" reage, mas ameaça continua

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BRUNO GARATTONI, da Folha de S.Paulo

Na semana passada, a juíza americana Marilyn Patel ordenou que a empresa responsável pelo "Napster", programa que facilita a troca de arquivos musicais entre computadores, passasse a impedir a transmissão de músicas copiadas ilegalmente.

Como isso foi considerado tecnicamente impossível, o sistema deveria ser desativado até a madrugada de sábado, mas a Napster conseguiu cassar a liminar e o programa poderá continuar operando até que o julgamento, cuja data inicial não está confirmada, chegue a uma conclusão.

O "Napster" (disponível em www.napster.com), criado em 1999 pelo estudante americano Shawn Fanning, de 19 anos. O programa, que se espalhou pela Internet e hoje tem aproximadamente 20 milhões de usuários, serve para trocar arquivos MP3 (padrão que facilita a transmissão de arquivos musicais).

Essa popularização irritou a indústria fonográfica dos EUA, que considera o programa uma ferramenta de pirataria musical e está processando a Napster. Ela pede indenização de até US$ 100 mil por cada música copiada ilegalmente.

A associação das gravadoras americanas (www.riaa.org) manifestou "frustração" e "desapontamento" com a vitória parcial da Napster e já prepara um contra-ataque judicial.

A Napster contratou o advogado David Boies, dono de um currículo invejável: ele ajudou o governo dos EUA a vencer o processo antitruste contra a Microsoft.

A Napster também procurou melhorar a sua imagem: além de firmar um acordo com a Liquid Audio (empresa que produz um sistema para cópia autorizada de arquivos), decidiu patrocinar alguns shows da banda Limp Bizkit. Os fãs puderam assistir aos shows gratuitamente.

Alguns artistas se anteciparam ao processo movido pelas gravadoras e decidiram atacar diretamente a Napster. Os mais contundentes foram os músicos do conjunto Metallica, que conseguiu forçar a empresa a expulsar mais de 300 mil usuários que teriam copiado canções ilegalmente.

O líder do grupo, Lars Ulrich, chegou a depor no Congresso americano. Durante a audiência, o senador republicano Orrin Hatch fez o download de uma música com o "Napster" para conferir a facilidade de uso do programa.

Também há músicos que se manifestaram a favor do software, como a cantora Courtney Love, o baterista Igor Cavalera e o compositor Lobão.

O sucesso do "Napster" deu origem a vários programas com tecnologia parecida. Isso significa que, se a Justiça americana desligar o sistema, ainda haverá várias opções para compartilhar arquivos na Internet. Mas lembre-se: cópia não-autorizada é crime.

NAPSTER PROIBIDO

Beneficiada

A indústria fonográfica, porque o programa atrapalha seus planos de vender músicas na rede

Prejudicados

Os internautas que copiam músicas gratuitamente e artistas que usam o programa para promover suas músicas

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