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02/08/2000
-
03h59
FRANCISCO MADUREIRA, da Folha de S.Paulo
Não há quem goste de computadores e tenha passado a década de 90 sem ouvir falar da Creative Labs. Gigante no mercado de multimídia, a empresa era conhecida por sua linha de placas de som Sound Blaster.
Hoje, quase 20 anos após sua fundação e presente em 80 países, a empresa pega o trem da Internet para enfrentar a nova realidade do mercado.
Prova disso são as novidades apresentadas durante a Fenasoft na semana passada -o Nomad II e o Nomad Jukebox, portáteis compatíveis com MP3 e outros formatos de música digital da Internet.
Em entrevista à Folha, Craig McHugh, presidente da subsidiária norte-americana da Creative Labs, fala sobre música digital, Internet e o futuro da multimídia.
Folha - Como o surgimento da Internet afetou a posição de mercado da Creative?
Craig McHugh - Houve quem dissesse, há alguns anos, que a Creative estava fadada ao fracasso. Mas, na verdade, a Internet acabou ampliando nosso campo de atuação.
Folha - Mas a rede não levou o entretenimento para muito além das fronteiras dos games ou programas educacionais, áreas em que a Creative tinha maior penetração?
McHugh - Sim, mas, ao mesmo tempo, abriu uma outra dimensão de entretenimento. A partir daí, começamos a pensar sobre o que o usuário fazia na frente do computador. A música digital foi uma das respostas, e essa é uma das maiores perspectivas da companhia.
Folha - Em quais outros campos a Internet ampliou o conceito de entretenimento?
McHugh - Acho que a Internet não se opõe à multimídia, mas cria um novo ambiente para ela. Quando você pega uma música MP3 na rede e tenta ouvi-la em casa, a qualidade de som continua fundamental. A linha Sound Blaster já responde a essa necessidade do usuário.
Folha - A baixa velocidade das conexões, principalmente em países como o Brasil, não afasta a multimídia da Internet?
McHugh - Na verdade, não. Mesmo nos Estados Unidos, as conexões não estão tão diferentes das brasileiras. Lá, as conexões de alta velocidade só chegaram às empresas e às universidades. Enquanto isso, quem usa modems de 56 Kbps copia CDs inteiros da Internet durante a noite. Por isso estamos criando o conceito de PDE (em inglês, Personal Digital Entertainment) -aparelhos que permitem ao usuário levar a multimídia para onde quiser.
Folha - Vários fabricantes têm utilizado placas de som e vídeo on board (embutida) para reduzir o preço do computador. O consumidor ganha ou perde com isso?
McHugh - Há cerca de dois anos, empresas como a Dell e a Gateway começaram a usar esses dispositivos para reduzir os preços de seus micros. Logo voltaram atrás, porque perceberam que a experiência multimídia é importante para o usuário, e que a qualidade do som on board deixa um pouco a desejar. Hoje, mesmo que essas companhias vendam micros com placas de som on board, elas trarão chips Creative.
Folha - Diante da nova realidade da Internet sem fio, qual será o futuro da multimídia?
McHugh - Na minha visão, o futuro trará a multimídia sem fio. Você poderá interligar dispositivos como caixas de som sem precisar de cabos e espalhá-las pela casa. Além disso, com o crescimento da banda larga, talvez seja possível pegar um filme na rede com o computador do quarto e assisti-lo na sala.
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Creative embarca na Internet com o MP3
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Não há quem goste de computadores e tenha passado a década de 90 sem ouvir falar da Creative Labs. Gigante no mercado de multimídia, a empresa era conhecida por sua linha de placas de som Sound Blaster.
Hoje, quase 20 anos após sua fundação e presente em 80 países, a empresa pega o trem da Internet para enfrentar a nova realidade do mercado.
Prova disso são as novidades apresentadas durante a Fenasoft na semana passada -o Nomad II e o Nomad Jukebox, portáteis compatíveis com MP3 e outros formatos de música digital da Internet.
Em entrevista à Folha, Craig McHugh, presidente da subsidiária norte-americana da Creative Labs, fala sobre música digital, Internet e o futuro da multimídia.
Folha - Como o surgimento da Internet afetou a posição de mercado da Creative?
Craig McHugh - Houve quem dissesse, há alguns anos, que a Creative estava fadada ao fracasso. Mas, na verdade, a Internet acabou ampliando nosso campo de atuação.
Folha - Mas a rede não levou o entretenimento para muito além das fronteiras dos games ou programas educacionais, áreas em que a Creative tinha maior penetração?
McHugh - Sim, mas, ao mesmo tempo, abriu uma outra dimensão de entretenimento. A partir daí, começamos a pensar sobre o que o usuário fazia na frente do computador. A música digital foi uma das respostas, e essa é uma das maiores perspectivas da companhia.
Folha - Em quais outros campos a Internet ampliou o conceito de entretenimento?
McHugh - Acho que a Internet não se opõe à multimídia, mas cria um novo ambiente para ela. Quando você pega uma música MP3 na rede e tenta ouvi-la em casa, a qualidade de som continua fundamental. A linha Sound Blaster já responde a essa necessidade do usuário.
Folha - A baixa velocidade das conexões, principalmente em países como o Brasil, não afasta a multimídia da Internet?
McHugh - Na verdade, não. Mesmo nos Estados Unidos, as conexões não estão tão diferentes das brasileiras. Lá, as conexões de alta velocidade só chegaram às empresas e às universidades. Enquanto isso, quem usa modems de 56 Kbps copia CDs inteiros da Internet durante a noite. Por isso estamos criando o conceito de PDE (em inglês, Personal Digital Entertainment) -aparelhos que permitem ao usuário levar a multimídia para onde quiser.
Folha - Vários fabricantes têm utilizado placas de som e vídeo on board (embutida) para reduzir o preço do computador. O consumidor ganha ou perde com isso?
McHugh - Há cerca de dois anos, empresas como a Dell e a Gateway começaram a usar esses dispositivos para reduzir os preços de seus micros. Logo voltaram atrás, porque perceberam que a experiência multimídia é importante para o usuário, e que a qualidade do som on board deixa um pouco a desejar. Hoje, mesmo que essas companhias vendam micros com placas de som on board, elas trarão chips Creative.
Folha - Diante da nova realidade da Internet sem fio, qual será o futuro da multimídia?
McHugh - Na minha visão, o futuro trará a multimídia sem fio. Você poderá interligar dispositivos como caixas de som sem precisar de cabos e espalhá-las pela casa. Além disso, com o crescimento da banda larga, talvez seja possível pegar um filme na rede com o computador do quarto e assisti-lo na sala.
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