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14/06/2000 - 02h58

O que muda com a divisão da Microsoft

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RODOLFO LUCENA
Editor de Informática da Folha de S. Paulo

A decisão da Justiça norte-americana, divulgada na semana passada, obrigando a Microsoft a se partir em duas para se tornar menos predatória à concorrência no mundo do software, foi a maior derrota já sofrida pela empresa nos últimos anos. Apesar de não ser definitiva _a empresa vai apelar_, a sentença foi um banho de água fria para a Microsoft.

Ela pretendia, por exemplo, anunciar no último dia 1º uma nova estratégia de negócios. Bill Gates e todo o primeiro escalão da companhia receberiam cerca de 500 jornalistas do mundo inteiro para apresentar a NGWS (sigla para nova geração de serviços "Windows", considerada internamente tão importante, do ponto de vista estratégico, como a "virada para a Internet", em 1995).

O evento foi adiado, provavelmente para não coincidir com o anúncio da sentença. Está previsto para a próxima semana.

Mas, independentemente dos planos e projetos da Microsoft, será que a transformação de um gigante de US$ 20 bilhões em dois portentos também multibilionários vai mudar a cena da indústria do software? E que benefícios ou prejuízos isso pode trazer para o consumidor?

"Uma vez que esse gorila de uma tonelada seja cortado em dois, teremos um ambiente mais propício à inovação", festejou Josan Mahler, advogado da Associação das Indústrias de Computadores e Comunicações dos EUA, falando ao "USA Today".

Na prática, os efeitos não são imediatos. Jim Barksdale, ex-dono da Netscape (que dominou o mercado de navegadores na Internet, foi destronada pela suposta concorrência predatória da Microsoft e hoje é uma das jóias da coroa da America Online, o maior provedor de acesso do mundo), preferiu ser econômico na comemoração: "Em um ano, veremos algumas novas idéias; em dois, devem começar a surgir novas opções para os consumidores".

Mas estas dificilmente poderão concorrer mesmo com as "baby-Microsofts", se a sentença vier efetivamente a ser cumprida.

A empresa que ficará com a área de sistemas operacionais (o programa que controla as funções básicas dos computadores), por exemplo, terá uma fatia superior a 90% do mercado.

A outra, que terá os produtos para a Internet, o "Office", games e todo o resto das atividades da Microsoft de hoje, também domina muito mais da metade de vários dos mercados em que atua.

A desvantagem para as duas é que não poderão fazer negócios entre si (determinação incluída na sentença). Isso pode fazer com que opções hoje existentes fiquem mais visíveis para os usuários, menos "espremidas" pelo poder de mercado da Microsoft.

Isso não significa, necessariamente, que os usuários vão migrar para as novas alternativas. Ou seja, muda-se tudo para que tudo fique quase como está.

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