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29/01/2002 - 20h34

Submarino anuncia que é do mundo real

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RICARDO PERUCHI
Editor interino de Informática da Folha Online

O site de comércio eletrônico Submarino acaba de reafirmar sua perspectiva de azul para o segundo semestre. Depois que a Amazon.com, símbolo mundial do varejo on-line, anunciou recentemente seu primeiro trimestre no azul desde sua fundação em 1995. O lucro líquido da empresa norte-americana, no último trimestre de 2001, foi de US$ 5 milhões.

Para o Submarino, as vendas do dia das mães, a segunda melhor do ano para o site, devem ser o primeiro grande impulso rumo ao equilíbrio financeiro em 2002.

Divulgação

Murillo Tavares pensa em superar até as cadeias de tijolo

O site acumula uma base de 550 mil clientes atendidos, cresceu 217% no ano passado, entregando 800 mil pacotes. Quem fala da estratégia do Submarino é seu diretor-presidente Murillo Tavares, 35. Leia a entrevista:

Folha Online - O que representa o primeiro balanço positivo da Amazon.com para o varejo on-line?
Murillo Tavares -
O anúncio da Amazon deixou claro que a internet e o modelo de negócios do comércio eletrônico são possíveis. Embora muitos analistas ainda tenham ressalvas, eles estão mais otimistas. Depois do comunicado, as ações da Amazon valorizaram cerca de 20%. E, desta vez, o aumento não é uma bolha especulativa. Há um questionamento a menos sobre a viabilidade do modelo de negócios do varejo on-line e sobre a Nova Economia, o que indica a permanência das empresas que possuem um modelo viável.

Folha Online - O Submarino anunciou a entrada no azul para o segundo semestre. Isso se concretizará?
Tavares -
Com uma visão conservadora, atingiremos o ponto de equilíbrio no segundo semestre. Conseguimos manter custos operacionais baixos. Para 2002 esperamos uma receita em torno de R$ 125 ou R$ 135 milhões, contra os R$ 76 milhões que vendemos no ano passado. Deveremos ser maiores que a cadeia de lojas Saraiva e também maiores que a rede Siciliano. Crescemos 217% em 2001 e esperamos para este ano um incremento entre 80% e 100%. No entanto, 75% já é suficiente para satisfazer nosso plano de negócios e nos levar ao azul.

Folha Online - Os grandes investimentos em logística e infra-estrutura terminaram?
Tavares -
Nossos grandes investimentos nessa área foram feitos até o primeiro semestre de 2001. Depois, só investimos em maquinário para assegurar o tráfego e o fluxo de pedidos on-line. Com minha parte física, consigo atender o dobro do meu pico no último Natal.

Folha Online - O que é o Submarino hoje?
Tavares -
Nós somos uma empresa do mundo real. Essa história de empresa pontocom, para mim, acabou em abril de 2000. No início de 2000 já estávamos investindo pesado no mundo real. Em junho do mesmo ano, inauguramos nosso próprio centro de distribuição.

Folha Online - O que leva o consumidor à compra no varejo on-line?
Tavares -
No nosso site, a primeira motivação da compra é o serviço, como um todo. Fazemos pesquisas frequentes e nossos consumidores apontam como motivo para escolha da nossa a conveniência de encontrar a mercadoria. Possuímos grande variedade. Minha variedade é maior que a das Mega Stores, em qualquer categoria, pode comparar. Nosso catálogo atinge 700 mil produtos. Outro fator é a entrega. Meu consumidor sabe que vai receber o produto rapidamente. Por fim, o pós-venda precisa ser eficaz e utilizamos ferramentas como o bate-papo ao vivo que acabam sendo a cereja do bolo.

Folha Online - Com a retração dos investimentos, como ficou a ação de marketing do Submarino?
Tavares -
O submarino é hoje uma das maiores empresas de marketing direto do Brasil, cujo principal canal é a internet. Temos uma base muita grande de clientes. Como acionamos e relembramos essas pessoas? O vendedor que não visita não é lembrado, diz a velha máxima do varejo tradicional. De três maneiras: investimento em mídia on-line, através de contratos com os grandes portais para garantir visibilidade; mailing enviado com as ofertas personalizadas e, em terceiro, a própria mídia off-line. No ano passado gastamos entre 40% e 50% nessa mídia, anunciamos principalmente em revistas, TV a cabo e cinemas, em campanhas de branding (marca) e marca relacionada a produtos.

Folha Online - O que sobrou do grupo Submarino?
Tavares -
Vendemos Argentina, México e Espanha, a operação em Portugal foi fechada. A marca Submarino está licenciada para o Carrefour na Espanha, onde temos também contrato de manutenção de nossa plataforma tecnológica, e para a Televisa no México. Hoje o Submarino é uma operação brasileira. Quem está por trás do negócio são 30 investidores institucionais e algumas pessoas físicas, entre elas os fundadores. Entre eles, se destacam AGP Investimentos, Fundo THLi, Warburg Pincus, Europe at Web e Santander.
 

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