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04/02/2002 - 10h44

Reino Unido adota Linux como sistema operacional padrão

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da Deutsche Welle

O governo do Reino Unido adotou o sistema operacional Linux, concorrente da Microsoft, como padrão nas redes de computadores da administração pública britânica.

O êxito do Linux está vinculado à produção de servidores compatíveis com o sistema. Seu desenvolvimento, antes considerado "brincadeira de amador", deu ao Linux a possibilidade de invadir as máquinas mais modernas, equipadas com vários processadores de 64 bits.

Em 2001, pelo segundo ano consecutivo, o Linux foi considerado o programa de mais rápida expansão na área dos servidores. Segundo estimativa da IDC (International Data Corporation), empresa dedicada à investigação do mercado das tecnologias da informação, a quota de mercado do Linux entre servidores já era de 11% a 27% no ano passado.

O sistema operacional, cujo ícone é um pinguim, é distribuído gratuitamente na internet. As companhias que se dedicam à sua produção, como a Red Hat, cobram apenas pelo seu envio em discos ou a manutenção de sistemas baseados em Linux.

Agora, a maior empresa provedora de acesso à internet, a AOL (American Online), anunciou o seu interesse em adquirir a Red Hat e fomentar ainda mais a disseminação do sistema operacional gratuito em todo o mundo.

Servidores IBM

Também a IBM pretende construir servidores para o sistema operacional Linux, criado pelo jovem estudante finlandês Linus Torvalds nos anos 90. A empresa apresentará a sua nova linha de servidores da série Z e da série I na durante a conferência "Linux World", em Nova York, que ocorre agora em fevereiro.

Os servidores, ao contrário dos computadores pessoais, destinam-se à realização de grandes operações, constituindo o sistema principal de organizações empresariais, alimentando as redes de PCs.

A principal razão para a companhia incorporar na sua linha de produtos servidores dotados com Linux, em vez de outros sistemas operacionais mais tradicionais, como o próprio z/OS da IBM, é econômica. Enquanto um computador central que funciona com outro sistema operacional custa cerca de US$ 560 mil, a IBM planeja vender a série Z com o Linux por metade deste preço, cerca de US$ 299 mil. A série I, um modelo menor voltado para pequenas e médias empresas, vai custar US$ 373 mil.

Código aberto

A origem desta drástica redução de preço deve-se basicamente ao Linux. Um êxito estrondoso para um programa que começou como passatempo de um estudante de informática. Linus Torvalds é hoje empresário e sócio da Transmeta, uma das mais novas companhias norte-americanas de fabricação de chips.

Ao contrário de outros sistemas operacionais, o Linux é software de código aberto —não existem direitos de propriedade. Os usuários não pagam por ele e podem modificá-lo sem restrições.

Linha avançada e segurança

O crescimento do Linux nos últimos meses coincidiu com o aparecimento de uma nova versão, preparada para funcionar com os processadores de 64 bits da AMD (Advanced Micro Devices), Intel ou Transmeta, e que permite o uso de processadores simétricos, ou seja, pode ser utilizado em computadores dotados de até 32 chips.

Durante anos, Torvalds desenvolveu o Linux pouco a pouco, em colaboração com centenas de entusiastas da informática de todo o mundo que, de forma desinteressada, ajudaram a aperfeiçoar o código, dotando-o de capacidade cada vez maior.

Em janeiro de 2001, a AMD forneceu à Universidade de Delaware um supercomputador com 128 processadores Athlon de 1 GHz cada um, dotado com o sistema operacional Linux. A IBM investiu US$ 747 milhões na adaptação do Linux a grandes computadores e está construindo o maior supercomputador Linux para o Centro Nacional de Aplicações de Supercomputação dos EUA, com mais de 600 servidores IBM da série X.

Por sua vez, a empresa de programação VMware está colaborando com a Agência Nacional de Segurança norte-americana, a mais poderosa organização de espionagem do mundo, para construir —com uso do Linux— um computador que resista a todo tipo de ataque de hackers.
 

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