23/03/2002 - 00h01

Senhoras e senhores, o fenômeno Lara Croft

FRANCISCO MADUREIRA
Editor de Informática da Folha Online

Beiços carnudos, olhar misterioso, pernas de fora. Uma mulher de iniciativa, a verdadeira metade feminina de Indiana Jones. Senhoras e senhores, Lara Croft, uma das criações mais populares de todos os tempos da indústria de games para PC.

Há cinco anos na estrada, as cinco aventuras de Tomb Raider já lançadas venderam mais de 13 milhões de cópias e renderam US$ 930 milhões. E como o show tem de continuar, até o final do ano a Eidos promete uma nova aventura para a heroína virtual, chamada "The Angel of Darkness" ( leia mais).

No ano passado, Hollywood visitou a indústria de games e levou Lara Croft ao cinema na pele da também beiçuda Angelina Jolie, que fez musculação e usou sutiã com enchimento para viver a personagem. Resultado: US$ 47 milhões no fim de semana de estréia, segundo o banco de dados do site IMDb.com. No Brasil, a modelo Ellen Rocche foi a mais cotada quando assumiu o papel de Lara Croft. Há ensaios espalhados por diversos sites brasileiros.

Mas o cinema não foi o primeiro. Lara Croft virou história em quadrinhos em agosto de 1999, como publicou então o site britânico Gamespot. Na página da notícia, há inclusive uma foto da capa da revista. Repare, leitor atento, a um detalhe cômico: a mulher que salta pontes, escala paredões de rochas e explora tumbas está com as unhas pintadas, e bem pintadas, por sinal. Grande esteriótipo do desejo masculino, uma verdadeira super-mulher! :-)

Antes mesmo das histórias em quadrinhos, um ano após o lançamento da primeira versão de Tomb Raider, o fenômeno "Lara Croft" virou livro. Douglas Coupland, escritor norte-americano tido como amante da cultura pop da internet e autor de obras como "Generation X", discutiu a histeria adolescente pela personagem deu vida à ela na ficção "Book: Lara Croft and the Tomb Raider Phenomenon", duramente criticada em dez a cada dez sites de fãs.

Depois de tanta exposição, Lara Croft —realmente o ícone da mulher ousada e gostosa que preenche sonhos adolescentes— voltará ao PC este ano mais madura. "The Angel of Darkness" terá novos elementos de jogabilidade, até fugindo do gênero aventura e emprestando recursos de role-playing games. Mas por enquanto, isso é tudo o que se sabe. Os estúdios britânicos da Core, que prometeram terminar o desenvolvimento do jogo até o final do ano, guardam as novidades sob sete chaves.

Apelo social
Aproveitando o espaço, este colunista aproveita para lembrar seus leitores de que neste sábado o CDI (Comitê para a Democratização da Informática) promove em 25 cidades brasileiras o Dia da Inclusão Digital.

Em São Paulo o evento ocorre no terminal rodoviário do Tietê, com acesso pela estação Tietê da linha norte-sul do metrô ou pela avenida Cruzeiro do Sul.

Aquele 386 que está encostado no quartinho do fundo, ou aquele 486 de sua empresa que não tem mais utilidade nenhuma a não ser a de porta-papel pode ser útil para quem quer aprender informática, mas não tem condições de ter um computador.

Durante o evento, a entidade receberá doações de computadores usados e também de periféricos —aquele mouse encostado, o scanner de mão que ficou na gaveta, o teclado antigo, a placa de rede incompatível com seu novo PC etc.

Caso você tenha um computador antigo ou peça encostada, vale a pena chegar até lá.

Além de São Paulo, o CDI recolherá doações nas seguintes cidades: Aracaju (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Blumenau (SC), Brasília (DF), Campinas (SP), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Glória do Goitá (PE), Juiz de Fora (MG), Leopoldina (MG), Maceió (AL), Manaus (AM), Paraíba (MG), Piracicaba (SP), Poços de Caldas (MG), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Santos (SP), São José dos Campos (SP), São Luiz (MA) e Vitória (ES).

Em caso de dúvidas e para mais informações sobre as doações, visite o próprio site do CDI: www.cdi.org.br.

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