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10/08/2000 - 10h57

Artistas investem em divulgação online

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MARCELO VALLETTA
da Folha de S.Paulo

A polêmica em torno da distribuição digital de música pela Internet, acalorada pelos processos movidos na Justiça norte-americana contra empresas como o Napster e o MP3.com, acelerou a prática da divulgação e do comércio musical online, inclusive no Brasil.

Um dos exemplos desta nova tendência é a liberação na rede de trechos de todas as músicas do disco "Tanto Tempo", de Bebel Gilberto, no site Dgolpe (www.dgolpe.com). O disco ainda não foi lançado aqui no Brasil, mas trechos de 30 segundos de cada música podem ser ouvidos no site, que também traz uma entrevista exclusiva com a cantora brasileira.

Além da divulgação na rede, o comércio de música digital pela Internet também começa a crescer no Brasil. O site brasileiro Imusica (www.imusica.com.br), no ar em versão beta (disponível para testes) desde 14 de julho último, começa a vender música digital a partir da próxima terça-feira, dia 15.

"Temos mais de 4.000 músicas licenciadas para serem vendidas por meio do site", diz Claudio Campos, vice-presidente de marketing e um dos criadores do Imusica.

O formato usado pelo site não é o popular e polêmico MP3, que fez a fama de programas como o Napster, e sim o recente WMA (Windows Media Audio), desenvolvido pela Microsoft. O WMA é considerado um arquivo "seguro", pois é vinculado ao computador do usuário no ato da compra e não pode ser enviado por e-mail para outras pessoas, diferentemente do MP3.

A segurança prometida pelo WMA deve encorajar as "majors" -EMI, BMG, WEA, Sony e Universal, as cinco maiores gravadoras do mundo- a entrar no negócio.

"Estamos em negociação adiantada com duas "majors" no Brasil", diz Campos, sem revelar quais são elas. "Nosso site terá parte do catálogo de empresas multinacionais em cerca de 60 ou 90 dias."

O Dgolpe (www.dgolpe.com), site norte-americano que tem escritórios no Brasil e na Argentina, também investe no negócio de música digital e aposta na colaboração das "majors".

"O Brasil será um dos primeiros países a ter participação das "majors" na venda de música pela Internet", afirma Sergio Peixoto, diretor de operações do Dgolpe no país. Segundo ele, antes do final deste ano as grandes gravadoras brasileiras estarão comercializando parte de seu acervo na rede.

"É a tendência do futuro", afirma. "As gravadoras vão vender músicas uma a uma, cobrando R$ 1,80, R$ 2, R$ 3, ou cobrando uma assinatura mensal, possibilitando um número ilimitado de downloads, nunca no formato MP3."

Praticando uma das novas formas de divulgação de artistas, o site do Dgolpe já pôs online, para download gratuito -no formato WMA e por tempo limitado-, um disco inteiro da banda carioca Símios, do selo Seven Music, distribuído pela Sony.

Marcelo Flores, diretor de marketing on line da Sony Music no Brasil, afirma que a subsidiária brasileira da gravadora deve começar a vender música digital apenas a partir de junho do ano que vem. "Precisamos ver como o mercado norte-americano vai reagir, além de aguardar a decisão da Justiça a respeito de programas como o Napster", disse.

Outro site brasileiro, o Fiber Online, que existe há dois anos e meio -há um ano como parte do Universo Online-, oferece, para download gratuito, trabalhos de artistas independentes do cenário nacional e internacional da música eletrônica.

O site, que também funciona como uma "gravadora virtual" -já lançou "álbuns virtuais" temáticos, como "Clang!" (electronic body music, industrial) e "Blip!" (trance, drum'n'bass), disponíveis para download-, não tem fins lucrativos e serve como divulgador de novos artistas do underground eletrônico.

"Não sei se vender faixas é a melhor maneira de comércio de música digital", diz Enéas Neto, editor de conteúdo do Fiber Online. "Acho mais viável o sistema de assinatura", afirma.

O músico Gonçalo Vinha, do duo de trance Nude, colocou músicas suas no Fiber Online e teve 14 mil downloads em um mês e meio. "Em uma gravadora, eu venderia uns 8.000 discos", diz.

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