Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
17/04/2002 - 04h36

Microsoft procura reeducar funcionários

Publicidade

JOHN MARKOFF
do "The New York Times/Circuits"

Na sede da empresa de informática mais poderosa do mundo, milhares de funcionários voltaram a frequentar a escola. Após receber críticas à segurança de seus programas, a Microsoft começou a mandar seus engenheiros para um curso de aperfeiçoamento e ordenou que eles parem de criar novos produtos até que tenham revisado todo o código do Windows em busca de falhas.

Dois meses depois, a empresa ainda está examinando seus programas e repensando sua postura. A mudança de foco começou em fevereiro, quando a empresa de Bill Gates promoveu 12 sessões de retreinamento -cada uma durou metade de um dia e foi vista por aproximadamente mil programadores.

Inicialmente, os "alunos" mostraram alguma resistência, mas ver trechos de código defeituoso exibidos num telão foi um banho de humildade, diz Michael Howard, coordenador do curso.

A auto-reflexão estava prevista para durar um mês, mas só agora se aproxima do final. A Microsoft insiste em dizer que sua campanha para melhorar a segurança não vai terminar junto com o curso, pois está baseada na mudança do comportamento dos programadores.

Num memorando distribuído aos funcionários em janeiro, Bill Gates ordenou que a Microsoft desse mais atenção à segurança.

Mas especialistas vêem a nova iniciativa com ceticismo. "Existe a noção de que a Microsoft tende a privilegiar a inclusão de novos recursos nos programas, sem pensar no possível impacto sobre a segurança", afirma Rebecca Bace, que dirige a consultoria Infidel.

"A empresa sempre teve uma mentalidade baseada em crises. Dou minha palavra: nós vamos nos tornar líderes na produção de software seguro", rebate Howard.

Na opinião dos concorrentes, essa tarefa não será fácil. A Microsoft conseguiu dominar o mercado adicionando muitas funções a seus programas, estratégia que agora passará pelo crivo da segurança. Além disso, a própria empresa reconhece que softwares fáceis de usar frequentemente também são fáceis de violar, o que conflita com as metas de simplicidade que os programadores têm privilegiado até hoje.

Como se isso não bastasse, a empresa está criando uma nova tecnologia de software, que foi batizada de .Net e se apoia no processamento via internet, o que cria novos problemas de segurança. A Microsoft afirma que decidiu reavaliar sua postura no ano passado, quando seus programas foram atacados por dois vírus -o Code Red e o Nimda.

Os defensores de programas de código aberto, como o sistema operacional Linux, alfinetam a empresa. Roy Fielding, que cria softwares desse tipo, diz temer que os programadores da Microsoft caiam no sono após ler cem linhas de código do Windows.

A companhia de Bill Gates responde: "Eu ficaria surpreso se a comunidade que mexe com código aberto tivesse realizado, em toda a sua história, tanto trabalho quanto nós fizemos nos últimos dois meses", declara Steven Lipner, diretor de segurança da Microsoft.

Leia também:

  • Microsoft procura reeducar funcionários

  • Confira problemas já reconhecidos no IE

  • Estudo aponta defeitos no Microsoft Office
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página