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07/05/2002
-
14h12
FRANCISCO MADUREIRA
Editor de Informática da Folha Online
Um projeto de lei aprovado em abril pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e já enviado ao Senado para avaliação quer proibir no Brasil a venda de jogos que incentivem a violência, principalmente os de tiroteios em primeira pessoa.
O autor da proposta, deputado Paulo César Marques de Velasco (PSL-SP), acredita que esse tipo de game —em que o jogador empunha armas e atira contra outros personagens virtuais— induz à violência.
"Esses jogos descaracterizam a vida, porque toda atitude no mundo real tem uma consequência. No jogo não, você atira e depois o personagem volta [na próxima rodada]", afirma o deputado. "Isso vai ficando incutido no seu espírito e, se no mundo real aparece uma situação parecida, você acaba sendo agressivo com as pessoas com por influência desses jogos."
O Projeto de Lei prevê ainda a desativação de máquinas com temas violentos em estabelecimentos de jogos. As penas para quem insistisse na programação agressiva seriam multa, suspensão das atividades por 30 dias e até mesmo o fechamento do local.
Censura?
Para Gerson Souza, gerente de Marketing da Vivendi Universal Games no Brasil, o projeto é uma forma de censura. "Nenhum estudo até hoje provou que exista relação entre jogos e violência", disse.
Ele acredita que os jogos não podem ser culpados pelos recentes casos de morte relacionados a videogames, como o jovem de 21 anos que atirou na própria cabeça depois de ficar 36 horas na frente da tela. "Essas pessoas já tinham outros problemas", afirma.
A Vivendi detém marcas de games como a Sierra, que publica o game Half Life —mais conhecido por sua extensão Counter Strike, um dos jogos de tiroteio mais populares em todo o mundo.
Procurada pela Folha Online, a Electronic Arts —que também publica títulos do gênero, como o game da Segunda Guerra Mundial "Medal of Honor"— afirmou por sua assessoria de imprensa que a simples proibição da venda não resolveria o problema, já que os índices de pirataria são altos no Brasil.
Classificação etária
Ambas as empresas consideram a classificação etária dos jogos, prática adotada recentemente no Brasil, como suficiente.
Mas o deputado De Velasco questiona a eficiência do processo. "Quem vende e ganha dinheiro com esses jogos não se importa com as consequências", afirma. "Por que então não liberam a venda de drogas por faixa etária? Afinal de contas, por esse raciocínio um maior de idade teria o direito de ficar alucinado, de se matar aos poucos."
Ele afirma que o objetivo da lei seria "alertar" os jovens e também os pais sobre o perigo dos jogos violentos. "Tudo aquilo que nos leva a praticar uma ação sem admitirmos suas consequências deva ser coibido."
Leia também:
EUA também querem lei contra jogo violento
Mãe de jogador suicida processa Sony nos EUA
Deputado quer proibir venda de jogos violentos no Brasil
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Editor de Informática da Folha Online
Um projeto de lei aprovado em abril pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e já enviado ao Senado para avaliação quer proibir no Brasil a venda de jogos que incentivem a violência, principalmente os de tiroteios em primeira pessoa.
O autor da proposta, deputado Paulo César Marques de Velasco (PSL-SP), acredita que esse tipo de game —em que o jogador empunha armas e atira contra outros personagens virtuais— induz à violência.
"Esses jogos descaracterizam a vida, porque toda atitude no mundo real tem uma consequência. No jogo não, você atira e depois o personagem volta [na próxima rodada]", afirma o deputado. "Isso vai ficando incutido no seu espírito e, se no mundo real aparece uma situação parecida, você acaba sendo agressivo com as pessoas com por influência desses jogos."
O Projeto de Lei prevê ainda a desativação de máquinas com temas violentos em estabelecimentos de jogos. As penas para quem insistisse na programação agressiva seriam multa, suspensão das atividades por 30 dias e até mesmo o fechamento do local.
Censura?
Para Gerson Souza, gerente de Marketing da Vivendi Universal Games no Brasil, o projeto é uma forma de censura. "Nenhum estudo até hoje provou que exista relação entre jogos e violência", disse.
Ele acredita que os jogos não podem ser culpados pelos recentes casos de morte relacionados a videogames, como o jovem de 21 anos que atirou na própria cabeça depois de ficar 36 horas na frente da tela. "Essas pessoas já tinham outros problemas", afirma.
A Vivendi detém marcas de games como a Sierra, que publica o game Half Life —mais conhecido por sua extensão Counter Strike, um dos jogos de tiroteio mais populares em todo o mundo.
Procurada pela Folha Online, a Electronic Arts —que também publica títulos do gênero, como o game da Segunda Guerra Mundial "Medal of Honor"— afirmou por sua assessoria de imprensa que a simples proibição da venda não resolveria o problema, já que os índices de pirataria são altos no Brasil.
Classificação etária
Ambas as empresas consideram a classificação etária dos jogos, prática adotada recentemente no Brasil, como suficiente.
Mas o deputado De Velasco questiona a eficiência do processo. "Quem vende e ganha dinheiro com esses jogos não se importa com as consequências", afirma. "Por que então não liberam a venda de drogas por faixa etária? Afinal de contas, por esse raciocínio um maior de idade teria o direito de ficar alucinado, de se matar aos poucos."
Ele afirma que o objetivo da lei seria "alertar" os jovens e também os pais sobre o perigo dos jogos violentos. "Tudo aquilo que nos leva a praticar uma ação sem admitirmos suas consequências deva ser coibido."
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