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15/09/2006
-
09h16
da Folha de S.Paulo
Andrei Kozlov, primeiro-vice-presidente do Banco Central russo e um dos maiores impulsionadores de uma campanha contra crimes no sistema bancário no país, foi assassinado na noite de anteontem, aparentemente por dois matadores de aluguel, quando saía de um jogo de futebol em Moscou.
Kozlov, 41, responsável direto pela supervisão e a reforma das cerca de 1.200 instituições do sistema bancário russo, havia lançado uma ofensiva contra a lavagem de dinheiro e os banqueiros ligados à máfia.
O alto funcionário recebeu tiros na cabeça e no peito e morreu nas primeiras horas da manhã de ontem. Seu motorista também foi morto, com um tiro na testa. A polícia russa disse não ter dúvidas de que Kozlov tenha sido morto por "assassinos profissionais".
Kozlov é o mais alto funcionário russo a ser assassinado desde que o presidente Vladimir Putin assumiu o poder, há seis anos. O último assassinato desse tipo foi o do ex-banqueiro Alexander Slesarev, em outubro do ano passado.
"[O assassinato] É um desafio ao governo russo", disse o presidente da estatal elétrica russa, Anatoly Chubais --ele próprio sobrevivente de uma tentativa de assassinato em 2005. "É um caso ao qual que as autoridades têm a obrigação de responder duramente, sem misericórdia."
Em sua cruzada anticorrupção, Kozlov fez muitos inimigos. De acordo com o diário britânico "The Independent", o banqueiro fechou 44 bancos apenas neste ano sob o argumento de que estavam envolvidos em atividades de lavagem de dinheiro e fraude fiscal, e defendeu que todos os financistas comprovadamente culpados fossem proibidos de atuar no setor bancário para sempre.
Momento delicado
Seus colegas de trabalho instaram o governo a "seguir a trilha do dinheiro" e investigar todos os bancos fechados por Kozlov recentemente, bem como os que ele pretendia fechar.
"Ele estava na linha de fogo da batalha contra crimes financeiros", disse Alexei Kudrin, ministro das Finanças. "Suas ações na área de supervisão bancária podem ter motivado os bandidos desses bancos a ordenar seu assassinato", disse Boris Gryzlov, porta-voz da Duma, a câmara baixa do Parlamento russo.
O diretor do Sindicato de Industriais e Empresários, Alexander Shokhin, disse que o assassinato de Kozlov parece um retorno à década de 90, durante a turbulenta transição russa ao capitalismo.
"Isso é justamente como no início dos anos 90, quando problemas empresariais eram rotineiramente resolvidos com assassinatos. Este é o primeiro caso desse tipo em muitos anos, o que é outro choque", afirmou.
O procurador-geral russo disse que assumiria pessoalmente a apuração do caso, e o premiê Mikhail Fradkov pediu que fosse informado regularmente sobre o andamento das investigações.
O mercado financeiro russo foi pouco afetado pela notícia. No entanto, segundo o "Financial Times", o assassinato de Kozlov coincide com um período delicado.
O investimento estrangeiro está em níveis recordes neste ano e o mercado de ações tem tido uma das melhores performances mundiais. Parte do sentimento favorável dos investidores está ligado à percepção de que os anos turbulentos haviam sido deixados para trás, avaliou o jornal britânico.
Rússia anuncia assassinato de fiscal de bancos
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Andrei Kozlov, primeiro-vice-presidente do Banco Central russo e um dos maiores impulsionadores de uma campanha contra crimes no sistema bancário no país, foi assassinado na noite de anteontem, aparentemente por dois matadores de aluguel, quando saía de um jogo de futebol em Moscou.
Kozlov, 41, responsável direto pela supervisão e a reforma das cerca de 1.200 instituições do sistema bancário russo, havia lançado uma ofensiva contra a lavagem de dinheiro e os banqueiros ligados à máfia.
O alto funcionário recebeu tiros na cabeça e no peito e morreu nas primeiras horas da manhã de ontem. Seu motorista também foi morto, com um tiro na testa. A polícia russa disse não ter dúvidas de que Kozlov tenha sido morto por "assassinos profissionais".
Kozlov é o mais alto funcionário russo a ser assassinado desde que o presidente Vladimir Putin assumiu o poder, há seis anos. O último assassinato desse tipo foi o do ex-banqueiro Alexander Slesarev, em outubro do ano passado.
"[O assassinato] É um desafio ao governo russo", disse o presidente da estatal elétrica russa, Anatoly Chubais --ele próprio sobrevivente de uma tentativa de assassinato em 2005. "É um caso ao qual que as autoridades têm a obrigação de responder duramente, sem misericórdia."
Em sua cruzada anticorrupção, Kozlov fez muitos inimigos. De acordo com o diário britânico "The Independent", o banqueiro fechou 44 bancos apenas neste ano sob o argumento de que estavam envolvidos em atividades de lavagem de dinheiro e fraude fiscal, e defendeu que todos os financistas comprovadamente culpados fossem proibidos de atuar no setor bancário para sempre.
Momento delicado
Seus colegas de trabalho instaram o governo a "seguir a trilha do dinheiro" e investigar todos os bancos fechados por Kozlov recentemente, bem como os que ele pretendia fechar.
"Ele estava na linha de fogo da batalha contra crimes financeiros", disse Alexei Kudrin, ministro das Finanças. "Suas ações na área de supervisão bancária podem ter motivado os bandidos desses bancos a ordenar seu assassinato", disse Boris Gryzlov, porta-voz da Duma, a câmara baixa do Parlamento russo.
O diretor do Sindicato de Industriais e Empresários, Alexander Shokhin, disse que o assassinato de Kozlov parece um retorno à década de 90, durante a turbulenta transição russa ao capitalismo.
"Isso é justamente como no início dos anos 90, quando problemas empresariais eram rotineiramente resolvidos com assassinatos. Este é o primeiro caso desse tipo em muitos anos, o que é outro choque", afirmou.
O procurador-geral russo disse que assumiria pessoalmente a apuração do caso, e o premiê Mikhail Fradkov pediu que fosse informado regularmente sobre o andamento das investigações.
O mercado financeiro russo foi pouco afetado pela notícia. No entanto, segundo o "Financial Times", o assassinato de Kozlov coincide com um período delicado.
O investimento estrangeiro está em níveis recordes neste ano e o mercado de ações tem tido uma das melhores performances mundiais. Parte do sentimento favorável dos investidores está ligado à percepção de que os anos turbulentos haviam sido deixados para trás, avaliou o jornal britânico.
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