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17/09/2006 - 13h15

Abbas suspende negociações sobre novo governo até retorno dos EUA

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da Efe, em Ramallah

O presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, deve interromper as negociações com o Hamas para a formação de um novo governo até o seu retorno dos Estados Unidos, onde se reunirá com o presidente George W. Bush e a ministra israelense das Relações Exteriores, Tzipi Livni.

Nabil Amre, assessor do presidente palestino, disse neste domingo que Abbas prefere esperar, porque o "Hamas se retratou dos acordos e não aceita as exigências do Quarteto" de Madri, formado por EUA, União Européia (UE), Rússia e ONU. No entanto, horas depois o movimento islâmico do primeiro-ministro Ismail Haniyeh afirmou que as negociações continuariam.

Segundo o assessor do presidente palestino, a cautela de Abbas se deve às declarações feitas neste sábado por Haniyeh, que deve encabeçar também o próximo governo, que disse que o Hamas "não reconhecerá os acordos assinados" e que "só trabalhará com eles o que for de interesse do povo palestino".

Por ocasião da abertura das sessões na Assembléia Geral da ONU, Abbas deve ter esta semana uma extensa rodada de contatos com líderes estrangeiros, entre eles os de Estados Unidos e Israel, para convencer-lhes de que o novo governo respeitará os acordos de paz assinados até agora e reconhecerá o Estado israelense.

Segundo informou Abbas há uma semana, o pacto de governo entre os dois principais grupos políticos palestinos será inspirado na chamada Iniciativa Saudita de 2002 e no Documento dos Prisioneiros, que reconhecem Israel de forma implícita.

No entanto, as contínuas declarações de líderes islâmicos contra esse suposto reconhecimento do Estado de Israel e as realizadas neste sábado por Haniyeh sobre os acordos assinados, parecem bloquear a iniciativa.

Na sexta-feira, o Conselho de Exteriores da UE estendeu seu apoio ao novo governo palestino com a condição de que o Executivo satisfaça as reivindicações do Quarteto. No sábado, Washington expressou sérias reservas ao programa de governo e exigiu à ANP que introduza entre suas bases políticas um reconhecimento "claro" de Israel.

O jornal governista "Al Ayyam" informou que o cônsul geral dos EUA em Jerusalém, Jacob Walles, visitou Abbas neste sábado para confirmar a reunião com Bush na próxima quarta-feira e expressar as reservas dos Estados Unidos às bases do futuro governo da ANP, encabeçado pelos movimentos Fatah e Hamas.

Walles sustentou que Washington desejaria ver um reconhecimento claro de Israel, uma aceitação tácita dos acordos assinados até agora e um real abandono da violência, antes de suspender o boicote aos palestinos.

As três condições foram definidas pelo Quarteto de Madri depois que o Hamas assumiu o poder, em março.

Desde então, a comunidade internacional auxilia o povo palestino através de um mecanismo temporário de ajuda direta, que, no entanto, não resolve a grave crise econômica e humanitária, porque seu governo não tem fundos para pagar os salários de 165 mil servidores.

Por causa das declarações de Haniyeh, Abbas atrasou a entrega da carta ao chefe de governo na qual lhe encarregará da formação do novo Executivo e adiou as negociações de coalizão, segundo o jornal "Al Ayyam".

Assim como os Estados Unidos, Israel se mantém por enquanto muito cauteloso e indica que, enquanto o Hamas tiver maioria no Parlamento --conta com 74 dos 132 deputados--, o novo governo não terá nenhuma capacidade de manobra.

Funcionários do governo de Israel advertiram hoje para o fato de que o acordo da coalizão nacional não determina em nenhum momento o fim da violência por parte do braço armado do Hamas e de outras milícias.

As reservas de Israel serão parte da conversa que a ministra de Relações Exteriores israelense, Tzipi Livni, realizará na sexta-feira em Nova York com Abbas, que pretende fazer com que o governo de Ehud Olmert não boicote o novo Executivo.

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