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21/09/2006 - 12h36

Tortura talvez seja pior agora do que na época de Saddam, diz ONU

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da Folha Online

Relatório das Nações Unidas, citando evidências de graves torturas, mostra que o Iraque se transformou no lugar mais mortífero dos último tempos. Segundo o documento da organização, 6.599 iraquianos morreram de forma violenta nos dois últimos meses, 700 a mais que as mortes registradas nos dois meses anteriores ao período citado.

De acordo com o chefe da ONU (Organização das Nações Unidas) do setor antitortura, Manfred Nowak, os resultados apresentados agora mostram que talvez a questão da tortura no país esteja pior neste momento que à época do regime de Saddam Hussein, deposto em 2003 pelos EUA.

"O que as pessoas dizem é que a situação de violência e tortura atuais estão fora de controle", disse Nowak. "A situação é tão ruim que muitas pessoas dizem ser pior que a vivida na era Saddam."

Muitas das vítimas foram torturadas e assassinadas por esquadrões da morte na sangrenta violência sectária que atinge o Iraque. Os confrontos entre xiitas e sunitas tiveram início em fevereiro deste ano, após um importante mausoléu xiita ser atacado e parcialmente destruído em Samarra, ao norte de Bagdá.

"Corpos encontrados no Instituto Médico Legal freqüentemente apresentam marcas de torturas graves, incluindo ferimentos com ácido e queimaduras aparentemente feitas com substâncias químicas, pedaços de pele e olhos arrancados, ossos quebrados, além de dentes removidos ou danificados com o uso de choque elétrico e pregos", informa o relatório.

O documento aponta ainda que as mortes registradas em julho superam as do mês de agosto, quando o Washington anunciou que um reforço de segurança começara a atuar na capital Bagdá --local onde centenas de corpos foram encontrados.

Mas a boa notícia, de queda da violência em agosto, durou pouco. O atual mês de setembro já aponta para uma nova escalada no total de mortes, causada especialmente por esquadrões da morte envolvidos na batalha sectária e por explosões de carros-bomba no norte e no oeste do país.

O mais recente ataque com carro-bomba ocorreu nesta quinta-feira, quando uma violenta explosão matou ao menos dez pessoas e feriu 39 em Samarra (125 km ao norte de Bagdá), cidade em que teve início a violência sectária. Também hoje, atiradores que estavam em quatro veículos atacaram um posto policial no oeste de Bagdá, matando seis pessoas.

Membros da forças dos EUA prevêem aumento da violência na próxima semana, durante o Ramadã [mês sagrado para os muçulmanos], que começa no sábado (23).

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