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16/10/2006 - 09h28

Acusado de estupro, presidente de Israel evita parlamentares

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da France Presse, em Jerusalém

O presidente de Israel, Moshé Katsav, evitou nesta segunda-feira se reunir com parlamentares depois que a polícia informou ontem que há provas suficientes para indiciá-lo por estupro, abuso sexual e escutas ilegais, o que pode levá-lo a uma condenação de 3 a 16 anos de prisão.

Katzav preferiu não acompanhar a sessão inaugural da Knesset (Parlamento), para evitar o constrangimento ante as ameaças de alguns deputados de se retirarem do recinto.

AP
Katsav, que cancelou aparição no Parlamento após acusação por estupro
"O presidente Katzav anunciou que agradecia à presidente do Parlamento, Dalia Yitzik, o convite para assistir à sessão inaugural, mas que, levando em conta as circunstâncias, preferia recusar o convite", disse a rádio pública israelense.

Lior Katzav, irmão do presidente, disse, por sua vez, que "o chefe de Estado decidiu não ir ao Parlamento para evitar os protestos dos deputados. Ele é vítima de um complô e provará sua inocência".

Ao fim de uma investigação de três meses, a polícia recomendou ontem ao procurador Menahem Mazuz, que também é conselheiro jurídico do governo, que Katzav seja indiciado pelo estupro de sua ex-secretária e de uma empregada na época em que era ministro de Turismo.

"Há provas suficientes que indicam que em vários casos o presidente cometeu atos de estupro, atos sexuais forçados, atos sexuais sem consentimento e de abuso sexual", afirmou a polícia em comunicado.

Além disso, "há provas suficientes que indicam a violação da lei que proíbe as escutas ilícitas por parte do presidente", acrescentou a polícia após uma reunião entre os investigadores e o procurador do Estado, Menahem Mazuz, em Jerusalém.

Investigação

Durante as últimas semanas, a polícia investigou dez denúncias de estupro e de abuso sexual contra o presidente israelense por parte de ex-subordinados.

"A polícia não tem autoridade legal para fazer recomendações deste tipo", declarou no domingo o advogado do presidente, Zion Amir. "Não é a primeira vez que a polícia recomenda a acusação de altos funcionários, entre eles primeiros-ministros, e essas recomendações foram rejeitadas", acrescentou, referindo-se ao ex-chefe do governo israelense Ariel Sharon.

O presidente, nascido no Irã há 61 anos, é casado e pai de cinco filhos. Foi interrogado pela polícia em cinco ocasiões com relação aos testemunhos que afirmam que ele teria forçado subordinadas a manter relações sexuais, abusando de sua posição de autoridade.

Segundo a rádio, o procurador Mazuz deve se pronunciar dentro de duas ou três semanas sobre a gravidade dos fatos em questão.

Renúncia

Fontes do Ministério da Justiça, citadas pela rádio, garantiram que não será aceita a renúncia de Katzav em troca do levantamento de sanções contra ele.

Segundo as recomendações da polícia, Katzav deve ser processado por abuso sexual de cinco mulheres, atos indecentes, escutas ilegais, obstrução da Justiça e prevaricação.

De acordo com a lei, o presidente não goza de qualquer imunidade inerente a sua função, mas seu processo só pode começar quando ele renunciar ou for destituído, a fim de não prejudicar a imagem da presidência.

O presidente de Israel é eleito pelo parlamento. O mandato de Katzav está previsto para terminar em julho de 2007.

Especial
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