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18/10/2006 - 09h14

Corrupção derruba 2 do alto escalão da polícia do Iraque

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da Folha Online

O governo iraquiano afastou os dois principais comandantes da polícia do país, na primeira ação contra as denúncias de corrupção que pesam sobre as forças policiais iraquianas, segundo reportagem publicada nesta quarta-feira no jornal americano "The New York Times".

O afastamento é mais um fator que mostra a crise na segurança iraquiana, fortemente abalada desde fevereiro, quando teve início a violência sectária entre xiitas e sunitas que já deixou milhares de mortos. No início deste mês, o Exército dos EUA anunciou que cerca de 4.000 policiais iraquianos morreram nos últimos dois anos no Iraque.

Na semana passada, uma reportagem do jornal americano "The Washington Post" apontou que mais de 600 mil pessoas morreram desde que a invasão do país liderada pelos EUA, em 2003.

Além de suas próprias brigadas, os dois generais afastados --Rasheed Fleyah e Mahdi Sabeh, ambos xiitas-- lideravam forças especiais da polícia, amplamente criticadas pela alta infiltração de membros da milícia xiita. Eles estavam em seus postos desde o governo anterior.

O afastamento ocorre em um momento em que o premiê iraquiano, Nouri Al Maliki, sofre intensa pressão dos governo dos EUA para acabar com a ligação da polícia iraquiana com a milícia xiita e os esquadrões da morte.

Autoridades americanas, incluindo a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, avisaram Al Maliki, em visita à Bagdá no início do mês, a respeito da crescente "impaciência" dos EUA, especialmente no que se refere à falha do governo iraquiano em deter os esquadrões da morte que atuam no país com o apoio ou a negligência do ministério do Interior.

A reorganização das forças policiais no Iraque teve início com a suspensão, no início do mês, de uma brigada policial suspeita de ligação com esquadrões da morte. O grupo era acusado de facilitar ou participar ativamente de seqüestros de trabalhadores em massa e assassinatos.

Sunitas iraquianos temem a ação dos comandos da polícia, que ficou fora de controle depois que a coalizão de partidos xiitas chegou ao poder, no ano passado.

O ministro iraquiano do Interior, Jawad al Bolani, disse na sexta-feira (13) que havia demitido mais de 3.000 funcionários e que, com a aprovação de Maliki, ninguém "estaria imune" à reestruturação. Ele não deixou claro se novas demissões ocorreriam na polícia iraquiana.

Prisão

O Exército americano também exerceu pressão sobre a milícia xiita nesta terça-feira, com a prisão de um alto assessor de Moqtada al Sadr, clérigo xiita anti-americano.

O acusado, cuja identidade não foi divulgada pelo Exército, é apontado como responsável por seqüestros, mortes e torturas de sunitas e xiitas, além de ataques contra alvos americanos.

A ação causou a indignação dos partidários de Al Sadr, que realizaram manifestações em Bagdá nesta quarta-feira.

O porta-voz de Al Sadr identificou o homem preso como Mazin al Saedi, chefe do escritório de Al Sadr na região xiita de Shuala. Ele negou as acusações contra Al Saedi.

De acordo com o Exército, uma segunda pessoa não-identificada foi presa na ação.

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