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25/10/2006
-
21h51
da Efe, em Buenos Aires
Após um ano e meio de novas investigações, a procuradoria argentina acusou nesta quarta-feira o governo do Irã de encomendar ao grupo terrorista libanês Hizbollah o atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), que matou 85 pessoas em Buenos Aires em 1994.
Em um longo documento, a unidade de procuradores criada especialmente para investigar novamente o ataque terrorista pediu que o juiz encarregado do caso ordene a captura de oito iranianos, entre eles o ex-presidente Ali Akbar Hashemi Rafsanjani.
A procuradoria apontou diretamente para o governo de Teerã e para o Hizbollah [grupo extremista islâmico libanês que recebe apoio sírio e iraniano] após o fracasso de quase uma década de investigações comandadas pelo juiz Juan José Galeano, destituído no ano passado em meio a denúncias de graves irregularidades no processo.
A explosão da sede da Amia "foi uma decisão tomada pelas mais altas autoridades do governo do Irã", que "encomendaram" ao Hizbollah "a organização" do atentado, afirmou hoje o promotor Alberto Nisman.
Em entrevista coletiva, Nisman anunciou que pediu ao juiz que investiga o caso, Rodolfo Canicoba Corral, a captura do ex-presidente do Irã e dos ex-ministros Ali Akbar Velayati (Relações Exteriores) e Ali Fallahijan (Informação e Segurança).
Nisman também solicitou a prisão do ex-comandante da Guarda Revolucionária Mohsen Rezaei, do ex-chefe do Serviço de Segurança do Hizbollah Imad Fayez Moughnieh, do ex-líder das Forças Quds Ahmad Vahidi e de dois ex-funcionários da embaixada do Irã em Buenos Aires: Moshen Rabbani e Ahmad Reza Ashgari.
Matriz terrorista
"Estas são as primeiras conclusões de um ano e meio de trabalho", disse Nisman sobre o documento de 800 páginas em relação ao ataque perpetrado com um carro-bomba em 18 de julho de 1994, que, além de 85 mortos, deixou 151 feridos.
"A decisão de perpetrar o atentado foi tomada no dia 14 de agosto de 1993 na cidade iraniana de Mashhad, durante uma reunião do chamado Comitê de Assuntos Especiais, integrado pelas mais altas autoridades políticas e religiosas do regime", diz o documento.
O documento também considera provado que o Irã utilizou a mesma "matriz terrorista" em ataques perpetrados na Europa, e que a embaixada do Irã em Buenos Aires tornou-se uma "estação de inteligência que preparou" o terreno para o atentado.
Como antecipara o procurador em novembro do ano passado, o documento considera provado que o atentado foi "executado" pelo Hizbollah e que o terrorista suicida que se matou em um carro-bomba era o libanês Ibrahim Hussein Berro.
A comunidade judaica da Argentina, que é a mais numerosa da América Latina e pedira que o governo rompesse as relações diplomáticas com a República Islâmica, elogiou o trabalho dos procuradores.
Outros ataques
O ataque à Amia foi o segundo atentado cometido contra alvos judaicos na Argentina. Em 1992, a explosão de um carro-bomba em frente à sede da embaixada de Israel em Buenos Aires deixara 29 mortos e mais de cem feridos.
A Corte Suprema de Justiça revisará a decisão com a qual, há dois anos, foram absolvidos por falta de provas 22 argentinos, entre eles vários ex-policiais, acusados de cumplicidade no atentado contra a Amia, depois de quase três anos de julgamento.
Além disso, em uma ação paralela à principal, outro juiz investiga irregularidades cometidas pelo juiz Juan José Galeano, que foi afastado do caso em 2003 e destituído por "mau desempenho de suas funções" em agosto do ano passado.
Especial
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Argentina acusa Irã e Hizbollah por atentado de 1994
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Após um ano e meio de novas investigações, a procuradoria argentina acusou nesta quarta-feira o governo do Irã de encomendar ao grupo terrorista libanês Hizbollah o atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), que matou 85 pessoas em Buenos Aires em 1994.
Em um longo documento, a unidade de procuradores criada especialmente para investigar novamente o ataque terrorista pediu que o juiz encarregado do caso ordene a captura de oito iranianos, entre eles o ex-presidente Ali Akbar Hashemi Rafsanjani.
A procuradoria apontou diretamente para o governo de Teerã e para o Hizbollah [grupo extremista islâmico libanês que recebe apoio sírio e iraniano] após o fracasso de quase uma década de investigações comandadas pelo juiz Juan José Galeano, destituído no ano passado em meio a denúncias de graves irregularidades no processo.
A explosão da sede da Amia "foi uma decisão tomada pelas mais altas autoridades do governo do Irã", que "encomendaram" ao Hizbollah "a organização" do atentado, afirmou hoje o promotor Alberto Nisman.
Em entrevista coletiva, Nisman anunciou que pediu ao juiz que investiga o caso, Rodolfo Canicoba Corral, a captura do ex-presidente do Irã e dos ex-ministros Ali Akbar Velayati (Relações Exteriores) e Ali Fallahijan (Informação e Segurança).
Nisman também solicitou a prisão do ex-comandante da Guarda Revolucionária Mohsen Rezaei, do ex-chefe do Serviço de Segurança do Hizbollah Imad Fayez Moughnieh, do ex-líder das Forças Quds Ahmad Vahidi e de dois ex-funcionários da embaixada do Irã em Buenos Aires: Moshen Rabbani e Ahmad Reza Ashgari.
Matriz terrorista
"Estas são as primeiras conclusões de um ano e meio de trabalho", disse Nisman sobre o documento de 800 páginas em relação ao ataque perpetrado com um carro-bomba em 18 de julho de 1994, que, além de 85 mortos, deixou 151 feridos.
"A decisão de perpetrar o atentado foi tomada no dia 14 de agosto de 1993 na cidade iraniana de Mashhad, durante uma reunião do chamado Comitê de Assuntos Especiais, integrado pelas mais altas autoridades políticas e religiosas do regime", diz o documento.
O documento também considera provado que o Irã utilizou a mesma "matriz terrorista" em ataques perpetrados na Europa, e que a embaixada do Irã em Buenos Aires tornou-se uma "estação de inteligência que preparou" o terreno para o atentado.
Como antecipara o procurador em novembro do ano passado, o documento considera provado que o atentado foi "executado" pelo Hizbollah e que o terrorista suicida que se matou em um carro-bomba era o libanês Ibrahim Hussein Berro.
A comunidade judaica da Argentina, que é a mais numerosa da América Latina e pedira que o governo rompesse as relações diplomáticas com a República Islâmica, elogiou o trabalho dos procuradores.
Outros ataques
O ataque à Amia foi o segundo atentado cometido contra alvos judaicos na Argentina. Em 1992, a explosão de um carro-bomba em frente à sede da embaixada de Israel em Buenos Aires deixara 29 mortos e mais de cem feridos.
A Corte Suprema de Justiça revisará a decisão com a qual, há dois anos, foram absolvidos por falta de provas 22 argentinos, entre eles vários ex-policiais, acusados de cumplicidade no atentado contra a Amia, depois de quase três anos de julgamento.
Além disso, em uma ação paralela à principal, outro juiz investiga irregularidades cometidas pelo juiz Juan José Galeano, que foi afastado do caso em 2003 e destituído por "mau desempenho de suas funções" em agosto do ano passado.
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