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28/10/2006 - 09h10

Violência durante greve no México deixa quatro mortos

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da Efe, em Oaxaca (México)

A violência no Estado mexicano de Oaxaca explodiu nesta sexta-feira com tiros, coquetéis molotov e carros incendiados, deixando um saldo de quatro mortos e vários feridos num clima de confusão e insegurança. O presidente Vicente Fox ordenou hoje o envio de tropas federais à região para pôr fim ao conflito que vive o Estado sulista há cinco meses.

Os confrontos se estenderam durante horas. A confusão começou quando grupos de desconhecidos atacaram a tiros as barricadas da Assembléia Popular dos Povos de Oaxaca (APPO), que pede a renúncia do governador Ulises Ruiz.

O cinegrafista americano Bradley Roland Will (inicialmente identificado como Brad Wheyler) levou um tiro no peito e morreu quando era levado a um hospital público. A morte de Will foi confirmada pelo chefe da Cruz Vermelha de Oaxaca, Javier Pérez. Ele afirmou que o cinegrafista "chegou morto" às instalações médicas.

A promotora de Oaxaca, Lizbeth Caña Cadeza, disse em entrevista coletiva que três pessoas morreram por causa dos tiroteios desta sexta: Will e os mexicanos Esteban Zurita López e Emilio Alonso Fabián. Ela acrescentou que uma mulher sem ligação com o conflito, Eudocia Olivera Díaz, morreu quando era atendida numa ambulância, que não conseguiu chegar ao hospital devido às barricadas.

A embaixada dos EUA confirmou a morte de Bradley em comunicado que lido pela rede "Televisa". Um dos feridos foi identificado pelas testemunhas como Osvaldo Ramírez, fotógrafo do jornal "Milenio", que levou um tiro no pé.

Stringer/Reuters
Homem ferido durante protestos em Oaxaca é carregado por grevistas; quatro já morreram
Homem ferido durante protestos em Oaxaca é carregado por grevistas; quatro já morreram
Segundo a imprensa, houve cerca de 20 confrontos com troca de tiros desde a tarde de sexta-feira. Os incidentes mais violentos aconteceram em El Rosário, município de Santa Lúcia, e nas instalações da Procuradoria Geral de Justiça do Estado, onde um grupo de professores ocupa os escritórios.

Horas antes, a APPO havia divulgado um ultimato ao governador Ulises Ruiz, exigindo a sua renúncia.

Os militantes e simpatizantes da APPO reforçaram suas barricadas durante o dia, bloquearam estradas e forçaram o fechamento de algumas lojas de departamentos. Os ativistas enfrentaram com pistolas, paus, machados e pedras um grupo, que acusaram de ser formado por pistoleiros e policiais à paisana.

Na capital mexicana o ministro do Interior do México, Carlos Abascal, se reuniu com dirigentes da seção 22 do Sindicato Nacional de Trabalhadores da Educação (SNTE), que iniciou os protestos em Oaxaca e que decidiu suspender a greve após cinco meses. Ao fim da reunião, a Secretaria de Governo emitiu um comunicado condenando a violência e pedindo ao governo de Oaxaca uma investigação.

"A violência que afetou vidas humanas e a tranqüilidade de todo o povo não pode ficar impune. É urgente que o Governo do estado esclareça os fatos das últimas horas e verifique as responsabilidades para punir os responsáveis com todo o rigor da lei", exigiu o Ministério.

O prédio do Ministério de Governo na Cidade do México está fortemente protegido por forças de segurança federais para evitar que os membros da APPO bloqueiem os acessos.

Com a decisão pelo fim da greve, o movimento civil em Oaxaca fica dividido. A APPO insiste em manter suas ações até a renúncia do governador Ruiz.

O conflito começou dia 22 de maio, com uma greve de professores em reivindicação de aumentos salariais, e se complicou com a repressão policial, em 14 de junho. Organizações sociais aderiram ao movimento, incluindo nas exigências a renúncia de Ruiz.

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