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30/10/2006 - 18h18

Exército do Paquistão ataca escola religiosa e mata 80 pessoas

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da Folha Online

Um ataque de tropas paquistanesas mataram nesta segunda-feira cerca de 80 estudantes e professores em uma madrassa [escola religiosa] na vila de Chingai, perto da cidade de Khar, no Paquistão, segundo moradores e políticos locais. O Exército paquistanês afirma que os 80 mortos eram militantes envolvidos em ações de insurgência. Foi o mais violento ataque contra supostos rebeldes no país.

Efe
Exército do Paquistão deixou em ruínas uma escola religiosa; ataque matou 80 pessoas
Exército do Paquistão deixou em ruínas uma escola religiosa; ataque matou 80 pessoas
Apoiadas por helicópteros, as tropas destruíram a escola religiosa, que segundo o Exército seria usada como local de treinamento para novos membros da rede terrorista Al Qaeda.

De acordo com testemunhas e líderes locais, apenas estudantes e professores morreram no ataque.

A operação causou protestos em Chingai, Khar e em outras cidades de Bajur, enquanto líderes políticos e tribais denunciaram o Exército paquistanês, dizendo que apenas civis inocentes, e não terroristas, foram mortos na ação.

As tensões ameaçaram os esforços de paz entre autoridades de governo e líderes da região tribal, que é cenário de atividades de rebeldes que se opõem às tropas paquistanesas e às forças americanas no Afeganistão. O Exército paquistanês negou qualquer influência estrangeira no ataque.

Repercussão

A ação contra a escola gerou uma rápida repercussão política no Afeganistão. O ministro Siraj ul Haq, membro do gabinete de governo da Província, e o membro do Parlamento afegão Haroon ur Rashid condenaram a ação e anunciaram planos para renunciar a seus mandatos, de acordo com informações de uma rede de TV local.

O porta-voz do Exército, Shaukat Sultan, que cita fontes da inteligência, manteve a informação de que ataque matou cerca de 80 supostos rebeldes paquistaneses e estrangeiros. Apenas três pessoas teriam sobrevivido.

"Os militantes estavam envolvidos em ações no Paquistão, e provavelmente no Afeganistão", disse o porta-voz militar. Segundo ele, a madrassa era utilizada para treinar rebeldes e foi atacada depois que os avisos para que fosse fechada foram ignorados nas últimas semanas.

Helicópteros lançaram ao menos quatro mísseis contra a madrassa, onde mais de 80 pessoas se reuniam, segundo Sultan. As explosões destruíram o prédio e espalharam partes de corpos, sangue e escombros pela área.

Na madrassa, dezenas de moradores recolhiam corpos do local, colocando pedaços de corpos em sacos plásticos. "Nós ouvimos helicópteros e, em seguida, explosões de bombas", disse uma das testemunhas, Haji Youssef. "Estamos todos muito tristes com o que presenciamos".

A região de Bajur fica próxima da região da Província de Kunar, no Afeganistão, e grupos rebeldes supostamente lançam armas e suprimentos pela fronteira para ajudar nos ataques contra as forças dos EUA que operam na área.

O Paquistão se transformou no principal aliado dos EUA em sua guerra contra o terror após os ataques de 11 de Setembro. Mais de 80 mil soldados foram destacados na região para combater membros da Al Qaeda e da milícia Taleban que agem na região.

Com agências internacionais

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