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07/11/2006 - 12h14

Iraque acusa 50 policiais por crime de tortura

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da Folha Online

O Ministério do Interior iraquiano anunciou nesta terça-feira que acusou formalmente 50 policiais por tortura, no mesmo dia em que autoridades relataram ter achado 15 corpos de supostas vítimas de esquadrões da morte infiltrados nas forças policiais.

Os nomes dos acusados não foram divulgados, mas o porta-voz Abdel Karim Khalaf disse que o grupo foi punido administrativamente e deve enfrentar acusações formais na Justiça."Todos serão levados à Justiça, que decidirá a respeito de seu destino", disse Khalaf.

Segundo ele, os episódios de tortura ocorreram em uma prisão ao leste de Bagdá. O porta-voz se recusou a fornecer mais detalhes a respeito dos abusos ou sobre a pena prevista.

Os 15 corpos não-identificados de supostas vítimas de tortura foram encontrados no rio Tigre, na região de Suwayrah, 40 quilômetros ao sul de Bagdá, segundo a polícia.

Todas as vítimas estavam vendadas e tinham as mãos e os pés amarrados, além de marcas de tiros na cabeça e no peito.

Esquadrões da morte são acusados de estar por trás dos assassinatos, dos quais centenas foram registrados em Bagdá após o ataque contra uma mesquita xiita em Samarra, em 22 de fevereiro. O atentado causou a eclosão de uma onda de violência sectária no país.

Saddam

Nesta terça-feira, o ex-ditador Saddam Hussein voltou ao banco dos réus, dois dias depois de ser condenado à forca por um ataque contra xiitas em Dujail, em 1982. Ele voltou ao júri em um segundo caso, no qual é acusado de genocídio contra curdos.

Saddam e outros seis réus responder por crime de genocídio devido à sua participação na Operação Anfal, realizada em 1988, contra curdos do norte do Iraque. Segundo a promotoria, mais de 180 mil foram mortos, muitos deles envenenados com gás.

Ele foi condenado no domingo por crimes contra a humanidade por ordenar a execução de 148 xiitas na cidade de Dujail, após uma tentativa de assassinato contra o ex-ditador, na década de 80. Uma corte de apelações deve revisar a sentença de morte ainda neste ano.

Toque de recolher

O toque de recolher que havia sido imposto há três dias em Bagdá e em outras três Províncias do Iraque foi suspenso às 6h (1h de Brasília) desta terça-feira. A medida havia sido adotada para evitar incidentes em conseqüência da condenação à morte de Saddam.

As ruas das Províncias de Bagdá, Diyala, Salah al Din e Ninawa começaram a retomar sua movimentação normal. Lojas voltaram a abrir e os veículos a circular pelas ruas das capitais das Províncias. Apenas em Ninawa, no norte do Iraque, o governo manteve as restrições.

O aeroporto internacional de Bagdá, que tinha sido fechado também por razões de segurança, foi reaberto, segundo anúncio do Ministério de Transporte.

Baixas

Nesta terça-feira, o Exército dos EUA anunciou que um soldado baseado em Bagdá foi morto ontem após a explosão de uma bomba de beira de estrada.

A nova morte eleva para 19 o número de soldados americanos mortos no país em novembro.

Um soldado britânico também morreu em um ataque a uma base militar em Basra (sul).

Na última quinta-feira (2), os tenentes Eric J. Kruger e Paul J. Finken, ambos de 40 anos, e o sargento Joseph A. Gage, 28, morreram após a explosão de uma bomba perto que atingiu o veículo em que trafegavam, na região leste de Bagdá.

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