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09/11/2006 - 16h28

Premiê israelense diz que ataque que matou 18 foi falha técnica

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da Folha Online

O premiê de Israel, Ehud Olmert, afirmou nesta quinta-feira que o ataque israelense que matou 18 civis ontem em Beit Hanoun (Faixa de Gaza) foi causado por uma "falha técnica". Olmert solicitou uma reunião imediata com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.

AP
O premiê israelense, Ehud Olmert, afirmou que o ataque que deixou 26 mortos foi "erro"
O premiê israelense, Ehud Olmert, afirmou que o ataque que deixou 26 mortos foi "erro"
"Ele ficará surpreso com o quão longe estamos dispostos a ir. Posso oferecer muito", disse Olmert, sem no entanto dar detalhes sobre uma possível negociação.

Durante uma entrevista para uma rede de TV, o premiê expressou arrependimento pelo derramamento de sangue da última quarta-feira. "Estou muito desconfortável com o incidente." Ele disse que iria investigar pessoalmente as causas do ataque em Beit Hanoun, lançado pouco antes do amanhecer.

"Este caso particular foi um erro. Não foi um ataque planejado", afirmou Olmert. "Foi uma falha técnica da artilharia israelense, Eu chequei e verifiquei isso.

Operação militar

Apesar das desculpas oferecidas pelo ataque de ontem, Israel informou que pretende continuar suas operações militares na Faixa de Gaza enquanto persistirem os ataques com foguetes palestinos. Olmert afirmou que Israel fará o possível para evitar erros como os de quarta-feira, mas advertiu que novas tragédias pode acontecer.

O premiê disse que o ataque de artilharia visava atingir uma plantação de laranjas usada por esquadrões para lançar foguetes contra Israel. Olmert disse ainda que está preparado para se reunir com Abbas "em qualquer lugar, a qualquer hora", e que é o presidente da ANP que evitou um encontro até agora.

Por sua vez, Abbas disse que está pronto para negociar com Olmert, mas quer garantias de as negociações alcançarão resultados concretos.

Funeral

A população da Cisjordânia e da faixa de Gaza vive hoje um dia de luto após a morte de 26 palestinos em ataques israelenses --entre eles 18 civis, a maioria mulheres e crianças, que morreram em Beit Hanoun.

Dezenas de milhares de palestinos participaram hoje em Gaza do funeral das 18 vítimas, em meio ao sentimento de luto, indignação e pedidos de vingança. Segundo testemunhas, trata-se de um dos maiores funerais na faixa de Gaza neste ano, e o maior massacre de civis desde o início da Intifada de 2000.

O ataque ocorreu na madrugada da quarta-feira, quando casas foram atingidas por ao menos dois projéteis israelenses enquanto os moradores dormiam. A ANP decretou três dias de luto, e o presidente Mahmoud Abbas responsabilizou Israel pelo que possa ocorrer a partir de agora.

Reação

Desde o ataque, grupos extremistas palestinos lançaram mais de 20 foguetes contra Israel, em uma mostra de indignação e sede de vingança, que deve aumentar a tensão nos próximos dias.

As reações de protesto devido às conseqüências do bombardeio também se estenderam a várias regiões de Israel, onde a comunidade palestina, formada por 1 milhão de habitantes, saiu às ruas para mostrar sua indignação.

A polícia de Jerusalém anunciou a prisão de 11 pessoas envolvidas em distúrbios na cidade velha, onde cerca de 200 jovens marcharam da Esplanada das Mesquitas até a delegacia de polícia em frente ao Muro das Lamentações. Outras 200 mulheres se reuniram para manifestar do lado de fora da cidade, e um terceiro grupo também se reuniu no Portão das Flores.

A polícia, que não tinha autorizado nenhuma destas manifestações, lançou bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes. Em outra parte da cidade, perto da segunda manifestação, dois policiais israelenses ficaram feridos depois de serem atingidos por pedras lançadas por um grupo de palestinos.

Tel Aviv

Em Tel Aviv (Israel), no campus universitário, dezenas de estudantes judeus e árabes fizeram uma manifestação contra o Exército por causa do massacre.

Os órgãos israelenses de segurança estão desde ontem em estado de alerta máximo, por temerem que a tensão se agrave e haja novos atentados suicidas palestinos em seu território.

O serviço secreto afirma ter recebido mais de 60 supostas ameaças e 15 concretas. Também hoje, a Liga Árabe convocou uma reunião urgente para o próximo domingo para discutir a situação após os bombardeios israelenses na faixa de Gaza.

O representante egípcio na organização pan-árabe, o embaixador Hani Jalaf, disse aos jornalistas que os ministros de Exteriores manterão a reunião na sede da Liga Árabe, no Cairo.

Jalaf disse que o anúncio da formação de um governo de união nacional ficou estagnado devido aos últimos bombardeios israelenses contra Beit Hanoun, mas que a ANP pode dar a notícia a qualquer momento.

Com agências internacionais

Especial
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