12/11/2006 - 11h12

Palestinos ameaçam atacar americanos após veto na ONU

da Efe

Quatro grupos armados palestinos ameaçaram neste domingo atacar interesses americanos no Oriente Médio em resposta ao veto dos Estados Unidos no Conselho de Segurança (CS) da ONU a uma resolução que condenava o ataque israelense a Beit Hanoun (faixa de Gaza).

Um comunicado divulgado hoje nos territórios palestinos pelos Comitês Populares da Resistência e outros grupos menores vinculados ao movimento Fatah [principal grupo político da Organização para a Libertação da Palestina, ligado a Mahmoud Abbas] exorta "todos os homens livres do mundo e todos os mujahedins no mundo islâmico a atacar severamente os americanos".

O documento também diz que os EUA e seus cidadãos são alvos legítimos para os palestinos, depois de o país vetar, no CS da ONU, uma resolução na qual eram condenadas as operações militares de Israel na Faixa de Gaza.

Na última quarta-feira (8), a artilharia israelense bombardeou uma área habitada da localidade de Beit Hanoun, no norte de Gaza, matando 18 civis, a maioria mulheres e crianças.

"Os cowboys e seus cidadãos não são mais prezados que o sangue das crianças da família Al Athaman, independentemente de seus trabalhos ou posições", assinala o comunicado ao se referir a uma das famílias vitimadas pelo ataque israelense.

As milícias palestinas também criticam o CS da ONU, afirmando que é um órgão criado exclusivamente para defender Israel e manter sua segurança.

Ameaça

A ameaça lançada pelos quatro grupos armados palestinos é a segunda feita contra alvos americanos em uma semana, depois de o grupo extremista islâmico Hamas ter ameaçado os EUA pela primeira vez para vingar a morte de civis em Beit Hanoun.

A Autoridade Nacional Palestina (ANP) lamentou hoje o veto dos EUA na ONU, e afirmou que isso "encoraja mais agressões".

"O veto dos EUA à resolução da ONU que condenava os massacres diários de Israel contra o povo palestino, sem sombra de dúvidas, encoraja Israel a realizar mais agressões nos territórios palestinos", disse hoje Nabil Abu Rudeina, porta-voz do presidente da ANP, Mahmoud Abbas.

A resolução foi apresentada pelo Qatar, o único país árabe representado no CS da ONU, e contou com o voto favorável de dez países. Houve quatro abstenções: Reino Unido, Dinamarca, Japão e Eslováquia.

O documento teve que ser revisado para obter mais apoio e nele se censurava também o lançamento de foguetes de Gaza rumo a Israel. No entanto, o embaixador dos EUA na ONU, John Bolton, rejeitou a resolução por considerá-la "parcial" e "politicamente motivada".

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