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12/11/2006
-
21h14
da Folha Online
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, parece disposto a encontrar um novo rumo no Iraque, o que poderia incluir uma cooperação maior com Síria e Irã. O anúncio é dado em momento é de descontentamento de alguns legisladores, que reclamam a retirada das tropas no prazo de quatro a seis meses.
Enfraquecido pela vitória arrasadora dos democratas nas eleições legislativas da semana passada, Bush prometeu trabalhar com a oposição sobre grandes temas políticos, mas reafirmou que a retirada dos 150 mil militares americanos no Iraque só acontecerá "depois da vitória".
Em busca de soluções, o presidente americano receberá nesta segunda-feira, na Casa Branca, o Grupo de Estudos sobre o Iraque --criado por iniciativa do Congresso e dirigido pelo ex-secretário de Estado James Baker e pelo ex-legislador democrata Lee Hamilton.
O grupo, que publicará suas conclusões nos próximos meses, deverá propor uma retirada gradual do Iraque e a abertura de negociações com Síria e Irã --vizinhos do país em conflito e inimigos dos Estados Unidos na região-- para ajudar a restaurar a estabilidade.
De quatro a seis meses
Neste domingo, o senador democrata Carl Levin --provável presidente da comissão de Forças Armadas do Senado americano a partir de janeiro-- afirmou o seu desejo de que os Estados Unidos iniciem a retirada de suas tropas nos próximos quatro ou seis meses.
"As pessoas se declaram categoricamente favoráveis a mudar o curso no Iraque", afirmou Levin ao canal ABC, acrescentando que o compromisso das forças americanas nesse país "não é prorrogável". "De fato, precisamos iniciar uma retirada, paulatinamente, das forças do Iraque dentro de quatro ou seis meses", afirmou.
Levin disse que os Estados Unidos deveriam pressionar o governo iraquiano a uma solução política. "Devemos exercer pressão sobre eles para fazer o que só os líderes iraquianos podem fazer, ou seja, conseguir uma solução política".
Posicionamento britânico
Segundo o jornal britânico "The Observer", o primeiro-ministro britânico Tony Blair e Bush conversaram por telefone sobre as futuras mudanças na estratégia militar da coalizão no Iraque.
Indagado pela publicação sobre a conversa, um porta-voz de Blair confirmou que os dois líderes conversaram por telefone na sexta-feira, mas não revelou o conteúdo da conversa.
Blair, de acordo com "The Observer", também falou com Bush sobre a necessidade de envolver vizinhos do Iraque, Síria e Irã, nos esforços de estabilizar o país, alvo da violência sectária.
Blair deve fornecer um relatório na próxima semana visando a uma futura política no Iraque, segundo informou seu gabinete ontem.
Blair falará via teleconferência na terça-feira com o comitê chefiado por Baker --o que evidencia que Washington pode mudar seu curso no Iraque.
Estratégia
Na sexta-feira, o general Peter Pace, chefe do Estado-Maior, disse que os líderes militares americanos estão elaborando suas próprias observações sobre o curso da guerra no Iraque, assinalando mais uma mudança após a partida do secretário de Defesa, Donald Rumsfeld.
A principal decisão a ser tomada pelo novo regime no Pentágono seria enviar mais tropas para conter a violência sectária ou agir mais agressivamente em relação às milícias xiitas --responsáveis pelo banho de sangue no país.
"Precisamos fazer uma avaliação honesta do que está dando certo e o que não está dando certo, o que está impedindo nossos progressos e o que deveríamos mudar quanto ao que fazemos para garantir o objetivo estabelecido", afirmou Pace em entrevista ao canal CBS.
Segundo um alto funcionário do Pentágono, que não quis ser identificado, o general Pace criou dentro do Estado-Maior um grupo de trabalho que inclui estrategistas com experiência recente no Iraque para a adoção de novas idéias.
150 mil iraquianos mortos
Cerca de 150 mil iraquianos morreram em decorrência da violência diária desde que forças americanas e britânicas invadiram o país, em 2003, segundo o ministério da Saúde iraquiano.
Segundo um alto funcionário do ministério, as pessoas foram vítimas de atos terroristas, de combates e de assassinatos. Entre 75 e 80 pessoas morrem em média diariamente no Iraque devido à violência sectária no país, de acordo com a fonte ministerial.
Os números têm por base estatísticas diárias enviadas a um departamento do ministério, que são atualizados todos os meses para que se chegue a um novo balanço a cada seis meses.
Com agências internacionais
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Enfraquecido pela vitória arrasadora dos democratas nas eleições legislativas da semana passada, Bush prometeu trabalhar com a oposição sobre grandes temas políticos, mas reafirmou que a retirada dos 150 mil militares americanos no Iraque só acontecerá "depois da vitória".
Em busca de soluções, o presidente americano receberá nesta segunda-feira, na Casa Branca, o Grupo de Estudos sobre o Iraque --criado por iniciativa do Congresso e dirigido pelo ex-secretário de Estado James Baker e pelo ex-legislador democrata Lee Hamilton.
O grupo, que publicará suas conclusões nos próximos meses, deverá propor uma retirada gradual do Iraque e a abertura de negociações com Síria e Irã --vizinhos do país em conflito e inimigos dos Estados Unidos na região-- para ajudar a restaurar a estabilidade.
De quatro a seis meses
Neste domingo, o senador democrata Carl Levin --provável presidente da comissão de Forças Armadas do Senado americano a partir de janeiro-- afirmou o seu desejo de que os Estados Unidos iniciem a retirada de suas tropas nos próximos quatro ou seis meses.
"As pessoas se declaram categoricamente favoráveis a mudar o curso no Iraque", afirmou Levin ao canal ABC, acrescentando que o compromisso das forças americanas nesse país "não é prorrogável". "De fato, precisamos iniciar uma retirada, paulatinamente, das forças do Iraque dentro de quatro ou seis meses", afirmou.
Levin disse que os Estados Unidos deveriam pressionar o governo iraquiano a uma solução política. "Devemos exercer pressão sobre eles para fazer o que só os líderes iraquianos podem fazer, ou seja, conseguir uma solução política".
Posicionamento britânico
Segundo o jornal britânico "The Observer", o primeiro-ministro britânico Tony Blair e Bush conversaram por telefone sobre as futuras mudanças na estratégia militar da coalizão no Iraque.
Indagado pela publicação sobre a conversa, um porta-voz de Blair confirmou que os dois líderes conversaram por telefone na sexta-feira, mas não revelou o conteúdo da conversa.
Blair, de acordo com "The Observer", também falou com Bush sobre a necessidade de envolver vizinhos do Iraque, Síria e Irã, nos esforços de estabilizar o país, alvo da violência sectária.
Blair deve fornecer um relatório na próxima semana visando a uma futura política no Iraque, segundo informou seu gabinete ontem.
Blair falará via teleconferência na terça-feira com o comitê chefiado por Baker --o que evidencia que Washington pode mudar seu curso no Iraque.
Estratégia
Na sexta-feira, o general Peter Pace, chefe do Estado-Maior, disse que os líderes militares americanos estão elaborando suas próprias observações sobre o curso da guerra no Iraque, assinalando mais uma mudança após a partida do secretário de Defesa, Donald Rumsfeld.
A principal decisão a ser tomada pelo novo regime no Pentágono seria enviar mais tropas para conter a violência sectária ou agir mais agressivamente em relação às milícias xiitas --responsáveis pelo banho de sangue no país.
"Precisamos fazer uma avaliação honesta do que está dando certo e o que não está dando certo, o que está impedindo nossos progressos e o que deveríamos mudar quanto ao que fazemos para garantir o objetivo estabelecido", afirmou Pace em entrevista ao canal CBS.
Segundo um alto funcionário do Pentágono, que não quis ser identificado, o general Pace criou dentro do Estado-Maior um grupo de trabalho que inclui estrategistas com experiência recente no Iraque para a adoção de novas idéias.
150 mil iraquianos mortos
Cerca de 150 mil iraquianos morreram em decorrência da violência diária desde que forças americanas e britânicas invadiram o país, em 2003, segundo o ministério da Saúde iraquiano.
Segundo um alto funcionário do ministério, as pessoas foram vítimas de atos terroristas, de combates e de assassinatos. Entre 75 e 80 pessoas morrem em média diariamente no Iraque devido à violência sectária no país, de acordo com a fonte ministerial.
Os números têm por base estatísticas diárias enviadas a um departamento do ministério, que são atualizados todos os meses para que se chegue a um novo balanço a cada seis meses.
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