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16/11/2006 - 18h04

Confira a íntegra do bate-papo com Sérgio Dávila

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da Folha Online

Confira abaixo a íntegra do bate-papo com o jornalista Sérgio Dávila, correspondente da Folha em Washington. O texto reflete a forma como os participantes digitaram. Participaram do chat 319 pessoas.


Bem-vindo ao Bate-papo com Convidados do UOL. Converse agora com o jornalista Sérgio Dávila sobre a vitória democrata nas eleições parlamentares americanas. Para enviar sua pergunta, selecione o nome do convidado no menu de participantes. É o primeiro da lista.

Folha Imagem
Jornalista Jornalista participa de bate-papo com internautas
Jornalista participa de bate-papo com internautas



(05:08:11) Marina fala para Sérgio Dávila: Boa Tarde Sérgio Dávila


(05:08:17) Sérgio Dávila: Olá a todos. Sob as rebarbas do furacão "Sergio", que trouxe chuva e ventania a Washington, estou pronto para o bate-papo.


(05:08:58) carola fala para Sérgio Dávila: olá, dávila. qual a real diminuição de poder de Bush com esses resultados.?


(05:11:46) Sérgio Dávila: carola, até agora Bush tinha um Congresso dividido entre a bancada do "sim" e a do "sim, senhor", como nos velhos tempos da ditadura militar brasileira. Agora, pela primeira vez em seis anos, encontrará oposição a seus atos.


(05:11:55) ana fala para Sérgio Dávila: olá sergio, com relação a america latina, a troca republicanos por democratas é positiva?


(05:12:04) Sérgio Dávila: Boa tarde, Marina.


(05:13:38) Sérgio Dávila: ana, infelizmente a América Latina não é prioridade dos Estados Unidos, seja qual for o Congresso. O foco principal da política externa continuará sendo a guerra ao terror, o Oriente Médio e o Iraque. No nosso continente, o que os preocupa é apenas México, Cuba, Venezuela e Colômbia (com a Bolívia como subproduto). O resto não conta --nem o Brasil.


(05:13:44) Marina fala para Sérgio Dávila: A vitória dos democratas abalou consideravelmente a política tradicionalista Bush, mas mesmo assim, com toda a sua arrogância vc acredita que mudanças maiores ocorreraã?


(05:14:57) Sérgio Dávila: Marina, acredito que sim. O Congresso tem o poder de passar leis incômodas para a política de Bush ou derrubar leis importantes para o republicano. Além disso, tem o poder de concovar comissões e fazer investigações, o que os líderes já declararam que farão em relãção ao Iraque.


(05:15:04) Nandersfer fala para Sérgio Dávila: Sérgio qual foi a reação da maioria com a vitória dos Democratas lá?


(05:16:07) Sérgio Dávila: Nandersfer, na verdade o país aqui não pára em eleições, diferentemente de no Brasil. primeiro, porque o voto não é obrigatório. Segundo, porque as desse ano eram legislativas, menos importantes que as presidenciais. Voc~e andava na rua em Washington e mal percebia que era dia de votação...


(05:16:14) Gaspard fala para Sérgio Dávila: Sergio, o mercado financeiro gosta sempre mais dos republicanos. Como está a recepção à derrota republicana desta vez?


(05:17:14) Sérgio Dávila: Deve haver complicações nos acordos de livre-comércio, uma frente que os democratas tradicionalmente combatem. Aliás, ontem o Congresso já reprovou o do Vietnã e ameaça rever o do Peru e outros...


(05:17:21) Estudande de RI fala para Sérgio Dávila: Como ficará a situação dos protestantes q estão no governo?Ira alterar?E as ajudas para Israel?O Lobby religiosos continuará com grnade força?


(05:18:41) Sérgio Dávila: O lobby religioso foi desprezado por Bush após a vitória de 2004 --e esse foi um dos principais erros de sua estratégia, avaliam os analistas hoje. Essa massa importante de manobra provou que faz a diferença ao ficar em casa, como aconteceu em 2006. Eles se sentiram alienados pelos escãndalos sexuais e políticos envolvendo os políticos republicanos no Congresso.


(05:18:53) Kênio fala para Sérgio Dávila: Olá, Sérgio! Vc acredita que é possível a saída em 6 meses do Iraque?


(05:21:16) Sérgio Dávila: Kênio, se as coisas continuarem a se deteriorar, como parece que vão, não acho impossível, não.


(05:21:28) Paulo Sergio fala para Sérgio Dávila: Bush tem a mesma popularidade nos EUA depois da guerra do Iraque?


(05:23:46) Sérgio Dávila: Paulo Sérgio, não, nem de longe. Logo após o ataque de 11 de Setembro, ele bateu o recorde positivo, chegando perto dos 80% de aprovação. Hoje, bate o recorde do negativo, chegando perto dos 30%. No meio do caminho, houve a guerra do Iraque...


(05:24:15) Mr.Sam fala para Sérgio Dávila: Bush amarga um novo episodio de fracasso comparado a guerra do Vietinã, acha que ele pode tomar uma atitude mais drasticas em relação a guerra do Iraque só pra não se tornar um outro Nickson?


(05:25:58) Sérgio Dávila: Mr.Sam, acho que não. Na verdade, a Guerra do Vuetnã, no auge, tinha mais de 2 milhões de soldados norte-americanos no fronte, num país que acabara de passar os 200 milhões de habitantes. A de hoje tem 150 mil, e o país bate nos 300 milhões. A proporção de famílias atingidas é menor --por isso, acho que soluções drásticas estão descartadas.


(05:26:16) Felipe fala para Sérgio Dávila: Como Bush vai fazer para governar sem a maioria no senado?

(05:29:28) Sérgio Dávila: Felipe, a vida dele vai se complicar. Não cosneguirá mais aprovar leis polêmicas como o Ato patriota e a que criou os Comitês Militares para julgarem suspeitos de terrorismo. Além disso, democratas já avisam que chamarão vários membros da administração para audiências.... Mas não esqueçamos: Bush ainda tem um poder importante: veto.


(05:29:46) AZAZEL fala para Sérgio Dávila: com a lideranca das duas casas nas maos do democratas, voce acredita que os "grants" pra pesquisa serao liberados com mais facilidade? Se sim. qto tempo acha que pesquisadores terao que esperar pela liberacao de "grants"?


(05:33:39) Sérgio Dávila: AZAZEL, não vejo grande mudança na política de liberação --vejo, sim, no conteúdo. Devem entrar em declínio programas que defendem absitin~encia sexual, por exemplo, e ganhar popularidade os de teor mais liberal


(05:33:39) Leo fala para Sérgio Dávila: sérgio, desculpe a minha ignorância, mas qual é a diferença básica entre democratas e republicanos?


(05:34:19) Sérgio Dávila: teoricamente, democratas são de centro-esquerda. republicanos, de centro-direita. como a esquerda é virtualmente inexistente nos EUA, os primeiros são de centro, os últimos, de direita.


(05:34:25) Felipe fala para Sérgio Dávila: Sérgio, o presidente agora deve enfrentar problems no congresso para aprovação de suas leis, o que ele deve fazer para tornar a convevência mais amistosa?


(05:36:31) Sérgio Dávila: Felipe, já está fazendo. Até hoje, Bush e a Casa Branca em geral ignoravam que havia uma oposição no país. Governavam segundo os preceitos da "maioria permanente" dos republicanos, segundo o qual a Casa Branca, a Câmarae o Senado ficariam por muitos anos nas mãos deles, tantos anos quanto dirasse a guerra ao terror --que, por definição, não tem fim. Isso agora mudou.


(05:36:31) Júnior fala para Sérgio Dávila: Boa Tarde Sérgio, vc acredita que a troca do Rumsfeld, pelo novo secretário, foi apenas 6 por meia dúzia??? afinal ele só queria alguem que por fora passasse o que o povo quer não é?


(05:38:42) Sérgio Dávila: Júnior, na verdade acho que foi seis por 7, quem sabe oito. Não existe "falcão" mais "falcão" que Rumsfeld, que via a opção militar como solução a ser levada em conta em primeiro lugar, não em último. Gates não é nenhuma "pomba" (ninguém é diretor da Cia sob Buhsh pai impunemente), mas é considerado mais moderado.


(05:38:48) HAGAN fala para Sérgio Dávila: QUEM PODERÁ SUBSTITUIR BUSH NA CASA BRANCA.


(05:40:21) Sérgio Dávila: Hagan, do lado reppublicano a briga deve ficar entre o senador John McCain (Arizona) e o ex-prefeito de NY Rudolph Giuliani, com vantagem para o primeiro. Na oposição, entre a senadora Hillary Clinton e pesos-pesado como o ex-vice-presidente Al Gore. Barack Obama, apesar do hype da mídia, deve dar um bom candidato a vice-presidente democrata.


(05:40:34) Extremista fala para Sérgio Dávila: Tudo bom, Sérgio. Gostaria de perguntar sobre o que você acha da vitória dos democratas em comparação as políticas externas, principalmente com os atuais inimigos jurados dos americanos, Venezuela, de Chavez, e Irã, de Ahmadinejad. é de se saber que os democratas são maiores aliados de Israel do que os Republicanos, e portanto, duvido muito que a política de enfrentamento com o Irã praticada por Bush irá mudar com a vitória dos democratas. Tanto é que a Senadora Hillary Clinton demonstra total apoio aos israelenses e as suas atitudes quanto aos palestinos. Portanto, acho que com relação ao Irã, as pressões feitas pelos democratas quanto a uma provável ajuda com a certa guerra entre Irã e Israel em que os americanos, como antes, terão que intervir para derrubar o "Regime dos Aiátolás", fora que para Chavez, eles(os democratas) o ignoram da mesma forma que Bush, e acho pouco provável que queiram dialogar com o presidente venezuelano. Portanto, caro Sérgio, você compartilha destas mesmas opiniões?


(05:46:24) Sérgio Dávila: Extremista (adorei o nome), acho que há uma mudança de ares, sim. Embora seja verdade que a maioria dos políticos norte-americanos, independentemente de tendência, feche com israel, também é verdade que uma das prioridades da agenda de política externa dos democratas é priorizar a diplomacia no lugar do isolamento. Com isso, forçado pelo Congresso, pdoe ser que vejamos negociações bi ou multilaterais com o regime dos aiatolás, a Síria e a Coréia do Norte. Acho que a coisa complica mais em relação a Fidel (e Chávez como subproduto), pois aí eles estarão mexendo diretamente com parte importante do eleitorado americano --e político americano odeia enfrentar eleitorado.


(05:46:44) Célio fala para Sérgio Dávila: Qto de crédito pode-se dar ao filme Faranheit 11/09 sobre a conduta dos ocupantes da Casa Branca? contrubuiu em algo para derrota da última eleição?


(05:50:49) Sérgio Dávila: Célio, é impossível medir o grau de influência de um filme em votos ou porcentagem, mas, sendo o documentário mais visto da história dos EUA, é claro que o panfleto de Moore ajudou a formar uma consciência coletiva de que as coisas não iam tão bem no Iraque, percepção comprovada cada vez mais pelo noticiário. Ou seja, o filme sozinho não deve ter feito nada, mas contribuiu para esse clima pessimista em relação ao Iraque que o americano tem hoje --e que tirou o Congresso dos republicanos.


(05:50:56) Anne fala para Sérgio Dávila: vc acha que os americanos tem tanta informação do que está acontecendo?


(05:52:42) Sérgio Dávila: Anne, o americano médio mal sabe apontar onde fica o Iraque no mapa-múndi (tema de uma coluna minha recente na Revista da Folha, aliás). Mas percebe duas coisas: quando seus jovens estão morrendo num conflito injustificado no exterior e quando começa a faltar dinheiro no seu bolso. As duas coisas acontecem hoje, e influenciaram o voto de novembro.


(05:52:53) Ana Luiza fala para Sérgio Dávila: Vc acredita que, ao chamar a atenção para os testes nucleares da Coréia do Norte, por exemplo, há uma tentativa por parte do governo Bush de evitar que a guerra no Iraque permaneça na pauta da mídia internacional?


(05:54:26) Sérgio Dávila: Não acho que a preocupação seja com a mídia, mas mais com a "política do medo" encampada por seu partido. Foi assim que ele mobilizou a opinião pública a ir com ele à Guerra do Iraque. Com o fracasso dessa, porém, não vejo o truque funcionando duas vezes...


(05:54:26) Júnior fala para Sérgio Dávila: Será que a Hillary Clinton se aproveitaria dessa ideia que os EUA precisam de novos ares para lançar uma candidatura??? É a hora e o momento da candidatura de uma mulher?


(05:56:22) Sérgio Dávila: Junior, ninguém é mais candidato á presidência hoje em dia nos EUA que Hillary Clintonm. Ela é a política dos EUA inteiro que mais dinheiro conseguiu e consegue arrecadar para campanha. E tem sólidos 30% do eleitorado que vão com ela aonde ela for. O problema são os outros 70%. Eu não sei se nós veremos, em nossa geração, uma presidente mulher (ainda mais com o sobrenome Clinton) ocupar o Salão Oval. Mas me pergunte de novo em 2008 --até lá eu posso morder minha língua


(05:56:22) Ana Luiza fala para Sérgio Dávila: A vitória democrata no Congresso indica a propensão norte-americana a eleger um presidente democrata após Bush?


(05:58:28) Sérgio Dávila: Ana Luiza, é o que mostra a história. Geralmente, as eleições legislativas realizadas no meio do segubndo mandato de um presidente indicam a tendência do eleitorado no próximo pleito presidencial. Foi assim com Bush em 2000 (os republicanos ganharm em 1998, sob Clinton) e em 2002 (ganharam de novo, sob Bush). O raciocínio vai continuar valendo? Veremos em 2008...


(05:59:22) Sérgio Dávila: Obrigado a todos e um abraço. E não deixem de visitar o blog: http://sergiodavila.blog.uol.com.br


(05:59:34) Geovanna/UOL: O Bate-papo UOL agradece a presença de Sérgio Dávila e de todos os internautas. Até o próximo!

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