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21/11/2006 - 11h37

Marcha em memória de brasileiro reúne 300 no Timor Leste

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da Lusa, em Dili

Cerca de 300 pessoas participaram nesta terça-feira de uma marcha em Dili, capital do Timor Leste, em memória do brasileiro Edgar Gonçalves Brito, 32, assassinado no domingo (19).

Primeiro estrangeiro vítima da violência na ex-colônia portuguesa, provocada pela crise político-militar iniciada em abril, Brito era missionário evangélico havia dois anos no Timor.

A homenagem foi organizada por outros brasileiros e autorizada pelas autoridades timorenses. O primeiro-ministro timorense, José Ramos Horta, o ministro das Relações Exteriores, José Luís Guterres, e a vice-ministra da pasta, Adalgisa Magno, compareceram à manifestação.

Os embaixadores do Brasil, Antônio de Souza e Silva, e de Portugal, João Ramos Pinto, estiveram igualmente presentes.

A marcha silenciosa percorreu uma distância de cerca de 2,5 quilômetros. Ao final da caminhada, um pastor evangélico, uma freira católica e um religioso muçulmano fizeram declarações em prol da paz, em uma manifestação de diálogo entre as religiões.

Em seguida, os participantes -- em sua maioria, brasileiros mas também alguns portugueses e timorenses-- abandonaram o local, deixando para trás velas acesas.

Tragédia

No final do ato, em declarações à imprensa, José Ramos Horta ressaltou estar no local também em representação do presidente Xanana Gusmão, ausente por motivos de saúde.

"Para o Timor Leste, [a morte do cidadão brasileiro] é uma tragédia. Sentimos a perda de qualquer vida humana, timorense ou estrangeira, em particular de alguém, um missionário brasileiro, que está aqui por devoção ao povo de Timor", afirmou.

Ramos Horta reconheceu que ainda não se construiu a paz no Timor Leste.

"Continua a faltar paz. A paz é sempre difícil de construir, é preciso paciência e uma longa caminhada. Ela não é feita só com acordos. É feita com diálogo, com muita paciência, e é isso que vamos continuar a fazer, apesar dos revezes causados pelos inimigos da paz", defendeu.

Diálogo

Confrontado com a morte de Edgar Gonçalves Brito e do timorense José Barros Soares, ativista da Comissão de Diálogo para a Reintegração Comunitária, José Ramos Horta garantiu que o diálogo vai continuar.

"Vamos continuar com o diálogo. Amanhã, o presidente Gusmão preside a primeira fase do programa Diálogo Nacional de Alto Nível, processo que vai continuar nos próximos dias, semanas e provavelmente meses", revelou.

"O que este país mais precisa, e não tinha no passado, é dialogo, e vamos fazer tudo para que ele se torne a única via para que a violência acabe de vez", ressaltou.

Especial
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