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26/11/2006
-
19h44
da Efe, em Berlim
O quartel-general das Forças Armadas americanas na Europa (Eucom), situado em Stuttgart, no sul da Alemanha, serviu de centro de operações para o seqüestro de suspeitos que foram enviados à prisão de Guantánamo, afirmou a rede de televisão alemã ARD.
Segundo documentos secretos americanos citados pelo programa "Report Mainz", um dos seqüestros planejados em Stuttgart foi o dos chamados Seis Argelinos, transferidos da Bósnia para Guantánamo após terem sido absolvidos duas vezes por sentenças internacionais.
A Corte Suprema bósnia e uma Corte Internacional tinham ordenado em janeiro de 2002 a libertação dos seis argelinos --presos em Sarajevo alguns meses antes sob suspeita de quererem atentar contra embaixadas ocidentais-- após considerar que não havia provas contra eles.
Apesar disso, em meados desse mesmo mês, os homens foram abordados em pleno centro de Sarajevo na presença de várias pessoas e obrigados a entrar em um veículo que os levou até o acampamento militar americano Eagle Base, em Tuzla, de onde foram levados para a base aérea dos Estados Unidos em Incirlik, na Turquia.
De lá, os argelinos foram transportados para a prisão de Guantánamo com outros 28 prisioneiros que tinham sido trazidos do Afeganistão. Os seis argelinos continuam presos e, segundo o programa de televisão, os EUA parecem não ter qualquer intenção de libertá-los. É possível, inclusive, que um deles tenha câncer.
Os documentos citados pelo "Report Mainz" mostram que o quartel da Eucom serviu de centro de operações para o planejamento minucioso de operações como essas. Além disso, pode-se deduzir, diz o programa, que a Eucom serviu para organizar muitas outras transferências de prisioneiros de Incirlik para Guantánamo.
O relator das Nações Unidas sobre a tortura, Manfred Nowak, pediu à Promotoria alemã que abra uma investigação, devido ao fato de essas denúncias tratarem de algo "ocorrido e coordenado na Alemanha".
O responsável pelos direitos humanos do governo alemão, Günter Nooke, garantiu no mesmo programa que informará o ministro das Relações Exteriores do país, Frank-Walter Steinmeier, sobre os resultados das investigações feitas pelo canal de televisão.
"Se a parte americana planejou uma violação dos direitos humanos em solo alemão, os líderes máximos devem tratar deste tema para que ele não volte a ocorrer", disse Nooke.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Guantánamo
TV alemã acusa EUA de cometerem crimes em quartel na Alemanha
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O quartel-general das Forças Armadas americanas na Europa (Eucom), situado em Stuttgart, no sul da Alemanha, serviu de centro de operações para o seqüestro de suspeitos que foram enviados à prisão de Guantánamo, afirmou a rede de televisão alemã ARD.
Segundo documentos secretos americanos citados pelo programa "Report Mainz", um dos seqüestros planejados em Stuttgart foi o dos chamados Seis Argelinos, transferidos da Bósnia para Guantánamo após terem sido absolvidos duas vezes por sentenças internacionais.
A Corte Suprema bósnia e uma Corte Internacional tinham ordenado em janeiro de 2002 a libertação dos seis argelinos --presos em Sarajevo alguns meses antes sob suspeita de quererem atentar contra embaixadas ocidentais-- após considerar que não havia provas contra eles.
Apesar disso, em meados desse mesmo mês, os homens foram abordados em pleno centro de Sarajevo na presença de várias pessoas e obrigados a entrar em um veículo que os levou até o acampamento militar americano Eagle Base, em Tuzla, de onde foram levados para a base aérea dos Estados Unidos em Incirlik, na Turquia.
De lá, os argelinos foram transportados para a prisão de Guantánamo com outros 28 prisioneiros que tinham sido trazidos do Afeganistão. Os seis argelinos continuam presos e, segundo o programa de televisão, os EUA parecem não ter qualquer intenção de libertá-los. É possível, inclusive, que um deles tenha câncer.
Os documentos citados pelo "Report Mainz" mostram que o quartel da Eucom serviu de centro de operações para o planejamento minucioso de operações como essas. Além disso, pode-se deduzir, diz o programa, que a Eucom serviu para organizar muitas outras transferências de prisioneiros de Incirlik para Guantánamo.
O relator das Nações Unidas sobre a tortura, Manfred Nowak, pediu à Promotoria alemã que abra uma investigação, devido ao fato de essas denúncias tratarem de algo "ocorrido e coordenado na Alemanha".
O responsável pelos direitos humanos do governo alemão, Günter Nooke, garantiu no mesmo programa que informará o ministro das Relações Exteriores do país, Frank-Walter Steinmeier, sobre os resultados das investigações feitas pelo canal de televisão.
"Se a parte americana planejou uma violação dos direitos humanos em solo alemão, os líderes máximos devem tratar deste tema para que ele não volte a ocorrer", disse Nooke.
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