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28/11/2006 - 09h58

Premiê turco recebe papa Bento 16 em Ancara

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da Folha Online

O papa Bento 16 chegou nesta terça-feira ao aeroporto de Ancara, onde foi recebido pelo premiê da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, para iniciar uma viagem de quatro dias que pode ser complicada pelas reações ao discurso do pontífice, em setembro, que relacionou o islã à violência.

O avião em que o papa viajou a partir de Roma aterrissou às 08h55 (horário de Brasília) no aeroporto da capital turca. Ao deixar a aeronave, o papa se encontrou com premiê, em um gesto diplomático de um governante que se manteve, até o último momento, receoso em receber pessoalmente o pontífice.

Em seguida, o papa e Erdogan foram levados em companhia do cardeal secretário de Estado, Tarcisio Bertone, e de representantes turcos à sala VIP do aeroporto, onde ocorreu um encontro privado.

Na reunião a portas fechadas estiveram presentes, além dos cinco cardeais que acompanham o papa, o núncio (representante permanente da Igreja católica romana junto a um governo com o qual mantém relações diplomáticas) apostólico na Turquia, Antonio Lucibello, o vice-premiê turco, Beshir Atalay, e outros representantes do governo.

A reunião durou pouco mais de 15 minutos e, ao final, Erdogan acompanhou o pontífice ao automóvel que o levou ao Mausoléu de Kemal Ataturk, onde ele fará uma homenagem ritual.

Diplomacia

Pouco antes da aterrissagem, Erdogan afirmou que a visita do papa poderia contribuir para a "paz mundial".

Após a reunião, Erdogan deve partir para o encontro da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte, aliança militar liderada pelos Estados Unidos) na Letônia.

A visita do papa à Turquia deverá prosseguir até o dia 1º de dezembro.

Esta é a primeira visita de Bento 16 a um país de maioria muçulmana.

Viagem pastoral

Antes de sair de Roma, o papa Bento 16 afirmou hoje que sua viagem "não é uma viagem política, mas sim pastoral" e que tem como objetivo "o diálogo e o compromisso comum pela paz". A viagem do papa gerou inúmeros protestos entre os turcos, de maioria islâmica.

As declarações foram feitas poucos minutos antes da decolagem, no aeroporto romano de Fiumicino. Após saudar os jornalistas que o acompanham, o papa destacou a importância do diálogo entre cristãos e ortodoxos e entre a igreja e o islã.

O pontífice ressaltou os encontros que se encontrará, em Ancara e em Istambul, com as autoridades civis da Turquia e as religiosas do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla.

O objetivo da viagem é a reunião com a Igreja Ortodoxa, por ocasião da festa de seu padroeiro, Santo André (30 de novembro), e com a pequena comunidade católica local.

No entanto, a polêmica suscitada pelo discurso que pronunciou em Regensburg (Alemanha) em setembro, no qual fez uma citação que associa o profeta Maomé e o islã à violência, gera temores de uma escalada de protestos durante a viagem.

O discurso foi considerado ofensivo pelo mundo muçulmano.

Mensagens

Como é habitual nessas viagens, o papa enviou telegramas aos presidentes dos países que o avião sobrevoaria --Itália, Albânia e Grécia.

Na mensagem enviada ao presidente italiano, Giorgio Napolitano, Bento 16 afirmou que viaja para se reunir com representantes do povo turco "e em particular com os irmãos e irmãs na fé, para compartilhar com eles momentos de forte espiritualidade e incentivar o diálogo ecumênico".

O pontífice também ressaltou o diálogo ecumênico (com os muçulmanos).

Na mensagem enviada ao presidente da Albânia, Alfred Moisiu, o papa pediu a Deus que abençoe o país com o "dom da paz e a prosperidade".

O mesmo desejo foi expressado ao presidente da Grécia, Karolos Papoulias, quando o avião papal sobrevoar o país. O papa João Paulo 2º visitou a Grécia em 2001, em uma viagem histórica, quando pediu perdão aos ortodoxos gregos pelos danos causados pelos católicos ao longo dos séculos.

Protestos

Cerca de 15 mil manifestantes protestaram neste domingo (26) em Istambul, na Turquia, contra a visita do papa ao país.

O protesto foi organizado pelo partido político turco pró-islâmico chamado "Felicity". Líderes do partido se disseram ofendidos pelas declarações do papa.

A multidão foi acompanhada por cerca de 4.000 policiais, que contavam com apoio de veículos blindados e caminhões de forças de choque.

Com agências internacionais

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