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03/12/2006 - 02h03

Rumsfeld propôs mudanças em estratégia no Iraque antes de se demitir

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da Efe, em Washington

Antes de se demitir no mês passado, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, disse em um memorando que era necessário um "grande ajuste" da estratégia no Iraque, segundo o jornal "The New York Times".

"É hora de um grande ajuste. Claramente, o que as forças americanas estão fazendo no Iraque não está funcionando suficientemente bem ou suficientemente rápido", disse Rumsfeld no documento com data de 6 de novembro, e divulgado neste sábado no site do jornal nova-iorquino.

Rumsfeld renunciou como titular do Pentágono depois que os democratas ganharam as eleições legislativas de 7 de novembro e recuperaram o controle do Congresso norte-americano. O descontentamento popular com a Guerra do Iraque foi decisivo para a derrota republicana.

O presidente George W. Bush confirmou a renúncia em 8 de novembro e nomeou como seu substituto Robert Gates, um ex-diretor da CIA que ainda deve ser ratificado pelo Senado dos EUA. Rumsfeld permanecerá no cargo até que a nomeação seja aprovada.

O Pentágono confirmou a autenticidade do documento do secretário de Defesa, mas não fez comentários a respeito.

No documento, Rumsfeld enfatiza que as forças americanas se ajustaram às realidades do terreno, de modo que agora também realizam operações "contra grupos insurgentes, esquadrões da morte e lutas sectárias".

Entre as idéias propostas pelo ainda secretário de Defesa estão o deslocamento de tropas americanas para as proximidades das fronteiras com Síria e Irã --para diminuir a influência iraniana no Governo do Iraque--, um aumento do número de assessores militares americanos e a transferência de mais equipes às forças de segurança iraquianas.

O texto de Rumsfeld também afirmava que os EUA deveriam iniciar "uma retirada modesta" das forças americanas e da coalizão para encorajar o governo iraquiano a assumir por conta própria as tarefas de segurança. Também propôs que os Estados Unidos enviassem forças de segurança unicamente para as províncias ou cidades que abertamente solicitassem ajuda americana.

Além disso, o secretário defendeu a redução do número de bases militares, das atuais 55 para apenas cinco até julho de 2007.

O memorando de Rumsfeld não oferece pistas sobre sua eventual renúncia e o "New York Times" disse em artigo que acompanha o texto que também não está claro se o titular do Pentágono sabia que Bush anunciaria sua substituição.

Grupo de Estudo

A divulgação do documento acontece no momento em que o Grupo de Estudo sobre o Iraque prepara-se para entregar ao governo, na próxima quarta-feira, um relatório no qual recomenda, entre outras ações, uma retirada paulatina dos cerca de 140 mil soldados americanos posicionados no Iraque.

Segundo o Pentágono, Rumsfeld elaborou o documento com idéias pessoais, com base em consultas a analistas, e não está relacionado com a revisão formal que o Departamento de Defesa vem realizando sobre o conflito no Iraque.

Calcula-se que mais de 2.800 soldados americanos morreram no Iraque desde a invasão militar liderada por Washington, em março de 2003, para derrubar o regime de Saddam Hussein.

Horas antes da notícia sobre o memorando, o presidente Bush disse em seu discurso radiofônico dos sábados que está disposto a analisar as recomendações do Grupo de Estudo sobre o Iraque antes de decidir qualquer ajuste na estratégia de seu governo.

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