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04/12/2006 - 05h23

Chávez comemora vitória com ampla vantagem

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da France Presse, em Caracas
da Folha Online

Diante de uma multidão reunida debaixo de chuva na frente do Palácio Miraflores, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, proclamou nesta segunda-feira sua vitória eleitoral e atacou os Estados Unidos. A divulgação do primeiro boletim oficial parcial lhe deu uma ampla vantagem sobre o adversário, Manuel Rosales, que já reconheceu a derrota.

O primeiro boletim divulgado pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral) apontava, com 78,31% dos votos apurados, a vitória de Chávez com 61,35% dos votos, contra 38,39% de Rosales. Segundo a diretora do CNE, Tibisay Lucena, Chávez obtinha 5.936.141 votos contra 3.715.292 do adversário, de um total de 9.811.333 de votos apurados.

Chávez disse que sua reeleição "é outra derrota para o diabo que pretende dominar o mundo", numa referência ao presidente americano, George W. Bush.

O presidente, reeleito para mais seis anos de mandato, afirmou que "a Venezuela nunca será colônia americana nem de ninguém". Mesmo assim, fez questão de separar a oposição a George W. Bush do antiamericanismo, ao enviar "ao povo americano nossas saudações e nossa solidariedade". Também mandou "uma saudação solidária e comprometida a todos os povos da América Latina e o Caribe".

Chávez aproveitou para dedicar sua vitória "também ao povo cubano e ao presidente Fidel Castro" e contou já ter recebido telefonemas de felicitações do presidente argentino, Néstor Kirchner, e de sua mulher, assim como do presidente recém-eleito do Equador, Rafael Correa.

"Está tudo consumado, (é) a grande vitória da Revolução Bolivariana", disse o presidente. Para os partidários, a maioria de roupa vermelha e agitando bandeiras nacionais, Chávez afirmou que "o reino do socialismo é o reino do futuro venezuelano". "Vocês votaram no socialismo do século 21, a nova democracia socialista", disse Chávez, pedindo que "ninguém tenha medo do socialismo".

Sem se dirigir ao candidato derrotado, nem aos que votaram nele, afirmou apenas: "minha mensagem vai dirigida à Nação, toda, sem exceções de qualquer tipo".

O presidente declarou ainda "uma guerra de morte contra a corrupção" e se pronunciou por uma "verdadeira moral bolivariana, cristã, socialista".

"A luta continua"

O rival de Chávez também reconheceu a derrota. "Hoje nos venceram, mas a luta continua", afirmou Manuel Rosales, diante de seguidores que gritavam "Fraude, fraude!".

Em discurso, Rosales não questionou sua derrota, mas disse acreditar que o resultado final não mostre uma vantagem chavista tão ampla quanto a divulgada no primeiro boletim eleitoral.

"Muitos gostariam que eu mentisse (...) mas a verdade é que, mesmo com uma margem mais estreita [do que o percentual anunciado no primeiro boletim eleitoral oficial], nos venceram hoje, mas continuaremos na luta", disse.

"Em nome desses milhões de venezuelanos, agradeço a todo o povo por seu comportamento cívico, democrático, ativo, em toda a Venezuela", completou Rosales.

Sistema eleitoral

O sistema eleitoral da Venezuela prevê um único turno para as eleições presidenciais.

Antes das eleições, Chávez havia prometido, caso vencesse, promover uma reforma para que o chefe de Estado possa exercer mais de dois mandatos consecutivos, como dita a atual lei venezuelana.

A oposição rejeita a intenção de Chávez, vista como barreira para a democracia no Executivo.

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