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07/12/2006 - 20h31

Chávez e Lula reativam "Gasoduto do Sul" e outros projetos

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EDUARDO DAVIS
da Efe, em Brasília

Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Venezuela, Hugo Chávez, reativaram hoje o projeto para a construção do "Gasoduto do Sul" que, segundo o líder venezuelano, esteve paralisado por conta das eleições nos dois países.

"O projeto foi posto novamente na agenda", afirmou o presidente venezuelano sobre uma iniciativa que, segundo disse, "por razões óbvias das campanhas eleitorais no Brasil e Venezuela, tinha ficado em segundo plano".

Lula foi reeleito para um novo mandato de quatro anos em 29 de outubro, e Chávez também foi confirmado no poder (para mais seis anos) nas eleições de domingo.

Segundo o líder venezuelano, ambas as eleições supõem "uma vitória da integração sul-americana", que receberá um forte impulso com uma série de projetos energéticos que discutiu hoje com Lula, durante uma visita de trabalho ao Brasil.

Entre os projetos, Chávez destacou o "Gasoduto do Sul", pelo qual pretende levar gás venezuelano até a Argentina e Uruguai, através do Brasil e ao longo de cerca de 10.000 quilômetros.

Falou, ainda, que entre hoje e amanhã, durante suas visitas a Buenos Aires e Montevidéu, explicará a seus homólogos da Argentina, Néstor Kirchner, e Uruguai, Tabaré Vázquez, a decisão que tomou com Lula em relação ao que considerou "o projeto de maior envergadura pensado no continente".

A idéia do gasoduto foi proposta por Chávez a Lula e Kirchner durante uma reunião que tiveram em Brasília em meados de 2005, mas, desde então, quase nada se avançou na definição do projeto.

Segundo Chávez, agora as comissões técnicas serão "reativadas" e serão estudadas as diferentes fases da obra. Disse que chegou a um acordo com Lula no sentido de que o principal desses trechos será o que levará combustível a partir da Venezuela até o nordeste do país, uma região com grandes deficiências de energia.

Chávez explicou que o gasoduto partiria do sul da Venezuela para ir depois rumo a Manaus e, de lá, para Fortaleza, para "depois ir para o sul, rumo a Buenos Aires e Montevidéu", integrando-se com a rede de gasodutos de nasce na Bolívia.

Chávez, oficioso porta-voz do encontro entre Lula e vários ministros dos dois governos, disse que também ficou acertada a "reativação" e a "aceleração" de uma série de projetos energéticos entre os dois países, mas que estarão a serviço "da integração em toda a América do Sul".

Entre eles, Chávez destacou a construção de uma refinaria em Pernambuco, cuja pedra fundamental foi inaugurada há um ano, mas que desde então avançou pouco.

A refinaria, que será construída pelas estatais PDVSA e Petrobras a um custo de US$ 2,8 bilhões e deverá estar funcionando em 2011, processará 200 mil barris de petróleo ultrapesado por dia, extraídos da Faixa do Orinoco pelas duas empresas.

Entre outros projetos destinados à integração retomados hoje, Chávez também citou operações conjuntas entre Petrobras e PDVSA em solo venezuelano e, além disso, anunciou que o Brasil construirá quatro navios para a companhia petrolífera venezuelana, que trabalha para ter sua própria frota no prazo mais curto possível.

Segundo Chávez, a PDVSA já despachou navios petroleiros à China e à Argentina, dentro de uma estratégia a fim de evitar passar pelas dificuldades enfrentadas no final de 2002, quando uma greve impulsionada pela oposição paralisou as operações da empresa e "pôs a Venezuela em xeque".

O presidente venezuelano, que após se encontrar com Lula partiu para Buenos Aires, disse que a reunião serviu para decidir sobre a criação de uma série de comissões que vão trabalhar em projetos de integração para os setores industrial, agrícola e de ciência e tecnologia.

Chávez afirmou que todas as iniciativas estão direcionadas a "unir" e "libertar" a região, com a intenção de "formar um pólo de poder mundial na América do Sul".

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