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14/12/2006 - 23h12

Diplomatas querem acusar Irã por questionar Holocausto

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da Folha Online

O embaixador americano na ONU, John Bolton, e ex-diplomatas de Israel e Canadá pediram nesta quinta-feira que a ONU acuse o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, por incitar ao genocídio.

O grupo quer que o Tribunal Penal Internacional da ONU acuse Ahmadinejad por suas ameaças aos Estados Unidos, por defender a destruição de Israel e por instigar a discriminação contra cristãos e judeus.

"É importante que, se estamos no ponto em que fomos advertidos decisivamente sobre as intenções dele [Ahmadinejad], tomemos uma atitude a respeito", disse Bolton.

Ahmadinejad causou revolta no ocidente no último ano após declarar que Israel deveria ser "varrido do mapa", ecoando comentários similares feitos no passado pelo aiatolá Ruhollah Khomeini.

Acusações

Falando em uma conferência que discute o Holocausto nesta quinta-feira, Ahmadinejad voltou a fazer comentários contrários a Israel. No Holocausto, 6 milhões de judeus foram mortos pelos nazistas, e a conferência no Irã pretende debater se ele realmente aconteceu em um ambiente "livre dos preconceitos ocidentais".

O Irã é também acusado pelo Ocidente de tentar desenvolver armas nucleares, mas Teerã insiste que seu programa nuclear tem fins pacíficos. Ahmadinejad disse em agosto último que o Irã não era ameaça a nenhum país, "nem mesmo ao regime sionista".

O presidente iraniano gerou condenação do Ocidente após descrever o Holocausto como um "mito". "Ahmadinejad acredita que se ele conseguir convencer mesmo uma pequena parte do mundo de que o Holocausto nunca existiu, ele pode se safar de cometer outro Holocausto", disse o ex-embaixador israelense Dore Gold.

Gore afirmou que as declarações do líder do Irã são uma "clara violação" das cláusulas da Convenção do Genocídio, de 1948.

"Este incitamento público direto e indireto ao genocídio é uma ameaça não só a Israel, mas também para a paz e segurança internacionais", completou Irwin Cotler, ex-ministro da Justiça do Canadá.

Controvérsia

Além de estudiosos de dezenas de países do mundo, a conferência em Teerã atraiu também um grupo de judeus ortodoxos.

Os judeus afirmaram que sua intenção ao participar do evento não era a de questionar o Holocausto, mas sim se oporem ao uso do genocídio para justificar a existência do Estado de Israel.

O grupo faz parte da corrente Neturei Karta (Guardiões da Cidade), um grupo que considera o sionismo (movimento que defende a existência de Israel onde antes era a Palestina) um "veneno" para os verdadeiros judeus.

O rabino Aharon Cohen, membro do grupo que vive em Londres, disse à conferência que reza "para que a causa básica da disputa e do banho de sangue no Oriente Médio, o Estado conhecido como Israel, seja dissolvido totalmente e de forma pacífica".

Holocausto

A conferência começou na última segunda-feira (11) em Teerã. O evento atraiu 67 pesquisadores estrangeiros de 30 países e foi organizado pelo Instituto de Política e Estudos Internacionais do Ministério das Relações Exteriores do Irã para debater o assunto longe dos "tabus" do Ocidente.

Antes mesmo de sua abertura, a conferência foi criticada pela Alemanha, Estados Unidos e Israel. Na Alemanha, na Áustria e na França é ilegal negar que o Holocausto ocorreu.

"A conferência não busca negar nem provar o Holocausto", disse o diretor do Instituto, Rasoul Mousavi. "É apenas para promover uma atmosfera científica apropriada na qual os pesquisadores possam oferecer suas opiniões livremente sobre um assunto histórico."

Com Reuters

Especial
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