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16/12/2006 - 10h07

Abbas anuncia eleições palestinas, mas Hamas rejeita convocação

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da Folha Online

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, anunciou neste sábado a convocação de eleições presidenciais e legislativas da Autoridade Palestina para sair da crise política.

O presidente não informou a data do pleito, que deverá ser decidida após consultas com o Comitê Central Eleitoral. Segundo um alto responsável consultado pela agência de notícias France Presse, as eleições devem ser realizadas "dentro de três meses".

"O povo é a fonte de nossa autoridade. Retornarei ao povo e deixarei que decida", disse Abbas em discurso pronunciado em Ramala, no qual justificou a medida como sendo o caminho para tirar seu povo da atual estagnação política e financeira.

No entanto, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) rejeitou a convocação de eleições antecipadas. O ministro de Assuntos Exteriores e alto dirigente do Hamas, Mahmoud Zahar, rejeitou a medida, com a qual Abbas pretende fixar uma data para antecipar os pleitos presidencial e legislativo.

"Rejeitamos a convocação do presidente Abbas de eleições antecipadas. Se ele se cansou da situação, deveria renunciar. Prometo ao povo palestino que com a ajuda de Alá não haverá pleito antecipado", afirmou Zahar.

Seguidores do Hamas e do Fatah a se enfrentarem em seguida nas ruas de Ramala.

Ameaça

Antes, Abbas lançou uma ameaça direta ao Hamas, ao assinalar que tem o direito de destituir o Executivo a qualquer momento.

"Fui eu quem assinou o decreto pelo qual o Governo assumiu suas funções e posso assinar outro para dissolvê-lo", afirmou durante o discurso à nação, divulgado pela televisão palestina da sede da Presidência em Ramala.

O discurso de Abbas foi um dos mais duros que já pronunciou em relação ao Hamas, numa tentativa, segundo analistas, de desmascarar o movimento islâmico frente à opinião pública, fazendo várias acusações diretas ou veladas contra o desempenho do atual Governo palestino.

"Necessito de um governo por mero entretenimento? Necessito de um governo que possa levantar o bloqueio (imposto aos palestinos)", expressou Abbas frente a vários membros do Fatah, assim como representantes de outras facções políticas --exceto o Hamas, que boicotou o pronunciamento-- e líderes religiosos e da sociedade civil.

O presidente da ANP acusou o Hamas pela deterioração da situação de segurança e pelo fracasso do diálogo para alcançar um acordo sobre a formação de um Governo de união nacional.

Abbas também responsabilizou o Executivo de Ismail Haniyeh pela deterioração da situação econômica nos territórios palestinos devido ao boicote internacional imposto pela rejeição do Hamas a reconhecer Israel, renunciar à violência e respeitar os acordos firmados anteriormente.

"Não vivemos em uma ilha isolada, mas somos parte integral do mundo árabe e devemos respeitar os compromissos assumidos", declarou Abbas, em alusão também aos acordos firmados no passado entre israelenses e palestinos.

Abbas afirmou que o atual bloqueio imposto aos palestinos era o "resultado deste governo que se nega a aceitar a legitimidade internacional".

O presidente da ANP também rejeitou as acusações de dirigentes do Hamas de que membros da Guarda Presidencial e dirigentes do Fatah tinham tentado assassinar Haniyeh na quinta-feira no terminal de Rafah.

Abbas, que deu grande importância à retirada israelense da Faixa de Gaza em 2005, disse que numerosos projetos e investimentos para impulsionar a economia na região se viram truncados por "aqueles que disparam foguetes contra Israel em clara oposição aos interesses do povo palestino", em alusão aos milicianos radicais.

O presidente da ANP também criticou o seqüestro do soldado israelense Gilad Shalit, que desencadeou uma dura ofensiva na Faixa de Gaza em meados deste ano, que "custou as vidas de 500 mártires" palestinos.

Com agências internacionais

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