Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
25/12/2006 - 11h15

Dois anos após tsunami, prevenção continua precária na Ásia

Publicidade

MIGUEL F. ROVIRA
da Efe, em Bancoc

O litoral sudoeste da Tailândia e as paradisíacas ilhas vizinhas, que atraem milhões de turistas, ainda dispõem de um precário sistema de alarme de tsunamis (onda gigante), dois anos após a catástrofe que causou cerca de 5.400 mortos no país.

Nani Afrida/Efe
Vista atual da Província de Aceh, reconstruída após tsunami de 2004
Vista atual da Província de Aceh, reconstruída após tsunami de 2004
O incompleto sistema de alarme criado pela Tailândia consiste em um pequeno centro de comunicações situado nos arredores de Bancoc, 90 torres de observação espalhadas pela costa e, há menos de um mês, uma bóia que detecta ondas de até um centímetro de altura.

"Uma bóia não é suficiente, e, além disso, está situada muito longe do litoral", afirmou o diretor do Centro Nacional Tailandês para a Prevenção de Desastres, Smith Dharmasaroja, ignorado pelas autoridades tailandesas quando alertou sobre a aproximação de um tsunami na manhã de 26 de dezembro de 2004, que deixou mais de 220 mil mortos.

A bóia, doada pelo governo dos Estados Unidos, e outras duas de função similar eram parte do sistema planejado pelos especialistas da Tailândia após o cataclismo, e que atualmente está paralisado pela falta de fundos e a burocracia.

"Caso ocorra algo nas águas do litoral sudoeste da Tailândia, mas longe de onde se encontra a bóia, a onda gigante alcançará terra firme antes que possamos ser alertados", advertiu o professor Dharmasaroja.

Os especialistas calculam que, caso haja um tsunami no mar de Andaman, as autoridades terão 45 minutos para remover as centenas de milhares de pessoas que habitam as praias, portos e vilas de pescadores das sete províncias litorâneas, e as cerca de dez ilhas próximas.

Segundo o relatório elaborado recentemente por cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia e da Universidade do Sul da Califórnia (EUA), a mesma falha geológica que causou, há dois anos, o terremoto e em seguida o tsunami é potencialmente perigosa porque "aumenta a pressão e pode se movimentar a qualquer momento".

Apesar do risco, o sistema unificado de alarme de tsunami para os países do Oceano Índico, que tanto foi falado pelos governantes durante os meses seguintes à perda de cerca de 226.400 vidas humanas, segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas), continua sendo apenas um projeto.

"A Comissão Oceanográfica Intergovernamental das Nações Unidas fala freqüentemente do projeto, organiza reuniões, mas destas não sai nada de concreto. Definitivamente, não há resultados", disse Dharmasaroja.

O maremoto de 26 de dezembro de 2004, causado pelo terremoto de magnitude nove na escala Richter, registrado nas proximidades da Província indonésia de Aceh, no norte da ilha de Sumatra, surpreendeu os países banhados pelo Índico, carentes de mecanismos de proteção.

Hoje, quando milhares de famílias dos 12 países atingidos ainda tentam reconstruir suas vidas, o Sri Lanka, onde morreram 31 mil pessoas, carece de seu próprio sistema de alarme, enquanto a Índia e Indonésia preparam os seus com a ajuda de outros países.

A Indonésia, que apresentou um incipiente sistema de alarme que cobre apenas as áreas com maior região costeira do arquipélago formado por 17 mil ilhas, planeja ter em 2009 15 bóias e aproximadamente 100 sismógrafos financiados pela Alemanha.

Já a Índia diz que terá pronto no final de 2007 um sistema de alarme de tsunami ao longo de sua costa sudeste.

"Não existe melhor forma de honrar a memória das vítimas do que fazer esforços concretos para amenizar e prevenir outros desastres dessa magnitude", afirmou o ministro de Relações Exteriores tailandês, Nitya Pibulsonggram.

Especial
  • Leia mais na especial sobre a tragédia na Ásia
  • Leia o que já foi publicado sobre ondas gigantes
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página