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26/12/2006
-
15h30
JEAN-LUC RENAUDIE
da France Presse
O governo israelense deu nesta terça-feira, pela primeira vez desde 1992, permissão para a construção de uma nova colônia na Cisjordânia, no vale do Jordão, suscitando a indignação dos palestinos.
"O ministério deu sinal verde para a construção de trinta casas em conformidade com uma decisão tomada pelo ex-ministro da Defesa Shaoul Mofaz para realojar os moradores de colônias desmanteladas da faixa de Gaza" em 2005, afirmou este porta-voz à France Presse.
Segundo a Paz Agora, uma organização israelense que se opõe à colonização, o governo não dava autorização para a construção de colônias desde 1992. As autoridades israelenses permitiram também a construção de novos bairros nas colônias existentes.
O principal negociador palestino, Saeb Erakat, criticou a criação desta colônia. "Condenamos esta decisão que foi tomada quando o lado israelense se comprometeu a pôr fim às ações unilaterais", afirmou Erakat.
"Isto vai certamente acabar com a atmosfera criada após o encontro de sábado à noite entre o presidente Mahmoud Abbas e o primeiro-ministro Ehud Olmert", acrescentou o negociador. "Israel deve escolher entre a paz e as colônias, porque não pode ter ambas."
Reações
O diretor geral da Paz Agora, Yariv Oppenheimer, também condenou esta decisão. "É um verdadeiro escândalo, ainda mais porque esta decisão foi tomada por Amir Peretz", líder do Partido Trabalhista e ex-membro da Paz Agora, afirmou.
"Esta decisão vai de encontro ao Mapa da Paz (o último plano de paz internacional) e ao programa do governo. Ela não recebeu o aval do Parlamento", acrescentou.
Emily Amroussy, porta-voz do conselho dos assentamentos da Cisjordânia, a maior organização de colonos, ressaltou que "não havia motivo para comemorar esta decisão porque se trata, apenas, da aplicação de uma promessa feita aos expulsos de Goush Katif (antigo bloco de colônias da Faixa de Gaza)".
Segundo ela, a construção desta colônia, chamada de Maskiot, deverá levar "de dois a três anos", com os trabalhos começando dentro de duas semanas. Amroussy também ressaltou que a localização desta implantação "é fruto de um consenso em Israel".
Os dirigentes israelenses em diversas ocasiões afirmaram que Israel deveria manter o controle do vale do Jordão para o caso de um regulamento negociado ou unilateral do conflito com os palestinos.
Colônias
O local desta nova colônia foi abandonado recentemente pelo Exército e abrigava uma unidade de soldados ultra-ortodoxos.
Atualmente, 260.042 colonos vivem na Cisjordânia, sem contar com Jerusalém ocupada onde estão instalados mais de 200 mil israelenses em cerca de dez bairros, segundo estatísticas do Ministério do Interior divulgadas em setembro.
De acordo com a Paz Agora, 121 colônias foram construídas com uma autorização do governo enquanto que 102 foram criadas à força pelos colonos.
A comunidade internacional não faz distinção entre colônias legais e as construídas à força, mas todas são consideradas ilegais aos olhos do direito internacional.
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da France Presse
O governo israelense deu nesta terça-feira, pela primeira vez desde 1992, permissão para a construção de uma nova colônia na Cisjordânia, no vale do Jordão, suscitando a indignação dos palestinos.
"O ministério deu sinal verde para a construção de trinta casas em conformidade com uma decisão tomada pelo ex-ministro da Defesa Shaoul Mofaz para realojar os moradores de colônias desmanteladas da faixa de Gaza" em 2005, afirmou este porta-voz à France Presse.
Segundo a Paz Agora, uma organização israelense que se opõe à colonização, o governo não dava autorização para a construção de colônias desde 1992. As autoridades israelenses permitiram também a construção de novos bairros nas colônias existentes.
O principal negociador palestino, Saeb Erakat, criticou a criação desta colônia. "Condenamos esta decisão que foi tomada quando o lado israelense se comprometeu a pôr fim às ações unilaterais", afirmou Erakat.
"Isto vai certamente acabar com a atmosfera criada após o encontro de sábado à noite entre o presidente Mahmoud Abbas e o primeiro-ministro Ehud Olmert", acrescentou o negociador. "Israel deve escolher entre a paz e as colônias, porque não pode ter ambas."
Reações
O diretor geral da Paz Agora, Yariv Oppenheimer, também condenou esta decisão. "É um verdadeiro escândalo, ainda mais porque esta decisão foi tomada por Amir Peretz", líder do Partido Trabalhista e ex-membro da Paz Agora, afirmou.
"Esta decisão vai de encontro ao Mapa da Paz (o último plano de paz internacional) e ao programa do governo. Ela não recebeu o aval do Parlamento", acrescentou.
Emily Amroussy, porta-voz do conselho dos assentamentos da Cisjordânia, a maior organização de colonos, ressaltou que "não havia motivo para comemorar esta decisão porque se trata, apenas, da aplicação de uma promessa feita aos expulsos de Goush Katif (antigo bloco de colônias da Faixa de Gaza)".
Segundo ela, a construção desta colônia, chamada de Maskiot, deverá levar "de dois a três anos", com os trabalhos começando dentro de duas semanas. Amroussy também ressaltou que a localização desta implantação "é fruto de um consenso em Israel".
Os dirigentes israelenses em diversas ocasiões afirmaram que Israel deveria manter o controle do vale do Jordão para o caso de um regulamento negociado ou unilateral do conflito com os palestinos.
Colônias
O local desta nova colônia foi abandonado recentemente pelo Exército e abrigava uma unidade de soldados ultra-ortodoxos.
Atualmente, 260.042 colonos vivem na Cisjordânia, sem contar com Jerusalém ocupada onde estão instalados mais de 200 mil israelenses em cerca de dez bairros, segundo estatísticas do Ministério do Interior divulgadas em setembro.
De acordo com a Paz Agora, 121 colônias foram construídas com uma autorização do governo enquanto que 102 foram criadas à força pelos colonos.
A comunidade internacional não faz distinção entre colônias legais e as construídas à força, mas todas são consideradas ilegais aos olhos do direito internacional.
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