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26/12/2006 - 19h55

Vaticano pede a bispo paraguaio que não se candidate à Presidência

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da France Presse, em Assunção

O Vaticano pediu ao bispo Fernando Lugo que reconsidere sua decisão de abandonar a Igreja Católica para poder se candidatar à Presidência do Paraguai nas eleições de 2008, segundo uma carta divulgada nesta terça-feira em Assunção pela Nunciatura Apostólica.

Assinada pelo cardeal Giovanni Battista Re, líder da Congregação para os Bispos, a nota diz que a Santa Sé foi pega "de surpresa" pela decisão de Lugo de se apresentar às eleições presidenciais.

Lugo anunciou publicamente segunda-feira sua decisão de renunciar ao sacerdócio para se dedicar à vida política e liderar uma coalizão de oposição para derrotar nas urnas o Partido Colorado, no poder há mais de meio século.

Na nota, o Vaticano lembrou ao bispo que o Código do direito canônico proíbe aos sacerdotes a dedicação a atividades políticas e adverte que suas prerrogativas eclesiásticas poderão ser revogadas se não mudar de atitude.

O comportamento de Lugo "não é coerente com a missão sacerdotal e episcopal, que tem como objetivo fundamental a salvação das almas", enfatiza a carta.

Fernando Lugo é o favorito para as eleições presidenciais de 2008, segundo as pesquisas de opinião paraguaias.

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Fernando Lugo confirmou formalmente nesta segunda-feira sua renúncia ao estado clerical para apresentar sua candidatura presidencial ao pleito de 2008, à frente de uma coalizão opositora.

"Pediram-me que lidere um projeto e hoje, neste 25 de dezembro, oficialmente tomo a decisão de me colocar a serviço do povo paraguaio por meio da política", afirmou Lugo.

O agora ex-bispo, que tem uma reconhecida trajetória de ação com os setores populares do centro do país, anunciou sua decisão em mensagem lida em sua casa de Encarnación, 370 quilômetros ao sul de Assunção.

"A decisão não foi fácil, mas não posso negar que é prazerosa", disse Lugo, ao explicar que resolveu liderar um projeto que tem o objetivo de derrotar em 2008 o Partido Colorado, no poder desde 1947.

Lugo, que apresentou sua carta de renúncia na última quinta-feira (21) na Nunciatura de Assunção, após quase 30 de anos de vida sacerdotal, pediu a bênção da Santa Sé.

"Peço sua bênção, para esta tarefa. Pode me conceder, pode me negar e pode suspender minhas ações pastorais que é, exatamente, o que peço", disse.

Lugo acrescentou que com sua decisão cumpriu um dos preceitos da Constituição, que proíbe aos sacerdotes a candidatura presidencial.

O ex-bispo afirmou que está decidido a trabalhar pelo país para "pôr um ponto final definitivo a esta longa história de exclusão", cujos responsáveis, disse, "têm nomes e sobrenomes e são conhecidos por todos", em alusão ao Partido Colorado, que governa ininterruptamente o Paraguai desde 1947.

Com Efe

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