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01/01/2007
-
09h35
da Folha Online
A chegada de 2007 tem significado especial para cidadãos da Bulgária e da Romênia, que se tornam a partir desta segunda-feira membros da União Européia. O bloco alcança neste ano a marca de 27 países e quase meio bilhão de pessoas, em meio à discussões sobre um possível endurecimento das regras que podem tornar mais difíceis a entrada de novos países.
Para o premiê da Bulgária, Sergei Stanishev, a entrada na UE significa a realização do "sonho de uma geração". Neste país e na Romênia, milhares de pessoas aclamaram a chegada de 2007 e celebraram a entrada na União Européia com concertos musicais, festas nas ruas e shows de fogos.
Na Bulgária, centenas de pessoas também usaram as festas para manifestar solidariedade com cinco enfermeiras búlgaras condenadas à morte na Líbia, usando faixas e fitas.
As enfermeiras e um médico palestino foram condenados em 19 de dezembro de 2006 por supostamente infectarem mais de 400 crianças líbias com o vírus HIV, apesar de especialistas e cientistas afirmarem que as crianças foram infectadas antes que os seis funcionários iniciassem seus trabalhos no país.
Mercado comum
Durante a noite, a Bulgária derrubou barreiras alfandegárias em 15 pontos ao longo da fronteira com a Grécia e a Romênia. Agora, todos os vizinhos fazem parte de um único mercado, o da União Européia.
Os controles alfandegários na fronteira da Bulgária com a Turquia, a Sérvia e a Macedônia, no entanto, foram fortalecidos, de acordo com os padrões da UE, afirmou Asen Asenov, chefe da agência de alfândegas.
Em Bucareste, o presidente da Romênia, Traian Basescu, comemorou o fim de 17 anos de reformas que finalmente permitiram que os dois países, antigamente comunistas, se unissem à UE.
"Foi difícil, mas chegamos ao fim da jornada. É o caminho para nosso futuro, a estrada para nossa alegria", disse o presidente a milhares de pessoas reunidas na University Square.
Crescimento econômico
A Romênia e a Bulgária são dois dos países mais pobres da Europa, e se unem ao bloco sob condições duras ditadas por líderes europeus que tentam colocar um freio à expansão da UE.
Ambos os países devem reportar-se para líderes da UE a cada seis meses para mostrar avanços em reformas econômicas.
Ambos abandonaram o comunismo em 1989, tentam a entrada na União Européia desde 1995 e começaram a negociar o acesso no ano 2000. As negociações terminaram há dois anos, e a Comissão Européia declarou em setembro que os dois países estavam prontos para se unirem ao bloco.
Apesar de problemas contínuos com corrupção e reformas judiciais, a Romênia e a Bulgária têm tido grande crescimento econômico depois de anos de recessão. O crescimento obtido em 2006 é estimado em 5.5% na Bulgária e 7% na Romênia.
Os salários dos trabalhadores, no entanto, ainda são baixos para padrões da UE. Na Bulgária, a média salarial mensal é de US$ 235, e na Romênia, US$ 400.
Expansão ameaçada
Em dezembro de 2006, os líderes da UE indicaram o endurecimento das regras para adesão de novos membros no bloco, o que ameaça de forma especial as negociações em curso com a Turquia.
Frente aos temores do público sobre as conseqüências de aumentar ainda mais a UE, já era esperado que os chefes de Estado apoiassem o congelamento parcial da negociação sobre a adesão dos turcos.
O premiê holandês, Jan Peter Balkenende, afirmou que a UE não permitirá "atalhos" para a adesão de novos membros. "Precisamos 'deixar a casa em ordem' antes de aceitar novos membros", reforçou o premiê de Luxemburgo, Jean-Claude Juncker. Ele se referia ao fracasso da Constituição européia, rejeitada por vários países.
Com a entrada da Bulgária e da Romênia, muitos europeus especulam se não é chegada a hora de "fechar as portas".
As opiniões se dividem. "O processo de aumento do bloco tem sido benéfico para todos os cidadãos europeus, e é por isso que ele deve continuar. Não concordo em fixar uma fronteira na Europa para sempre", disse o premiê da Dinamarca, Anders Fogh Rasmussen. "No entanto, também temos que levar em consideração a capacidade da UE de aceitar novos membros", completou.
Turquia
As negociações com a Turquia estão prejudicadas pela sua recusa em entrar em um acordo com o Chipre, que já é membro do bloco. Chipre não é reconhecido pelo governo de Ancara em razão de seu litígio histórico com a maioria etnicamente grega da pequena República insular.
A Turquia domina militarmente o terço norte da ilha de Chipre, habitada por turcos étnicos e cujo governo ela é a única a reconhecer.
Ancara sempre condicionou o acesso das embarcações cipriotas à Turquia a uma abertura da área, que atualmente está bloqueada para o acesso de navios e aviões de outros países.
Com Associated Press e agências internacionais
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União Européia alcança 27 países com entrada de Romênia e Bulgária
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A chegada de 2007 tem significado especial para cidadãos da Bulgária e da Romênia, que se tornam a partir desta segunda-feira membros da União Européia. O bloco alcança neste ano a marca de 27 países e quase meio bilhão de pessoas, em meio à discussões sobre um possível endurecimento das regras que podem tornar mais difíceis a entrada de novos países.
Para o premiê da Bulgária, Sergei Stanishev, a entrada na UE significa a realização do "sonho de uma geração". Neste país e na Romênia, milhares de pessoas aclamaram a chegada de 2007 e celebraram a entrada na União Européia com concertos musicais, festas nas ruas e shows de fogos.
Na Bulgária, centenas de pessoas também usaram as festas para manifestar solidariedade com cinco enfermeiras búlgaras condenadas à morte na Líbia, usando faixas e fitas.
As enfermeiras e um médico palestino foram condenados em 19 de dezembro de 2006 por supostamente infectarem mais de 400 crianças líbias com o vírus HIV, apesar de especialistas e cientistas afirmarem que as crianças foram infectadas antes que os seis funcionários iniciassem seus trabalhos no país.
Mercado comum
Durante a noite, a Bulgária derrubou barreiras alfandegárias em 15 pontos ao longo da fronteira com a Grécia e a Romênia. Agora, todos os vizinhos fazem parte de um único mercado, o da União Européia.
Os controles alfandegários na fronteira da Bulgária com a Turquia, a Sérvia e a Macedônia, no entanto, foram fortalecidos, de acordo com os padrões da UE, afirmou Asen Asenov, chefe da agência de alfândegas.
Em Bucareste, o presidente da Romênia, Traian Basescu, comemorou o fim de 17 anos de reformas que finalmente permitiram que os dois países, antigamente comunistas, se unissem à UE.
"Foi difícil, mas chegamos ao fim da jornada. É o caminho para nosso futuro, a estrada para nossa alegria", disse o presidente a milhares de pessoas reunidas na University Square.
Crescimento econômico
A Romênia e a Bulgária são dois dos países mais pobres da Europa, e se unem ao bloco sob condições duras ditadas por líderes europeus que tentam colocar um freio à expansão da UE.
Ambos os países devem reportar-se para líderes da UE a cada seis meses para mostrar avanços em reformas econômicas.
Ambos abandonaram o comunismo em 1989, tentam a entrada na União Européia desde 1995 e começaram a negociar o acesso no ano 2000. As negociações terminaram há dois anos, e a Comissão Européia declarou em setembro que os dois países estavam prontos para se unirem ao bloco.
Apesar de problemas contínuos com corrupção e reformas judiciais, a Romênia e a Bulgária têm tido grande crescimento econômico depois de anos de recessão. O crescimento obtido em 2006 é estimado em 5.5% na Bulgária e 7% na Romênia.
Os salários dos trabalhadores, no entanto, ainda são baixos para padrões da UE. Na Bulgária, a média salarial mensal é de US$ 235, e na Romênia, US$ 400.
Expansão ameaçada
Em dezembro de 2006, os líderes da UE indicaram o endurecimento das regras para adesão de novos membros no bloco, o que ameaça de forma especial as negociações em curso com a Turquia.
Frente aos temores do público sobre as conseqüências de aumentar ainda mais a UE, já era esperado que os chefes de Estado apoiassem o congelamento parcial da negociação sobre a adesão dos turcos.
O premiê holandês, Jan Peter Balkenende, afirmou que a UE não permitirá "atalhos" para a adesão de novos membros. "Precisamos 'deixar a casa em ordem' antes de aceitar novos membros", reforçou o premiê de Luxemburgo, Jean-Claude Juncker. Ele se referia ao fracasso da Constituição européia, rejeitada por vários países.
Com a entrada da Bulgária e da Romênia, muitos europeus especulam se não é chegada a hora de "fechar as portas".
As opiniões se dividem. "O processo de aumento do bloco tem sido benéfico para todos os cidadãos europeus, e é por isso que ele deve continuar. Não concordo em fixar uma fronteira na Europa para sempre", disse o premiê da Dinamarca, Anders Fogh Rasmussen. "No entanto, também temos que levar em consideração a capacidade da UE de aceitar novos membros", completou.
Turquia
As negociações com a Turquia estão prejudicadas pela sua recusa em entrar em um acordo com o Chipre, que já é membro do bloco. Chipre não é reconhecido pelo governo de Ancara em razão de seu litígio histórico com a maioria etnicamente grega da pequena República insular.
A Turquia domina militarmente o terço norte da ilha de Chipre, habitada por turcos étnicos e cujo governo ela é a única a reconhecer.
Ancara sempre condicionou o acesso das embarcações cipriotas à Turquia a uma abertura da área, que atualmente está bloqueada para o acesso de navios e aviões de outros países.
Com Associated Press e agências internacionais
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