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07/01/2007 - 13h34

EUA tomarão as dez impressões digitais de visitantes, diz jornal

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da Efe, em Londres

As autoridades de imigração dos Estados Unidos deverão tomar as dez impressões digitais de todos que entrarem no país para incluí-las em um banco de dados partilhado com o FBI [polícia federal americana], o que motivou duras críticas de grupos de defesa dos direitos civis.

A informação foi publicada hoje pelo dominical britânico "The Observer", segundo o qual, em meio à luta contra o terrorismo, os dados obtidos através deste procedimento serão compartilhados com outras agências de segurança.

O jornal diz ainda que não haverá qualquer tipo de restrição à utilização das impressões digitais em escala internacional. Até o momento, nos aeroportos americanos são tomadas apenas duas impressões digitais. A ampliação do procedimento aos outros dedos servirá para tornar os dados de cada visitante compatíveis com o banco de informações do FBI, afirma o jornal.

"Vamos começar os testes em vários aeroportos neste verão", confirmou uma porta-voz do Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos.

O plano americano foi duramente criticado pelo grupo britânico de direitos civis Liberty.

"Armazenar as impressões digitais de milhões de passageiros inocentes não servirá para dissuadir potenciais terroristas", afirmou a diretora da ONG, Shami Chakrabarti.

"Essa proposta realmente maníaca transforma milhares de viajantes que respeitam a lei em suspeitos de terrorismo", denunciou Simon Davies, diretor do Privacy International, grupo que também defende a proteção da privacidade.

Davies advertiu que a tecnologia deixa muito a desejar, e, por isso, alguns visitantes dos Estados Unidos podem ser vítimas de um verdadeiro pesadelo, caso seus dados sejam confundidos com os de outra pessoa.

Estudo

Segundo relatório recente do grupo de direitos civis Statewatch, que citava um estudo japonês de quinze sistemas biométricos, onze deles não conseguiram detectar "falsas" impressões digitais quando a parte interna dos dedos era coberta com fita adesiva.

O "Observer" lembra que as autoridades americanas têm acesso aos dados dos cartões de crédito e contas de e-mail de cidadãos britânicos e de outros países europeus, devido a um acordo entre Washington e Bruxelas.

Todos os que viajam para os Estados Unidos podem ter rastreadas todas as suas transações realizadas com cartões de crédito caso utilizem um para comprar a passagem de avião.

Os passageiros que informarem seu endereço de e-mail a uma companhia aérea se expõem também à análise de todas as mensagens pessoais enviadas ou recebidas via correio eletrônico.

Liberdade

Nos Estados Unidos, o plano de tomar as dez impressões digitais também causou preocupação entre grupos de defesa das liberdades, que acusam o governo de usar o pretexto da luta antiterrorista para reforçar seu controle sobre os cidadãos.

As impressões digitais serão integradas a um banco de dados do Departamento de Segurança Nacional, que armazena também informações colhidas por outras organizações, como o FBI ou a Interpol.

Esse banco de dados já contém 71 milhões de impressões digitais.

Uma porta-voz do Departamento de Segurança Nacional americano disse ao jornal que "o sistema de dez impressões digitais é mais seguro do que o de apenas duas".

A fonte afirmou esperar que a aplicação da medida não faça com que cidadãos de outros países desistam de visitar os Estados Unidos.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o FBI
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