Publicidade
Publicidade
15/01/2007
-
08h28
da Efe, em Bagdá
O massacre de 148 xiitas na aldeia de Dujail, em 1982, como represália por uma tentativa frustrada de assassinato do ex-ditador Saddam Hussein, passou a ser, segundo políticos e historiadores, uma das páginas negras da "era Saddam".
O massacre foi conhecido pelo mundo especialmente durante o longo julgamento que começou em 19 de outubro de 2005 e foi encerrado no dia 5 de novembro de 2006 com três condenações à morte --entre elas a de Saddam, executado em 30 de dezembro.
O meio-irmão de Saddam, Barzan al Tikriti, e o antigo chefe do Tribunal Revolucionário, Awad al Bandar, foram enforcados nesta madrugada após também serem condenados à morte pelo massacre.
O caso Dujail teve início em 7 de julho de 1982, quando a comitiva presidencial em que Saddam viajava foi atacada no momento em que passava por esta cidade agrícola, situada 60 quilômetros ao norte de Bagdá e povoada quase exclusivamente por xiitas.
Saddam voltava de uma visita de inspeção às tropas iraquianas que combatiam no norte do país contra o Exército do Irã quando se viu surpreendido por um ataque a tiros.
Homens armados atacaram o veículo Mercedes do ex-ditador, mas graças à blindagem do veículo, nem ele nem nenhum de seus adjuntos morreram ou foram feridos. Apenas 11 guarda-costas sofreram ferimentos no atentado.
O atentado frustrado foi mais tarde reivindicado pelo partido xiita Dawa, envolvido à época em uma violenta campanha contra o regime laico de Saddam e que seguia ativo apesar da repressão exercida contra seus membros.
O Dawa, hoje dirigido pelo ex-primeiro-ministro iraquiano Ibrahim al Jaafari tinha então seus dirigentes refugiados em Teerã, de onde ordenavam seus ataques contra os partidários do regime de Saddam e que nem sempre conseguiam seus objetivos, como a tentativa de assassinato, também frustrada, do vice-primeiro-ministro Tareq Aziz.
Vingança
O atentado de Dujail foi seguido por uma onda de detenções no povoado. Um total de 148 dos habitantes, entre eles todos os Jafayi, foram julgados e condenados à morte. Vários deles eram adolescentes.
O próprio Saddam assinou para ratificar as penas de morte, autorizando assim o primeiro massacre em massa de xiitas durante seu regime (1979-2003), que foi seguido por outros, particularmente em 1991.
Mas a vingança de Saddam não acabou com as execuções: a maioria dos terrenos agrícolas de Dujail foi destruída, e milhares de habitantes da localidade se viram forçados a emigrar para o sul do país, zonas desérticas onde mal conseguiram viver pelo resto de seus dias.
Saddam alegou durante o longo julgamento que os 148 xiitas de Dujail foram executados de acordo com a Justiça, depois de confessarem sua participação naquele atentado e o Tribunal Revolucionário, dirigido por Bandar al Awad os condenar à morte.
Além disso, Saddam argumentou que o ataque contra ele foi cometido quando o país se encontrava envolvido em uma feroz guerra com o Irã, que durou de 1980 a 1988 e durante a qual os xiitas do Iraque foram acusados em muitas ocasiões de falta de lealdade a seu país e de colaborar com os iranianos, também xiitas.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Saddam Hussein
Leia o que já foi publicado sobre Barzan Ibrahim al Tikriti
Leia o que já foi publicado sobre Awad Ahmed al Bandar
Leia cobertura completa sobre o Iraque sob tutela
Leia a cobertura completa do julgamento de Saddam Hussein
Saiba mais sobre o caso do massacre de 148 xiitas em Dujail
Publicidade
O massacre de 148 xiitas na aldeia de Dujail, em 1982, como represália por uma tentativa frustrada de assassinato do ex-ditador Saddam Hussein, passou a ser, segundo políticos e historiadores, uma das páginas negras da "era Saddam".
O massacre foi conhecido pelo mundo especialmente durante o longo julgamento que começou em 19 de outubro de 2005 e foi encerrado no dia 5 de novembro de 2006 com três condenações à morte --entre elas a de Saddam, executado em 30 de dezembro.
O meio-irmão de Saddam, Barzan al Tikriti, e o antigo chefe do Tribunal Revolucionário, Awad al Bandar, foram enforcados nesta madrugada após também serem condenados à morte pelo massacre.
O caso Dujail teve início em 7 de julho de 1982, quando a comitiva presidencial em que Saddam viajava foi atacada no momento em que passava por esta cidade agrícola, situada 60 quilômetros ao norte de Bagdá e povoada quase exclusivamente por xiitas.
Saddam voltava de uma visita de inspeção às tropas iraquianas que combatiam no norte do país contra o Exército do Irã quando se viu surpreendido por um ataque a tiros.
Homens armados atacaram o veículo Mercedes do ex-ditador, mas graças à blindagem do veículo, nem ele nem nenhum de seus adjuntos morreram ou foram feridos. Apenas 11 guarda-costas sofreram ferimentos no atentado.
O atentado frustrado foi mais tarde reivindicado pelo partido xiita Dawa, envolvido à época em uma violenta campanha contra o regime laico de Saddam e que seguia ativo apesar da repressão exercida contra seus membros.
O Dawa, hoje dirigido pelo ex-primeiro-ministro iraquiano Ibrahim al Jaafari tinha então seus dirigentes refugiados em Teerã, de onde ordenavam seus ataques contra os partidários do regime de Saddam e que nem sempre conseguiam seus objetivos, como a tentativa de assassinato, também frustrada, do vice-primeiro-ministro Tareq Aziz.
Vingança
O atentado de Dujail foi seguido por uma onda de detenções no povoado. Um total de 148 dos habitantes, entre eles todos os Jafayi, foram julgados e condenados à morte. Vários deles eram adolescentes.
O próprio Saddam assinou para ratificar as penas de morte, autorizando assim o primeiro massacre em massa de xiitas durante seu regime (1979-2003), que foi seguido por outros, particularmente em 1991.
Mas a vingança de Saddam não acabou com as execuções: a maioria dos terrenos agrícolas de Dujail foi destruída, e milhares de habitantes da localidade se viram forçados a emigrar para o sul do país, zonas desérticas onde mal conseguiram viver pelo resto de seus dias.
Saddam alegou durante o longo julgamento que os 148 xiitas de Dujail foram executados de acordo com a Justiça, depois de confessarem sua participação naquele atentado e o Tribunal Revolucionário, dirigido por Bandar al Awad os condenar à morte.
Além disso, Saddam argumentou que o ataque contra ele foi cometido quando o país se encontrava envolvido em uma feroz guerra com o Irã, que durou de 1980 a 1988 e durante a qual os xiitas do Iraque foram acusados em muitas ocasiões de falta de lealdade a seu país e de colaborar com os iranianos, também xiitas.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice