Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
15/01/2007 - 08h55

Saiba mais sobre o meio-irmão de Saddam Hussein

Publicidade

da Efe, em Bagdá

Barzan Ibrahim Hassan al Tikriti, o meio-irmão de Saddam Hussein executado nesta segunda-feira pela morte de 148 xiitas da aldeia iraquiana de Dujail, nasceu em 1951 na cidade sunita de Tikrit, 170 quilômetros ao norte de Bagdá.

Com apenas 17 anos, Al Tikriti participou do golpe militar protagonizado pelo partido Baath, de tendência laica, que assumiu o poder em 17 de julho de 1968. Mas não ocupou postos de responsabilidade até que seu meio-irmão derrubou, em 1979, Ahmed Hassan al Baker à frente do Conselho de Comando Revolucionário e se proclamou presidente.

Nos primeiros anos da era de Saddam, Al Tikriti foi nomeado diretor dos serviços de inteligência, onde, não soube prevenir a tentativa de assassinato contra o ex-ditador ele atravessava, em 1982, a cidade de Dujail, um povoado agrícola majoritariamente xiita situado 65 quilômetros ao sul de Bagdá.

No entanto, este erro não lhe custou o cargo, causando a queda do ministro do Interior, substituído por um irmão de Barzan, Sabaui Ibrahim al Hassan.

O caso Dujail terminou por custar-lhe a vida, já que, da mesma forma que Saddam, Al Tikriti foi condenado à morte por sua responsabilidade nos julgamentos sumaríssimos e na execução de 148 moradores de Dujail imediatamente depois do da tentativa de assassinato.

Repressão

Al Tikriti supervisionou a brutal repressão dos xiitas iraquianos, e não só de Dujail, que se traduziu em assassinatos, desaparições e deportações, muitas vezes baseadas em meras suspeitas.

Pode-se dizer que Saddam deve a sobrevivência de seu regime aos serviços de inteligência comandados por Barzan: os agentes de espionagem tinham carta branca para deter, interrogar, fazer desaparecer ou matar qualquer pessoa ligada a supostas conspirações.

Em 1983, Al Tikriti participou da campanha contra os curdos do nordeste do país, acusados de quinta-colunistas do Irã na guerra contra o Iraque.

Dezenas de membros do Partido Democrático do Curdistão (KDP), dirigido pelo hoje presidente da região autônoma curda Massoud Barzani, foram assassinados.

Acredita-se que muitos de seus corpos, que nunca apareceram, foram enterrados em valas comuns depois de serem mortos por agentes da comandados por Tikriti.

No final de 1983, foi substituído como chefe dos serviços secretos e passou cinco anos sem cargos políticos de responsabilidade.

Desvios

Em 1988, foi enviado por Saddam como embaixador à Suíça, país onde mais tarde passou a ser embaixador iraquiano na subsede da ONU em Genebra, cargo no qual permaneceu até 1998.

Suspeita-se que todos esses anos na Suíça lhe permitiram encarregar-se da transferência de milhões de dólares de Saddam e para contas secretas em bancos helvécios.

Em Genebra, Barzan perdeu sua mulher após uma longa doença. Quando foi chamado outra vez a Bagdá, rejeitou voltar imediatamente, o que despertou conjeturas sobre um possível distanciamento de Saddam. No entanto, finalmente voltou à capital iraquiana e permaneceu junto a seu meio-irmão até sua derrocada, em março de 2003.

Apenas uma semana após a queda do governo de Saddam, Barzan foi detido em Bagdá por forças americanas. Ocupava o posto 52 dentro do famoso "baralho" dos 55 dirigentes mais procurados do regime derrubado.

Logo após sua detenção, revelou que sofria câncer na medula espinhal, e pediu insistentemente uma medida de clemência --apoiada inclusive pelo rei Abdullah da Jordânia-- para poder ser libertado e tratado no exterior, o que sempre lhe foi negado.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Saddam Hussein
  • Leia o que já foi publicado sobre Barzan Ibrahim al Tikriti
  • Leia o que já foi publicado sobre Awad Ahmed al Bandar
  • Leia cobertura completa sobre o Iraque sob tutela
  • Leia a cobertura completa do julgamento de Saddam Hussein
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página