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15/01/2007 - 15h57

Justiça acusa seis por ataque frustrado a transporte de Londres

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da Folha Online

Um promotor do Reino Unido acusou na Justiça nesta segunda-feira seis homens por supostamente planejaram matar passageiros do sistema de transporte público de Londres com bombas feitas com uma mistura de peróxido de hidrogênio e uma farinha especial da culinária indiana.

Ninguém foi morto na tentativa de atentado em três vagões do metrô e um ônibus em 21 de julho de 2005 porque os artefatos falharam e não explodiram. "Apesar das bombas não terem explodido, isso não diminui em nada as intenções dos réus. Foi simplesmente sorte o que poupou os passageiros naquele dia", disse o promotor Nigel Sweeney.

Os seis homens alegaram inocência quanto às acusações de planejar o bombardeio do transporte público de Londres. A tentativa de atentado foi perpetrada apenas duas semanas depois que terroristas suicidas mataram 52 passageiros em outro ataque, no dia 7 de julho de 2005.

Acusados

Muktar Said Ibrahim, 28; Ramzi Mohamed, 25; Yassin Omar, 26; Manfu Asiedu, 33; Adel Yahya, 24; and Hussain Osman, 28-- todos moradores de Londres-- negam as acusações de conspiração para cometer assassinato e conspiração para causar explosões.

Sweeney afirmou que Osman disse à polícia que as bombas eram um "truque deliberado para firmar uma posição política", e não tinham a intenção de matar ninguém. Mas, segundo o promotor, cientistas forenses testaram a mistura e "mesmo em testes os ingredientes explodiram".

"Este caso diz respeito a uma trama extremista islâmica, que tinha como objetivo final empreender vários assassinatos e atentados suicidas", afirmou Sweeney para os jurados. De acordo com o promotor, os ingredientes para as bombas foram comprados no começo de abril de 2005, o que provaria que os ataques não foram uma "apressada cópia" dos atentados de 7 de julho.

Extremismo

O promotor afirmou que os acusados --a maioria dos quais nasceu na Etiópia ou na Somália-- eram antigos conhecidos, e cinco deles foram fotografados pela polícia em um acampamento em Lake District, norte da Inglaterra, em maio de 2004.

Sweeney disse que uma testemunha irá afirma que os homens disseram que iam a um campo na Escócia para "ficarem em forma para a jihad" [referindo-se a uma guerra santa].

A polícia afirmou que encontrou literatura extremista islâmica nos apartamentos dos acusados, vários dos quais já freqüentaram a mesquita de Finsbury Park para ouvir discursos do atualmente preso Abu Hamza al Masri, um pregador tido como radical.

De acordo com o promotor, Ibrahim, um dos líderes do atentado, passou por treinamento militar em um campo no Sudão em 2003, e também já foi ao Paquistão treinar para a jihad.

Asiedu, outro acusado, planejou ser um dos que colocaram as bombas, mas ficou nervoso no último minuto e abandonou sua bomba em um parque, disse o promotor. O artefato foi encontrado dois dias depois.

Já Yahya se envolveu no planejamento mas deixou o Reino Unido seis semanas antes da tentativa de atentado.

Prisões

A maioria dos suspeitos foi presa no Reino Unido alguns dias depois do atentado frustrado. Osman fugiu para a Itália e foi detido em Roma uma semana depois dos ataques.

Outras onze pessoas --incluindo a mulher e a cunhada de Osman-- foram acusadas por ajudar os réus ou obstruir as investigações. Seus julgamentos deverão ocorrer ainda neste ano.

O peróxido de hidrogênio que está disponível no comércio é muito diluído para ser eficaz em um explosivo, afirmou Sweeny, por isso os acusados compraram um total de 284 garrafas da substância e a ferveram para aumentar a concentração.

Espera-se que o julgamento dure entre três e quatro meses.

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