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19/01/2007 - 08h17

Ataques continuam no Iraque até saída dos EUA, diz clérigo xiita

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da Efe, em Roma

A violência no Iraque continuará até a retirada das tropas americanas, afirmou o líder xiita iraquiano Moqtada al Sadr, em entrevista publicada hoje pelo jornal italiano "La Repubblica".

As declarações do líder xiita foram divulgadas um dia depois que tropas americanas detiveram em Bagdá um importante assessor de Al Sadr.

Na sua opinião, o Iraque está completamente dividido por culpa do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que provocou a situação "para controlar melhor o país".

"Acho que existe só uma possibilidade para se chegar uma solução: a retirada imediata dos americanos", disse o clérigo xiita.

Segundo o jornal italiano, Al Sadr se sente ameaçado até mesmo por seus seguidores mais fiéis, por isso escondeu a sua família e nunca dorme no mesmo lugar, para evitar emboscadas.

O líder xiita critica o atual governo e diz que nunca confiou no primeiro-ministro iraquiano, Nouri al Maliki, que sempre suspeitou "que estivesse manipulado".

Sadr anunciou que o governo já começou uma batalha contra sua milícia, com a detenção de 400 homens, mas acrescentou que o grupo vai se defender.

Segundo Al Sadr, existem "quatro exércitos" dispostos a acabar com seu grupo: um comando secreto, treinado no deserto jordaniano pelas forças americanas, os "peshmerga" curdos, o Exército americano e os homens preparados pelo ex-primeiro-ministro Yyad Allawi.

O clérigo acusa Allawi de ser homem de confiança dos EUA e de estar "preparando seu próprio Exército no aeroporto militar de Muthanna, para suceder Al Maliki".

O rebelde xiita também desmente boatos de que ele ou seus homens estiveram presentes na execução do ex-presidente iraquiano Saddam Hussein.

"É claro que não chorei por um homem que massacrou a minha família e meu povo. Só que, se dependesse de mim, ele teria sido executado em praça pública, para que todo o mundo visse".

Prisão

Tropas americanas detiveram em Bagdá um assessor de Al Sadr, informaram hoje fontes do grupo político dirigido pelo radical xiita.

"Militares americanos, acompanhados por soldados iraquianos, detiveram ontem à noite o xeque Abdul Hadi al Dareyi, após invadir a sua casa e a mesquita que administra, em Cidade de Sadr, no leste de Bagdá", disse Baha al Arayi, deputado do bloco de Al Sadr no Parlamento iraquiano.

Arayi acrescentou que um dos guardas da mesquita foi abatido a tiros pelos soldados. Em seguida, os parlamentares da sua bancada procuraram o escritório do primeiro-ministro iraquiano, Nouri al Maliki, que respondeu que "não tinha conhecimento da operação".

Arayi ameaçou tomar medidas se o Executivo não agir para libertar Dareyi.

Moqtada al Sadr é líder da milícia rebelde Exército Mahdi, que se opõe à presença militar americana no Iraque.

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