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26/01/2007 - 15h36

EUA autorizam tropas a matarem iranianos no Iraque, diz "Post"

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da Folha Online

O governo americano autorizou o Exército a matar ou capturar militantes iranianos que estejam em atividade no Iraque, como parte de uma estratégia agressiva para enfraquecer a influência do Irã no Oriente Médio e pressionar para que o país abandone seu programa nuclear.

As tropas dos EUA no Iraque agora têm permissão para alvejar membros da Corte Revolucionária do Irã, assim como membros da inteligência que estejam a serviço das milícias armadas que atuam no país. A política não se estende a civis ou diplomatas iranianos.

Segundo o jornal americano "Washington Post", por mais de um ano, as forças americanas no Iraque detiveram secretamente dezenas de suspeitos iranianos, mantendo-os presos por até três ou quatro dias em algumas ocasiões.

De acordo com o "Post", os EUA coletaram exemplares do DNA de iranianos sem o seu conhecimento, submetendo-os a exames de retina e de impressões digitais antes de liberá-los.

No entanto, a administração dos EUA decidiu tomar uma postura mais agressiva, enquanto a influência regional do Irã cresce e os esforços americanos para isolar Teerã parecem fracassar. Além disso, o programa nuclear iraniano avança e aliados dos EUA resistem em adotar sanções severas contra o país, enquanto a violência sectária cresce no Iraque.

A política de "capturar e matar" foi autorizada pelo presidente George W. Bush em uma reunião com seus principais assessores no ano passado, ao lado de outras medidas para conter a influência do Irã sobre o Iraque e o Líbano, e também pressionar pelo fim do programa nuclear.

O Irã alega que seu programa nuclear é pacífico, mas os EUA e outros países afirmam que o país visa desenvolver armas nucleares.

Ação iraniana

De acordo com o "Post", cerca de 150 agentes da inteligência iraniana, além de membros do Comando da Guarda Revolucionária do Irã, estão em atividade no Iraque atualmente. Não há evidências de que iranianos tenham atacado diretamente soldados dos EUA no Iraque.

No entanto, por cerca de três anos, iranianos oferecem treinamento, inteligência e armas para milícias xiitas ligadas ao governo iraquiano, para a insurgência e para a violência contra sunitas.

O diretor da CIA, Michael V. Hayden, afirmou recentemente ao Senado que o uso de armas de origem iraniana utilizadas contra as forças americanas no Iraque "são bastante significativas".

O plano de "capturar e matar" elaborado por Bush causou apreensão entre as agências de inteligência, o Departamento de Estado e o Departamento de Defesa dos EUA, que temem que tal política faça crescer o conflito entre o Irã e os EUA no Iraque.

Ataque

Um ataque a bomba ocorrido perto de um mercado de animais em Ghazil, no centro de Bagdá, matou 15 pessoas e feriu outras 35 nesta sexta-feira, informou a polícia local.

A explosão ocorreu às 10h (5h de Brasília), uma hora antes do início da proibição do tráfego de veículos na capital, que visa proteger as mesquitas às sextas-feiras, dia sagrado muçulmano.

Ontem, ataques a bomba mataram ao menos 34 pessoas em Bagdá. Na segunda-feira (22), em um dos piores ataques recentes na capital, 88 morreram em um mercado em Bab al Sharji.

Em 1º de dezembro, também uma sexta-feira, um carro-bomba matou três pessoas no mercado de Ghazil, que atrai curiosos de toda a cidade, onde as opções de entretenimento são raras.

Após uma onda de ataques a bomba nos últimos dias, forças de segurança estão em alerta, enquanto xiitas se preparam para marcar os dez dias do ritual de Ashura, na segunda-feira (29).

Milícias

Criticado por não fazer o suficiente para deter a ação das milícias xiitas, Al Maliki prometeu combater os grupos armados, ligados a qualquer partido político.

Os EUA identificaram o Exército de Mahdi, grupo armado leal ao clérigo radical xiita Moqtada al Sadr, como a pior "ameaça" à segurança no Iraque. Segundo os EUA, o sucesso do plano de segurança de Maliki depende do combate tanto às milícias xiitas quanto aos insurgentes sunitas.

O premiê, que depende do apoio do partido político ligado a Al Sadr no Parlamento, vem sendo acusado de falhar no combate ao Exército de Mahdi, mas membros da aliança xiita do qual Maliki faz parte dizem que ele está agora determinado a tomar providências.

Desde que Maliki anunciou seu plano de segurança para deter a ação de grupos ilegais armados, no início deste mês, uma onda de explosões atingiu Bagdá e dezenas de corpos foram encontrados nas ruas da capital, aparentemente vítimas de esquadrões da morte.

Na quarta-feira (24), 33 corpos foram achados. Hoje a polícia encontrou mais sete corpos.

Com agências internacionais

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