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29/01/2007 - 10h13

Tensão prossegue em Najaf após combates que mataram 300

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da Efe, em Bagdá

A cidade de Najaf amanheceu tensa nesta segunda-feira no dia seguinte aos intensos combates nos quais ao menos 300 insurgentes morreram, segundo as autoridades locais, a poucas horas da celebração da Ashura, festividade que marca a cisão que ocorreu no mundo islâmico, quando xiitas se separaram do sunitas.

Ali Duaibal, porta-voz do governo local, disse que as operações terminaram nesta madrugada com a prisão de 13 homens armados.

O número de mortos ainda não foi confirmado pelo governo central e, caso se confirme, indicaria um alto nível de violência organizada que não se via no Iraque desde a época da invasão do país, em 2003.

Fontes do Ministério da Defesa se negaram a confirmar os números de vítimas e remeteram ao Ministério do Interior, que deve divulgar ainda nesta segunda-feira um comunicado oficial com todos os detalhes do que aconteceu.

'As operações de busca na região continuam para deter os rebeldes entrincheirados', disse uma fonte, que não quis se identificar.

O local dos combates foi Zarqa, um bairro do norte de Najaf, que é considerada uma cidade santa para os xiitas por abrigar o santuário do Imame Ali, primo e genro de Maomé e quarto califa do Islã.

Durante esses dias, Najaf, 150 quilômetros ao sul de Bagdá, e a vizinha Karbala estão abarrotadas de fiéis xiitas que, a partir da noite desta segunda-feira, celebrarão a Ashura, festividade que lembra o 'martírio' de Hussein, filho de Ali, no ano 61 da Hégira e que marca o cisma xiita.

Confrontos

Os combates eclodiram depois que o Exército iraquiano recebeu um aviso sobre a presença de 600 homens armados em Zarqa, preparados, aparentemente, para lançar um ataque contra os santuários xiitas durante a Ashura.

O Exército iraquiano teve que pedir ajuda aos militares americanos, que recorreram ao uso da força aérea para deter os rebeldes, que estavam armados e em grande número.

O que mais chama a atenção é que, segundo o porta-voz do governo, Ali Dabbagh, os rebeldes também eram xiitas, porém, são seguidores de um líder dissidente chamado Ahmed Hassani, que comanda um movimento chamado 'Exército do Céu'.

O líder, até então desconhecido, tinha ordenado o assassinato das principais autoridades xiitas iraquianas --incluindo o Grande Aiatolá Ali Sistani-- para preparar a chegada à terra do Imame al Mahdi, o messias que restabelecerá a paz e a justiça.

O Exército iraquiano informou ter havido oito baixas em suas fileiras [entre policiais e militares], enquanto outros seis estão desaparecidos.

Mortes

Além disso, o Exército americano confirmou a morte de dois dos seus homens na queda de um helicóptero de combate que sobrevoava a região de Zarqa.

Segundo o governador de Najaf, Assad Abu Kalal, a operação contra os milicianos xiitas foi 'legal e aplicada de acordo com a constituição'. No entanto, o governo central guardou discrição durante o domingo e não confirmou as versões divulgadas.

Até agora, as principais milícias xiitas conhecidas eram o Exército Mehdi, fiéis ao clérigo radical xiita Moqtada al Sadr, e as Brigadas Badr, braço armado da Assembléia Suprema para a Revolução Islâmica, movimentos ambos presentes no governo de Nouri al Maliki.

A existência de milícias armadas, tanto xiitas como sunitas, se transformou em um dos grandes problemas para a segurança no Iraque, já que a polícia se vê muitas vezes impotente pelo poder dos combatentes em muitos dos bairros e cidades xiitas no centro e no sul do país.

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