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30/01/2007 - 21h21

Violência atinge xiitas no Iraque durante festividades sagradas

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da Folha Online

Bombardeios e ataques tiveram como alvo os milhares de muçulmanos do Iraque que celebravam nesta terça-feira o último dia da festividade religiosa da Ashura, uma das principais datas do calendário xiita.

Ao menos 58 pessoas morreram no país hoje, apesar do aumento na segurança depois de uma batalha entre forças do governo e messiânicos xiitas acusados de planejaram um ataque durante as cerimônias religiosas.

Mian Khursheed/Reuters
Peregrino xiita se autoflagela durante a Ashura no Paquistão
Peregrino xiita se autoflagela durante a Ashura no Paquistão
O pior de hoje ataque ocorreu quando um terrorista suicida detonou bombas no meio de uma multidão que entrava em uma mesquita xiita em Mandali (perto da fronteira com o Irã), matando ao menos 26 pessoas e deixando outras 47 feridas, de acordo com a polícia.

Outras 13 pessoas morreram e 28 ficaram feridas quando outra bomba explodiu entre xiitas que faziam rituais ao ar livre na cidade de Khanaqin, segundo a polícia.

Em Bagdá, homens armados em dois carros abriram fogo contra um ônibus que levava peregrinos xiitas para o principal local de culto da religião na capital, matando sete pessoas e ferindo outras sete.

Horas depois, ataques com morteiros mataram nove pessoas em bairros sunitas da cidade. Outras 30 ficaram feridas, no que a polícia acredita se tratar de uma represália aos ataques a xiitas.

Uma pessoa morreu em outro ataque com morteiros em um bairro xiita de Bagdá, informou a polícia. Em Mossul, dois policiais também morreram em um bombardeio.

Prevenção

Apesar dos ataques, a polícia acredita que a segurança reforçada preveniu a violência nas cidades sagradas xiitas de Karbala e Najaf, que foram palco das maiores e mais importantes comemorações da Ashura --festa que relembra o martírio do imã Hussain, personagem da tradição xiita e neto do profeta Maomé.

Em Bagdá, a polícia encontrou nesta terça-feira oito corpos com sinais típicos de assassinato por esquadrões da morte sectários --o menor número em meses.

Temendo uma represália de insurgentes sunitas, autoridades iraquianas destacaram 11 mil policiais e soldados para de Kerbala, local onde o imã Hussein morreu e que é o foco das comemorações da Ashura.

Mais de 1,5 milhão de peregrinos, a maioria iraquianos mas também indianos e paquistaneses, participaram dos rituais xiitas em Kerbala, de acordo com informações do governo da Província. Centenas de milhares de outros foram a Najaf, Bagdá e outras cidades no Iraque.

O festival vem sendo alvo de ataques de extremistas sunitas, que vêem os xiitas --que são maioria no mundo muçulmano-- como hereges. Ações suicidas e outros ataques ocorridos contra peregrinos em Kerbala e Bagdá mataram 171 pessoas em 2004.

Líbano

Tanto no Iraque quanto no Líbano, na Arábia Saudita e no Irã, as festividades da Ashura ocorreram em uma atmosfera de tensão entre xiitas e sunitas, que ganharam força após o crescimento da violência sectária, principalmente em Bagdá e em Beirute.

Na capital libanesa, o líder do grupo xiita Hizbollah, o xeque Hassan Nasrallah, aproveitou a ocasião para atacar o presidente americano, George W. Bush.

"Aqueles que fomentaram o caos no Líbano, que destruíram o Líbano, que mataram mulheres se crianças no Líbano são George Bush e [a secretária de Estado] Condoleezza Rice, que ordenaram que os sionistas lançassem a guerra no Líbano", disse Nasrallah, em referência ao conflito que teve início em julho e matou mais de 1.200 [na maioria libaneses].

Em Nabatiyeh, no sul do Líbano, milhares de xiitas andavam em círculos na praça da cidade, ferindo suas próprias cabeças com espadas, vestidos em lençóis usados para absorver o sangue.

Paquistão

No Paquistão, uma explosão perto de uma procissão causou um tiroteio que terminou com dois sunitas mortos na cidade de Hangu, oeste do país, segundo a polícia.

Nove policiais e quatro civis também ficaram feridos na troca de tiros que seguiu o ataque.

Na Arábia Saudita, homens, mulheres e crianças marcharam pelas ruas da cidade de Awwamiya, batendo sobre os próprios ombros.

Em Bahrein --que, ao lado do Iraque, é um dos países árabes de maioria xiita-- cerca de 15 mil pessoas marcharam pelas ruas da capital Manama antes de orar pelo imã Hussain.

Segundo um porta-voz da cerimônia, Nader bin Salloom, centenas de xiitas vindos do Kuait, da Arábia Saudita, de Omã e dos Emirados Árabes Unidos participaram da celebração.

Com agências internacionais

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