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31/01/2007
-
22h42
da Folha Online
Dezenas de milhares de sindicalistas, fazendeiros e membros de grupos de esquerda marcharam nesta quarta-feira através da Cidade do México para protestar contra aumentos de preços de produtos alimentícios básicos como as tortilhas --fundamental para a população mais pobre do país.
A marcha representou um desafio para o presidente do México, Felipe Calderón, e suas políticas orientadas para o mercado.
Em uma das faixas levadas pelos manifestantes, lia-se a mensagem "Calderón roubou nas eleições, agora está roubando as tortilhas".
Políticos de esquerda também não foram poupados no protesto. O líder esquerdista Manuel López Obrador, derrotado por Calderón nas últimas eleições mexicanas, foi impedido de discursar na marcha pelos organizadores.
Movimento espontâneo
Para muitos participantes, Obrador deveria se manter à margem do protesto para marcar o caráter apartidário do movimento. "Este é um movimento popular espontâneo, não há afiliação política", afirmou o fazendeiro Servando Olivaria, presente na marcha. "Obrador pode participar, mas ele não tem que liderar a marcha."
Ex-prefeito da Cidade do México, Obrador mobilizou milhões de apoiadores com suas alegações de que as eleições de 2 de julho último foram roubadas. Ele afirma ser o "presidente legítimo" do país. Desde que Calderón assumiu, no entanto, o autoproclamado "governo alternativo" e Obrador praticamente desapareceu dos olhos do público.
Ao se oferecer para liderar a marcha da tortilha, Obrador planejou um grande retorno para o palco da política mexicana, mas o esforço não foi bem-sucedido. "A idéia aqui é concentrar nos objetivos finais da marcha e não em personalidades", afirmou Gerardo Sanchez, presidente o Conselho Agrário Permanente e participante do movimento.
Tortilhas
O protesto dos manifestantes se relaciona com o aumento do preço das tortilhas. Segundo os participantes, os preços dobraram no último ano, chegando a cerca de 10 pesos por quilo.
Os milhares de fazendeiros que marcharam na Cidade do México hoje exigiam de Calderón medidas firmes para controlar os preços de artigos alimentícios básicos.
Desde que assumiu o governo, Calderón vem sendo alvo de críticas por fracassar em controlar os preços das tortilhas. Defensor do livre mercado, o presidente diz que não quer voltar para o controle de preços direto praticado por muitos ex-líderes do país.
Em 18 de janeiro, Calderón assinou um acordo com organizações de negócios para tentar limitar os preços das tortilhas para 8,5 pesos por kg, mas muitos vendedores independentes ignoraram o limite (que não tinha força de lei).
Segundo especialistas, o aumento do preço das tortilhas representa uma ameaça para muitos mexicanos, que poderão ter problemas de nutrição. Segundo Amanda Galvez, que lidera um instituto de pesquisa em nutrição no México, a população mais pobre consome em média 400 gramas de tortilhas por dia.
Com os novos preços, um trabalhador que ganha o salário mínimo mexicano deverá gastar um terço de seu orçamento em tortilhas para sua família.
Com Associated Press
Especial
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Marcha contra aumento de preços desafia direita e esquerda no México
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Dezenas de milhares de sindicalistas, fazendeiros e membros de grupos de esquerda marcharam nesta quarta-feira através da Cidade do México para protestar contra aumentos de preços de produtos alimentícios básicos como as tortilhas --fundamental para a população mais pobre do país.
Gregory Bull/AP |
Manifestantes protestam contra aumento de preços nas ruas da Cidade do México |
Em uma das faixas levadas pelos manifestantes, lia-se a mensagem "Calderón roubou nas eleições, agora está roubando as tortilhas".
Políticos de esquerda também não foram poupados no protesto. O líder esquerdista Manuel López Obrador, derrotado por Calderón nas últimas eleições mexicanas, foi impedido de discursar na marcha pelos organizadores.
Movimento espontâneo
Para muitos participantes, Obrador deveria se manter à margem do protesto para marcar o caráter apartidário do movimento. "Este é um movimento popular espontâneo, não há afiliação política", afirmou o fazendeiro Servando Olivaria, presente na marcha. "Obrador pode participar, mas ele não tem que liderar a marcha."
Ex-prefeito da Cidade do México, Obrador mobilizou milhões de apoiadores com suas alegações de que as eleições de 2 de julho último foram roubadas. Ele afirma ser o "presidente legítimo" do país. Desde que Calderón assumiu, no entanto, o autoproclamado "governo alternativo" e Obrador praticamente desapareceu dos olhos do público.
Ao se oferecer para liderar a marcha da tortilha, Obrador planejou um grande retorno para o palco da política mexicana, mas o esforço não foi bem-sucedido. "A idéia aqui é concentrar nos objetivos finais da marcha e não em personalidades", afirmou Gerardo Sanchez, presidente o Conselho Agrário Permanente e participante do movimento.
Tortilhas
O protesto dos manifestantes se relaciona com o aumento do preço das tortilhas. Segundo os participantes, os preços dobraram no último ano, chegando a cerca de 10 pesos por quilo.
Os milhares de fazendeiros que marcharam na Cidade do México hoje exigiam de Calderón medidas firmes para controlar os preços de artigos alimentícios básicos.
Desde que assumiu o governo, Calderón vem sendo alvo de críticas por fracassar em controlar os preços das tortilhas. Defensor do livre mercado, o presidente diz que não quer voltar para o controle de preços direto praticado por muitos ex-líderes do país.
Em 18 de janeiro, Calderón assinou um acordo com organizações de negócios para tentar limitar os preços das tortilhas para 8,5 pesos por kg, mas muitos vendedores independentes ignoraram o limite (que não tinha força de lei).
Segundo especialistas, o aumento do preço das tortilhas representa uma ameaça para muitos mexicanos, que poderão ter problemas de nutrição. Segundo Amanda Galvez, que lidera um instituto de pesquisa em nutrição no México, a população mais pobre consome em média 400 gramas de tortilhas por dia.
Com os novos preços, um trabalhador que ganha o salário mínimo mexicano deverá gastar um terço de seu orçamento em tortilhas para sua família.
Com Associated Press
Especial
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