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02/02/2007 - 20h52

Confrontos entre Hamas e Fatah matam 17 antes de novo cessar-fogo

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da Folha Online

Militantes dos movimentos rivais Fatah e Hamas travaram confrontos em duas universidades e explodiram uma estação de rádio nesta sexta-feira. Ao menos 17 pessoas morreram durante o que se transformou em um dos piores dias da disputa por poder que segue há meses entra as duas facções. Entre os mortos, há quatro crianças.

Após a violência, os dois lados anunciaram um acordo para um novo cessar-fogo nos territórios palestinos. Horas depois do anúncio, porém, homens armados continuavam nas ruas, e as facções pediram um tempo para recolher suas forças armadas.

O último cessar-fogo entre o Hamas e o Fatah foi declarado na última terça-feira (30) e durou apenas três dias. Desde ontem, cerca de 250 palestinos ficaram feridos e ao menos 24 morreram em combates entre os dois movimentos.

Ataques

Membros do Hamas atacaram a sede de uma rádio pró-Fatah em Gaza hoje. Ambulâncias foram atingidas na troca de tiros, e homens armados se confrontaram nas ruas.

Hatem Moussa/AP
Garoto palestino olha de janela de centro de treinamento do Fatah atacado em Gaza<BR>
Garoto palestino olha de janela de centro de treinamento do Fatah atacado em Gaza
Cerca de 50 homens da guarda presidencial ligada ao Fatah, partido do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, cercaram o prédio do ministério do Interior nesta manhã, trocando tiros com membros armados do Hamas.

Ao redor da Cidade de Gaza, integrantes do Hamas lançaram morteiros contra uma base de treinamento do Fatah. As ruas de Gaza ficaram vazias, cercadas por escombros de ataques.

Apenas homens das forças de segurança, com granadas de mão e roupas pretas, eram vistos nas ruas.

A onda de violência forçou milhares de moradores a se esconderem em casa para fugir do fogo cruzado.

Ataque a comboio

Os atos de violência começaram ontem em vários lugares da faixa de Gaza, depois que militantes do Hamas atacaram um comboio de três veículos que transportavam materiais para a guarda ligada a Mahmoud Abbas.

Segundo o Fatah, dois caminhões da comitiva foram confiscados por membros do Hamas. Um pouco antes, o Hamas afirmou que um país árabe não-identificado havia enviado na véspera uma "grande carga" de armas destinadas à guarda presidencial de Abbas.

O Fatah negou ter recebido as armas. "Esta acusação é falsa e só joga mais lenha na fogueira", declarou o porta-voz Abdelhakim Awad.

Este episódios de violência ocorreram um dia antes de uma reunião em Washington entre chanceleres do chamado Quarteto para o Oriente Médio --formado por Estados Unidos, União Européia (UE), Rússia e ONU-- para acertar posições sobre a chance de reavivar o processo de paz entre israelenses e palestinos.

Cessar-fogo

Apesar da ausência de uma interrupção oficial, as mortes ocorridas entre ontem e hoje acabam na prática com o cessar-fogo da última terça-feira, que havia colocado uma pausa em uma onda de violência que deixou ao menos 34 palestinos mortos.

O Hamas venceu o Fatah nas últimas eleições parlamentares palestinas, há cerca de um ano. Desde que tomou posse em março, o partido luta para governar em meio a uma crise internacional. Os Estados Unidos, Israel e outros países impuseram um boicote financeiro ao governo palestino para forçar o Hamas a formar uma coalizão com o Fatah, considerado mais moderado, reconhecer o Estado de Israel e renunciar à violência.

Até hoje, a pressão não obteve resultados. O presidente dos EUA, George W. Bush, se comprometeu a enviar US$ 86 milhões para fornecer equipamento não-letal e treinamento para as forças leais a Abbas. Oficiais israelenses afirmam que as armas estão sendo fornecidas por aliados americanos na região (Jordânia e Egito), com a aprovação de Israel.

Com agências internacionais

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o Hamas
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