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06/02/2007 - 10h52

Israel inicia polêmica reforma em área da Esplanada das Mesquitas

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da Efe, em Jerusalém

Israel começou nesta terça-feira, sob rígidas medidas de segurança, a reforma de um dos acessos à Esplanada das Mesquitas, obra que os líderes islâmicos palestinos consideram uma ameaça à mesquita de Al Aqsa, a terceira na hierarquia do islã.

As obras de remodelação do acesso são realizadas na parte que liga a Esplanada, na altura da mesquita de Al Aqsa, ao extremo sul do Muro das Lamentações, um trecho geralmente usado por turistas e não-muçulmanos.

Arqueólogos e operários da Autoridade de Antiguidades israelense começaram os trabalhos protegidos por tropas policiais não apenas no local das obras, mas em toda a cidade murada, para prevenir tumultos por parte da população muçulmana, informaram fontes policiais.

"Trata-se do mesmo posicionamento preventivo que adotamos em dias festivos, tanto muçulmanos quanto judeus, ou em algumas ocasiões especiais e que incluem certas restrições de acesso e uma maior presença de patrulhas policiais pela cidade velha", disse um porta-voz da polícia israelense, Miki Rosenfeld.

Uma das restrições proíbe o acesso de palestinos do sexo masculino maiores de 45 anos à Esplanada das Mesquitas nos próximos dias, além de turistas e visitantes não-autorizados.

Segundo o porta-voz, a Esplanada "estará fechada durante toda o dia de hoje". "Esta medida foi adotada em concordância com o Comitê Superior Islâmico (Wakf)", comitê que administra os lugares sagrados para os muçulmanos, de acordo com o porta-voz.

O Monte do Templo é o nome dado pelos judeus ao local onde se encontram as mesquitas de Al Aqsa e Domo da Rocha. O Haram al Sharif, ou Santuário Nobre, como é chamada a área pelos muçulmanos, é o terceiro local mais sagrado para o islamismo [depois de Meca e Medina].

Trata-se do mesmo lugar no qual os arqueólogos situam os restos do Segundo Templo de Jerusalém, o Muro das Lamentações [último vestígio do Templo de Herodes, destruído pelos romanos no ano 70 d.C.]. O local é considerado um santo, e, portanto, um dos principais empecilhos para a resolução do conflito israelo-palestino. Nessa esplanada aconteceu a segunda Intifada [revolta palestina contra a ocupação israelense iniciada em 28 de setembro de 2000], após uma polêmica visita do então líder da oposição e mais tarde primeiro-ministro israelense Ariel Sharon.

O objetivo das obras atuais, segundo a Autoridade de Antiguidades, é substituir uma rampa de madeira construída há três anos, depois que um terremoto destruiu a rampa anterior de pedra e cimento, para levantar outra, também fixa.

Nesta segunda-feira, após a violenta reação de alguns líderes palestinos locais, o chefe político do Hamas no exílio, Khaled Mashaal, advertiu em Damasco que "Israel está brincando com fogo e conhece as conseqüências de tocar em Al Aqsa".

Mashaal pediu aos palestinos que deixem de lado as disputas internas e protejam o santuário muçulmano.

A nova rampa, construída sobre oito pilares de concreto e três vezes mais longa que o planejado, passará por cima de um dos pontos arqueológicos mais importantes do mundo, o que também desperta o receio de arqueólogos israelenses.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre a Esplanada das Mesquitas
  • Leia o que já foi publicado sobre o Muro das Lamentações
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