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13/02/2007 - 18h34

ONU retomará inspeções na Coréia do Norte após acordo em Pequim

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da Folha Online

O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU, Mohamed El Baradei, anunciou nesta terça-feira que seus inspetores retomarão as atividades na Coréia do Norte após o acordo alcançado com Pyongyang para iniciar o desmantelamento de seus centros nucleares.

"A AIEA voltará à Coréia do Norte para se assegurar de que todas as atividades nucleares têm fins pacíficos", declarou El Baradei durante entrevista à imprensa, da qual também participou o ministro das Relações Exteriores de Luxemburgo, Jean Asselborn.

A Coréia do Norte se comprometeu nesta terça-feira, em Pequim, a iniciar nos próximos dois meses o desmantelamento de suas instalações nucleares em troca de ajuda em energia que corresponde a US$ 300 milhões, segundo um acordo assinado entre os seis países participantes das negociações (Estados Unidos, China, Rússia, Japão e Coréias do Norte e do Sul).

Acordo

O governo norte-coreano aceitou nesta terça-feira suspender suas atividades nucleares, em um acordo selado em reunião multilateral que garantirá US$ 300 milhões em ajuda ao país.

Segundo o acordo, fechado em reunião entre seis países em Pequim após uma semana de negociações, Pyongyang deve suspender as atividades em seu principal reator nuclear e permitir inspeções da AIEA no local.

"Este progresso marca um passo importante em direção à desnuclearização da península coreana", afirmou o representante chinês, Wu Dawei, ao fim da reunião. "É favorável para o processo de paz no nordeste da Ásia e para a melhora das relações entre os países".

O pacto --selado entre as duas Coréias, os Estados Unidos, o Japão, a Rússia e a China-- é apenas o primeiro de várias ações que visam desmantelar o programa nuclear norte-coreano. Vários outros pontos devem ser discutidos em reuniões posteriores.

"Esta é apenas uma fase do desarmamento. Nós não terminamos", afirmou o representante americano, Christopher Hill, após o anúncio do acordo.

Combustível e dinheiro

O acordo prevê que o governo norte-coreano deve tomar providências para suspender suas atividades nucleares em seu principal reator em um prazo de 60 dias. Em troca, receberá 50 mil toneladas de combustível e ajuda econômica. Outras 950 mil toneladas serão enviadas ao país quando forem tomadas medidas mais amplas para deter o programa nuclear do país.

Entre essas medidas, está incluído um inventário a respeito das ações norte-coreanas que envolvem plutônio --combustível usado por Pyongyang no teste nuclear realizado em outubro.

O total de 100 mil toneladas de combustível corresponderia a US$ 330 milhões.

O acordo não inclui o fornecimento de 2.000 megawatts de eletricidade pleiteado pela Coréia do Sul em um acordo selado entre os seis países em setembro de 2005. Tal benefício só deverá ser concedido após a conclusão do desarmamento nuclear da Coréia do Norte.

A provisão de eletricidade representaria um custo de US$ 8,5 bilhões em dez anos.

Diálogo

A reunião em Pequim teve o foco nas maneiras de implementar as cláusulas do acordo de setembro de 2005, que oferecia a Pyongyang ajuda econômica e garantias na área da segurança em troca do desmantelamento de seu programa nuclear.

Os EUA contribuiriam para o fornecimento de combustível e ajuda econômica à Coréia do Norte, o que significa que o presidente George W. Bush precisa obter o apoio do Congresso para que o pacto seja colocado em prática, segundo o jornal "The New York Times".

A Coréia do Norte já concordou em se desarmar anteriormente, em um acordo fechado em 1994, durante o governo de Bill Clinton, cuja administração também prometia ajuda.

No entanto, devido a acusações mútuas e desentendimentos entre Pyongyang e Washington, o acordo fracassou em 2002, depois que os EUA acusaram o governo norte-coreano de pretender produzir armas abastecidas com urânio enriquecido.

Alguns diplomatas vêem com ressalvas este novo acordo fechado nesta terça-feira.

"Este é um primeiro passo", afirmou o ministro japonês de Relações Exteriores, Taro Aso, segundo a agência de notícias Kyodo. "Se ele realmente perdurará, ainda não sabemos".

Com France Presse e agências internacionais

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