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15/02/2007 - 14h26

Assassino de Salt Lake City sobreviveu a massacre na Bósnia

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da Efe, em Saravejo

O refugiado bósnio Sulejman Talovic, que na segunda-feira (12) matou a tiros cinco pessoas em um centro comercial de Salt Lake City (EUA), antes de ser encurralado e morto pela polícia, foi sobrevivente do massacre de muçulmanos de Srebrenica, em 1995.

O genocídio de Sberenica, considerado o maior assassinato em massa da Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), ocorreu quando o Exército sérvio da Bósnia matou mais de 8.000 muçulmanos do país, de adolescentes a idosos.

A família de Talovic pediu que o jovem fosse enterrado na Bósnia.

O serviço consular bósnio já está realizando os trâmites para a transferência do corpo, afirmou um representante do Ministério de Relações Exteriores do país.

"O Consulado da Bósnia em Chicago já está administrando os trâmites necessários para realizar o desejo da família", confirmou Nebojsa Regoje, chefe do serviço de imprensa ministerial, que afirmou não saber ainda onde Talovic será enterrado.

A família Talovic morou até o começo da guerra civil na Bósnia, ocorrida entre 1992 e 1995, na aldeia muçulmana de Talovici, próxima à localidade de Cerska, no nordeste do país.

Talovic, 18, viveu durante parte da guerra com sua família no enclave de Srebrenica, de onde foram levados para a cidade de Tuzla, no norte do país, e depois à Croácia, disseram seus familiares.

"Escutei pela TV que Sulejman tinha matado aquelas pessoas", declarou à TV bósnia Redzo Talovic, parente do refugiado que vive atualmente na aldeia Talovici. A maioria dos habitantes do local fugiu em 1992 para Srebrenica, que mais tarde se tornou uma área sob proteção da ONU.

Parentes

A família Talovic, Suljo e a mãe Sabira, com seu filho Sulejman e uma filha foram levados depois para Tuzla.

"Fiquei surpreso ao saber que Sulejman tinha matado aquelas pessoas. Em nossa família nunca aconteceu algo semelhante", disse Redzo Talovic, que afirmou ainda que após sair de Srebrenica, a família vivia em péssimas condições em uma casa abandonada em Tuzla.

"Suljo trabalhava por pouco dinheiro em um campo, arava, semeava e cortava lenha na floresta", acrescentou. Segundo disse, Sulejman queria uma infância normal, brincar com outras crianças de sua idade, ter brinquedos, mas "em vez disso, estava sempre com fome".

Na destruída aldeia de Talovici vivem hoje apenas muçulmanos, em geral idosos, que retornaram a casas parcialmente reconstruídas depois da guerra.

Muska Talovic, parente de Talovic, afirma que ele era "um menino muito tranqüilo" e que ficou perplexa quando ouviu o que ele tinha feito. "Não posso acreditar que ele tenha matado essa gente assim", afirmou Muska.

Após emigrar para a Croácia, a família de Talovic se mudou legalmente para os EUA e tinha o Green Card, disse Nebojsa Regoje.

Ela afirmou também que, segundo dados do Ministério de Relações Exteriores da Bósnia, cerca de 3.000 refugiados do país, em sua maioria muçulmanos, vivem em Salt Lake City e em seus arredores.

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