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16/02/2007 - 23h58

Itália irá julgar 26 agentes da CIA por seqüestro de clérigo

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da Efe
da Folha Online

A juíza Caterina Interlandi decidiu nesta sexta-feira que irão a julgamento os ex-chefes dos serviços secretos militares da Itália (Sismi) e 26 agentes da CIA (agência de inteligência americana), acusados do seqüestro do imã da mesquita de Milão, Abu Omar, em fevereiro de 2003.

Entre os processados está o antigo chefe do Sismi Nicolo Pollari e o ex-número um do serviço de contra-espionagem Marco Mancini, além do ex-responsável da CIA na Itália Jeff Castelli e de seu representante em Milão Robert Seldon Lady.

O julgamento começará em 8 de junho, por decisão da juíza. No total, 35 pessoas serão processadas. Duas delas, no entanto, fizeram um acordo com a Justiça para reduzir sua pena em troca de admitir envolvimento no seqüestro.

Os dois acusados que fizeram acordo são Luciano Pironi, um carabineiro condenado a nove meses e dez dias por sua participação no seqüestro, e Renato Farina, um jornalista do jornal "Libero" que confessou ter colaborado com os serviços secretos italianos, condenado a seis meses por acobertar o caso.

Réus

Por enquanto, os que se sentarão no banco dos réus são os italianos Pollari, Mancini, outros dois altos funcionários do Sismi, Luciano Seno e Pio Pompa, e os agentes Raffaele Ditroia, Luciano Di Gregorio e Giuseppe Ciorra.

Ainda não está certo se os agentes da CIA estarão presentes ao julgamento, já que o governo do premiê italiano, Romano Prodi, deve pedir primeiro sua extradição aos Estados Unidos.

O atual ministro da Justiça da Itália, Clemente Mastella, tem em seu poder a pasta com o pedido das extradições formulado pela Promotoria de Milão há meses, mas que até o momento não decidiu enviá-lo.

A Justiça italiana permite o julgamento à revelia, por isso o processo pode seguir contra os membros da CIA mesmo se eles não comparecerem ao tribunal.

O ministro da Infra-estrutura, Antonio di Pietro, ex-promotor que ganhou à fama com o caso das "Mãos Limpas" (contra a corrupção no país), considerou que o governo se "equivoca", como o anterior, de Silvio Berlusconi, por não abrir o pedido de extradição.

Outros processos

Abu Omar foi recentemente libertado da prisão no Egito quatro anos depois de ter sido detido em Milão, onde foi seqüestrado. Após sua soltura, ele ameaçou processar o ex-premiê italiano Silvio Berlusconi por 'danos' sofridos na prisão.

Omar afirma que guardas egípcios o torturaram com choques elétricos, espancamentos, abuso genital e ameaças de estupro durante sua prisão.

"Ele acredita, e eu concordo, que se não fosse por Berlusconi a operação de seqüestro não teria acontecido. Ele era o premiê, e foi ele quem deu a luz verde" para a detenção, disse o advogado de Omar, Montasser al Zayat.

Berlusconi repetidamente negou qualquer conhecimento sobre a operação de detenção do clérigo, mas os documentos relacionados ao caso são confidenciais.

Omar disse que o episódio destruiu sua vida e que vai buscar US$ 13 milhões de dólares em compensações na Justiça pelos danos sofridos.

Um juiz determinou um mandado de prisão para Omar na Itália após uma investigação sobre supostos laços com redes terroristas, incluindo o recrutamento de combatentes para o Iraque. A investigação não foi concluída.

Depois de ser seqüestrado e levado para o Egito em 2003, Nasr foi acusado de pertencer a uma organização ilegal. Ele foi brevemente libertado em 2004 quando as acusações foram derrubadas, mas foi novamente detido sem acusações sob leis emergenciais.

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