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19/02/2007
-
20h54
da Efe, em Jerusalém
Terminou sem resultados concretos a reunião entre a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, o primeiro-ministro de de Israel, Ehud Olmert, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, realizada hoje em Jerusalém.
Após o encontro, Rice anunciou que Olmert e Abbas "decidiram voltar a se reunir em breve e expressaram o desejo de fazê-lo com a participação e a liderança americanas para superar os obstáculos, obter apoio regional e internacional e avançar rumo à paz", disse Rice.
A secretária de Estado não disse se participará da próxima cúpula palestino-israelense, mas afirmou ter planos de voltar em breve à região.
Em rápida declaração à imprensa, Rice disse que as três partes concordaram em que é preciso buscar a solução de dois Estados com base em acordos já feitos, e em que "um Estado palestino não pode nascer da violência e do terror".
Sem resultados concretos, a reunião parece indicar um fortalecimento do engajamento do governo George W. Bush na questão-israelense palestina.
O ponto que mais trava o avanço das negociações neste momento é a recusa do movimento radical islâmico Hamas a cumprir três pontos exigidos pela comunidade internacional e por Israel: reconhecer tanto o Estado judeu como os acordos já firmados entre este e os palestinos, e renunciar à violência.
A postura do Hamas levou o governo liderado pelo movimento islâmico na ANP a sofrer um boicote internacional desde sua posse, no início de 2006.
A situação tornou-se insustentável e acabou desembocando em confrontos armados entre homens armados do Hamas e nacionalistas do Fatah nas ruas palestinas.
A solução encontrada foi a constituição de um governo de união nacional, atualmente em processo de formação. Mas este ainda será liderado por Ismail Haniyeh, do Hamas, movimento que terá diversos ministérios e que mantém sua postura.
Silêncio
Diante desse quadro, o momento da reunião trilateral não era dos melhores. Após o encontro, Olmert confirmou a legisladores de seu partido, o Kadima, que Israel não negociará com o novo Governo da ANP, mas o continuará fazendo com o moderado Abbas, que é membro do Fatah.
Nem o premiê israelense nem Abbas --que tem tentado, em vão, convencer o Hamas a reconhecer o Estado de Israel-- falaram ao lado de Rice aos jornalistas. E a secretária limitou-se a ler um comunicado, sem aceitar perguntas.
Rice afirmou que a reunião fora "útil e frutífera". Não foram, entretanto, anunciadas, como esperava Abbas, medidas concretas de "criação de confiança", como a diminuição --já prometida por Olmert-- dos controles do Exército israelense na Cisjordânia.
Segundo Rice, foi examinado "o horizonte" que desponta no processo de paz, e a formação do novo governo nos territórios palestinos, frente ao qual os Estados Unidos mantêm uma atitude cautelosa.
De acordo com Rice, o próximo governo da ANP deve "estar comprometido" com os princípios do Quarteto para o Oriente Médio --formado por Estados Unidos, ONU, Rússia e União Européia (UE).
A secretária, porém, disse que esperará a formação do novo gabinete para avaliar se as condições do Quarteto estão sendo cumpridas.
Pressão
O Hamas afirmou que rejeita o que vê como "pressões" americanas para obstaculizar a formação do novo governo palestino.
O movimento islâmico "não tem nenhuma esperança na mediação dos Estados Unidos, porque estes sempre estão do lado da entidade sionista (Israel)", disse à agência Efe Ismail Radwan, porta-voz do Hamas.
A Presidência da ANP tem repetido que o governo palestino não tem nada a ver com as negociações com Israel, que cabem a Abbas, e que, de todas as formas, o próximo Executivo, ao assumir os compromissos da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), inclusive os dos Acordos de Oslo, cumprirá as condições do Quarteto.
Mas Israel insiste em um reconhecimento explícito por parte do futuro governo palestino.
Com um cenário pouco propício a avanços, Rice pediu que israelenses e palestinos "respeitem o cessar-fogo" que acertaram em novembro e que vem sendo cumprido, embora com algumas violações.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Condoleezza Rice
Leia o que já foi publicado sobre Ehud Olmert
Leia o que já foi publicado sobre Mahmoud Abbas
Reunião entre Rice, Olmert e Abbas termina sem resultado concreto
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Terminou sem resultados concretos a reunião entre a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, o primeiro-ministro de de Israel, Ehud Olmert, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, realizada hoje em Jerusalém.
Após o encontro, Rice anunciou que Olmert e Abbas "decidiram voltar a se reunir em breve e expressaram o desejo de fazê-lo com a participação e a liderança americanas para superar os obstáculos, obter apoio regional e internacional e avançar rumo à paz", disse Rice.
A secretária de Estado não disse se participará da próxima cúpula palestino-israelense, mas afirmou ter planos de voltar em breve à região.
Em rápida declaração à imprensa, Rice disse que as três partes concordaram em que é preciso buscar a solução de dois Estados com base em acordos já feitos, e em que "um Estado palestino não pode nascer da violência e do terror".
Sem resultados concretos, a reunião parece indicar um fortalecimento do engajamento do governo George W. Bush na questão-israelense palestina.
O ponto que mais trava o avanço das negociações neste momento é a recusa do movimento radical islâmico Hamas a cumprir três pontos exigidos pela comunidade internacional e por Israel: reconhecer tanto o Estado judeu como os acordos já firmados entre este e os palestinos, e renunciar à violência.
A postura do Hamas levou o governo liderado pelo movimento islâmico na ANP a sofrer um boicote internacional desde sua posse, no início de 2006.
A situação tornou-se insustentável e acabou desembocando em confrontos armados entre homens armados do Hamas e nacionalistas do Fatah nas ruas palestinas.
A solução encontrada foi a constituição de um governo de união nacional, atualmente em processo de formação. Mas este ainda será liderado por Ismail Haniyeh, do Hamas, movimento que terá diversos ministérios e que mantém sua postura.
Silêncio
Diante desse quadro, o momento da reunião trilateral não era dos melhores. Após o encontro, Olmert confirmou a legisladores de seu partido, o Kadima, que Israel não negociará com o novo Governo da ANP, mas o continuará fazendo com o moderado Abbas, que é membro do Fatah.
Nem o premiê israelense nem Abbas --que tem tentado, em vão, convencer o Hamas a reconhecer o Estado de Israel-- falaram ao lado de Rice aos jornalistas. E a secretária limitou-se a ler um comunicado, sem aceitar perguntas.
Rice afirmou que a reunião fora "útil e frutífera". Não foram, entretanto, anunciadas, como esperava Abbas, medidas concretas de "criação de confiança", como a diminuição --já prometida por Olmert-- dos controles do Exército israelense na Cisjordânia.
Segundo Rice, foi examinado "o horizonte" que desponta no processo de paz, e a formação do novo governo nos territórios palestinos, frente ao qual os Estados Unidos mantêm uma atitude cautelosa.
De acordo com Rice, o próximo governo da ANP deve "estar comprometido" com os princípios do Quarteto para o Oriente Médio --formado por Estados Unidos, ONU, Rússia e União Européia (UE).
A secretária, porém, disse que esperará a formação do novo gabinete para avaliar se as condições do Quarteto estão sendo cumpridas.
Pressão
O Hamas afirmou que rejeita o que vê como "pressões" americanas para obstaculizar a formação do novo governo palestino.
O movimento islâmico "não tem nenhuma esperança na mediação dos Estados Unidos, porque estes sempre estão do lado da entidade sionista (Israel)", disse à agência Efe Ismail Radwan, porta-voz do Hamas.
A Presidência da ANP tem repetido que o governo palestino não tem nada a ver com as negociações com Israel, que cabem a Abbas, e que, de todas as formas, o próximo Executivo, ao assumir os compromissos da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), inclusive os dos Acordos de Oslo, cumprirá as condições do Quarteto.
Mas Israel insiste em um reconhecimento explícito por parte do futuro governo palestino.
Com um cenário pouco propício a avanços, Rice pediu que israelenses e palestinos "respeitem o cessar-fogo" que acertaram em novembro e que vem sendo cumprido, embora com algumas violações.
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