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22/02/2007
-
12h56
da Efe, em Bagdá
O bombardeio de um mausoléu xiita na cidade de Samarra, que completa um ano nesta quinta-feira, deu início a uma onda de violência entre xiitas e sunitas no Iraque, que o governo de Nouri al Maliki, acusado de parcialidade anti-sunita, foi incapaz de controlar.
As duas comunidades, que viveram em paz durante 1.400 anos, há 12 meses estão imersas no que muitos já qualificam como "guerra civil", com deslocamentos de população, assassinatos a sangue frio e um clima de suspeita permanente.
No dia 22 de fevereiro de 2006, um grupo de desconhecidos bombardeou a cúpula dourada do mausoléu que aloja os túmulos de Ali al Hadi e Hassan al Askari, dois dos 12 imãs venerados por xiitas de todo o mundo.
Mais tarde, o governo do xiita Nouri al Maliki disse que sunitas infiltrados dentro do complexo do mausoléu foram os responsáveis pelo bombardeio da cúpula, causando graves perdas materiais. Um homem, acusado de ter vínculos com a rede terrorista Al Qaeda, foi detido e executado por suposta participação no ataque.
O atentado contra o mausoléu causou uma onda de ira xiita sem precedentes. Até então, a maioria xiita do Iraque havia suportado durante três anos os contínuos ataques de grupos terroristas sunitas --iraquianos ou estrangeiros--, dando mostras de uma incrível contenção.
Mas o atentado de Samarra marcou um ponto de mudanças: milícias xiitas começaram então a atacar seus vizinhos sunitas, bombardear ou ocupar suas mesquitas, e obrigá-los a abandonar bairros inteiros.
Os sunitas procederam da mesma forma, estendendo um clima de "limpeza religiosa" que o governo de Al Maliki foi incapaz de controlar, apesar das acusações de que o governante não teria atuado, com o objetivo de proteger os xiitas e suas milícias.
Entre as acusações, por ação ou omissão, feitas ao Governo, estão os chamados "esquadrões da morte", grupos irregulares de policiais xiitas que, atuando à noite, seqüestram e matam homens sunitas, para depois abandonar seus cadáveres em descampados e valas.
Onze meses depois do ataque de Samarra, a ONU publicou um relatório no qual contava em quase 35 mil o número de civis mortos no Iraque após o atentado, a maior parte vítima da violência sectária.
Além disso, o fluxo de deslocados dentro e fora do país subiu exponencialmente, totalizando quase 2 milhões, um êxodo que foi qualificado como o maior do Oriente Médio desde a criação do Estado de Israel, em 1948.
O clima de degradação durante o ano foi tal que o governo de Al Maliki se viu obrigado a lançar um plano de segurança específico para a cidade de Bagdá, que previa a participação de 85 mil agentes, entre iraquianos e americanos.
Mas a violência sectária não se limita a Bagdá, atingindo outras duas províncias com população mista: Diyala e Babel. Em ambas, também foram registrados assassinatos, seqüestros e deslocamentos de população.
Além disso, a tensão religiosa foi transferida para países vizinhos como o Líbano, onde xiitas e sunitas conviviam em paz durante séculos.
Outros países, como Jordânia, Egito e Arábia Saudita, redutos da religião sunita, estão se posicionando contra o Irã, que culpam pelo peso que o fator xiita está adquirindo no Iraque.
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Violência entre sunitas e xiitas no Iraque completa um ano
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O bombardeio de um mausoléu xiita na cidade de Samarra, que completa um ano nesta quinta-feira, deu início a uma onda de violência entre xiitas e sunitas no Iraque, que o governo de Nouri al Maliki, acusado de parcialidade anti-sunita, foi incapaz de controlar.
As duas comunidades, que viveram em paz durante 1.400 anos, há 12 meses estão imersas no que muitos já qualificam como "guerra civil", com deslocamentos de população, assassinatos a sangue frio e um clima de suspeita permanente.
No dia 22 de fevereiro de 2006, um grupo de desconhecidos bombardeou a cúpula dourada do mausoléu que aloja os túmulos de Ali al Hadi e Hassan al Askari, dois dos 12 imãs venerados por xiitas de todo o mundo.
Mais tarde, o governo do xiita Nouri al Maliki disse que sunitas infiltrados dentro do complexo do mausoléu foram os responsáveis pelo bombardeio da cúpula, causando graves perdas materiais. Um homem, acusado de ter vínculos com a rede terrorista Al Qaeda, foi detido e executado por suposta participação no ataque.
O atentado contra o mausoléu causou uma onda de ira xiita sem precedentes. Até então, a maioria xiita do Iraque havia suportado durante três anos os contínuos ataques de grupos terroristas sunitas --iraquianos ou estrangeiros--, dando mostras de uma incrível contenção.
Mas o atentado de Samarra marcou um ponto de mudanças: milícias xiitas começaram então a atacar seus vizinhos sunitas, bombardear ou ocupar suas mesquitas, e obrigá-los a abandonar bairros inteiros.
Os sunitas procederam da mesma forma, estendendo um clima de "limpeza religiosa" que o governo de Al Maliki foi incapaz de controlar, apesar das acusações de que o governante não teria atuado, com o objetivo de proteger os xiitas e suas milícias.
Entre as acusações, por ação ou omissão, feitas ao Governo, estão os chamados "esquadrões da morte", grupos irregulares de policiais xiitas que, atuando à noite, seqüestram e matam homens sunitas, para depois abandonar seus cadáveres em descampados e valas.
Onze meses depois do ataque de Samarra, a ONU publicou um relatório no qual contava em quase 35 mil o número de civis mortos no Iraque após o atentado, a maior parte vítima da violência sectária.
Além disso, o fluxo de deslocados dentro e fora do país subiu exponencialmente, totalizando quase 2 milhões, um êxodo que foi qualificado como o maior do Oriente Médio desde a criação do Estado de Israel, em 1948.
O clima de degradação durante o ano foi tal que o governo de Al Maliki se viu obrigado a lançar um plano de segurança específico para a cidade de Bagdá, que previa a participação de 85 mil agentes, entre iraquianos e americanos.
Mas a violência sectária não se limita a Bagdá, atingindo outras duas províncias com população mista: Diyala e Babel. Em ambas, também foram registrados assassinatos, seqüestros e deslocamentos de população.
Além disso, a tensão religiosa foi transferida para países vizinhos como o Líbano, onde xiitas e sunitas conviviam em paz durante séculos.
Outros países, como Jordânia, Egito e Arábia Saudita, redutos da religião sunita, estão se posicionando contra o Irã, que culpam pelo peso que o fator xiita está adquirindo no Iraque.
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